EU SEI O QUE VOCÊS ESTÁ FAZENDO

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Ainda estava no mesmo lugar apenas rolando o feed do instagram, Duda ainda não havia chegado e nem Valentina retornado do banheiro, varri o bar com os olhos e entendi o porquê, a vi perto da porta do banheiro conversando com uma menina loura, alta, acho que era da faculdade, me lembro de ter visto nos corredores algumas vezes, as duas estavam sorrindo, animadas com a conversa, a menina era daquelas que conversam encostando na pessoa, rolei os olhos, e voltei a mexer no celular. Tentei ao máximo não olhar para elas, mas confesso que por vezes minha visão passava pelo local onde ainda conversavam.

Senti uma presença ao lado da mesa que em seguida percebi se tratar de Duda e Igor, os encarei e sorri receptiva disfarçando qualquer incomodo que venha a ter sentido diante da cena que tinha visto, afinal, porque eu ficaria desconfortável?

- Vai querer ficar mais um pouco ou já vamos? – Duda.

- Oi pra você também, amiga, oi, Igor. – Apenas ergueu as sobrancelhas e Igor me devolveu o "oi". – Já podemos ir.

Valentina estava voltando para a nossa mesa, levantei para irmos embora.

- Já vão? – Questionou a mim e Duda.

- Sim, amanhã acordamos cedo, nem todo mundo aqui é herdeira. – Disse em tom de brincadeira.

- Certo, então. Até amanhã, boa noite.

Nos despedimos e seguimos para o carro, Duda estava silenciosa e eu levemente irritada, não sabia se era com a Valentina de conversinha com aquela menina ou com Duda que estava me ignorando. Fizemos o caminho até o estacionamento sem trocar uma palavra, Duda no geral era o tipo de pessoa que estava sempre de bem com a vida, mas quando ela ficava brava era mais fácil lidar com o capeta. Já estávamos a caminho de casa e ela ainda em silêncio, tomando conta do ambiente apenas o som da música que tocava no rádio.

- Duda, o que está acontecendo? – Resolvi tentar quebrar o gelo que ela estava me dando.

- Eu só estou tentando entender qual é a sua, Luiza. – Disse seca.

- Como assim qual é a minha?

- Uma hora você odeia a Valentina, outra você passa a madrugada de risadinha com ela, aí você esculacha a menina, diz que não quer nada com ela, em seguida vai pro bar em uma segunda-feira tomar cerveja? É contradição demais para eu acompanhar.

- Não tem contradição aqui, não é porque fui tomar uma cerveja com ela que eu queira algo.

- É que não é o que parece. Até porque eu já falei que ela gosta de você.

- Ela já te disse isso?

- Bom, dizer não disse, mas todo mundo percebe.

- Ah, ela gosta de mim e de mais quantas? Quando você chegou mesmo ela estava de conversinha com outra menina e eu sozinha na mesa esperando.

- Fala sério, ela só estava conversando com a menina, eu vi.

- Conversando, rindo, e a garota parece que a Valentina era touch screem de tanto que ficava pegando no braço dela. – Pronto, falei, to leve, Duda soltou uma risada.

- Você está com ciúmes?

- Claro que não, estou dizendo que a Valentina é mulherenga e da em cima de todo mundo.

- Ela não é assim e você me pareceu com ciúmes. Só queria que você se abrisse comigo sobre isso.

- Não tem o que abrir, eu só estou tentando ser legal, ter uma relação civilizada.

- Está me dizendo que não sente nada por ela, nada nada?

- Nada.

- Você mente muito mal.

Verdade ou Desafio?Onde histórias criam vida. Descubra agora