DISCUSSÃO E APROXIMAÇÃO

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O domingo passou num piscar de olhos, e logo já era segunda-feira. Ônibus, estágio, ônibus, faculdade, aula. Chegando na faculdade eu estava receosa com os comentários a respeito da confusão da festa, não queria ter estresses logo na segunda-feira, e também apreensiva com qual seria a atitude de Valentina depois da nossa conversa da madrugada na casa dela, afinal ela tinha se mostrado um ser humano possível de conviver (não que eu quisesse isso para a minha vida), mas tudo não passou de uma conversa na madrugada e sem falar que ela não perdeu a oportunidade de dar em cima de mim, assim como devia fazer com outras várias garotas, agora que a vida tinha voltado aos eixos eu estava satisfeita de não ter cedido.

A sala aos poucos foi ficando cheia e para a minha felicidade ninguém fez nenhum tipo de comentário maldoso a meu respeito na festa, apenas que tinha sido boa e fofocando sobre alguns acontecimentos da noite.

Quando a vi entrando procurei evitar de fazer contato direto, sei lá porque, mas não eu não queria olhar pra ela, embora percebi que ela tinha me olhado, mas discreta, cumprimentou algumas pessoas e em seguida sentou-se em silêncio, será que eu deveria ir até ela para dar oi? "Claro que não, Luiza, se contenha!" falei para mim mesma em pensamento.

Durante a aula ela estava silenciosa, o que era estranho, uma vez que normalmente estava sempre conversando com um ou outro, fazendo piadinhas ou implicando comigo, mas também eu não tinha nada a ver com isso. Iniciando o intervalo resolvi ficar na sala já que Duda estava com Igor e Lara tinha pedido para conversar comigo.

- Oi, Lu, como você está? – Questionou ela sentando em uma cadeira próxima a minha mesa.

- Oi, estou bem e você?

- Bem também, desculpa pelo Daniel aquele dia, espero que não fique chateada comigo, nem sei porque convidei ele, é um idiota.

- Ele é, mas eu não culpo você, não tinha como saber e eu também dei margem para ele ser um imbecil. Está tudo bem. – A Lara é uma menina muito legal, não queria que ficasse mal por isso.

- Que bom, estava preocupada de você ficar triste comigo. A Valentina foi a única pessoa coerente naquele momento.

- É, o que é bem estranho. – Rimos enquanto ela concordava comigo. – Mas deu tudo certo.

- Vocês estão se dando bem agora?

- A Valentina e eu? Nunca. – Fiz a cara de espantada que eu consegui fazer.

- É que eu soube que você foi pra casa dela depois da festa.

- Soube por quem? – Era só o que me faltava.

- Várias pessoas viram vocês quatro saindo juntos.

- Mas que bando de fofoqueiros, deu um problema com o uber, dormimos lá e fomos embora, foi só isso.

- Se você diz, acho que ela pode ter sentimentos por você.

- Credo! Porque você acha isso?

- Sei lá, o jeito que as vezes eu a vejo te olhando, mas deve ser impressão minha.

- Deve... – Que jeito a Valentina me olha? Será que é o jeito que ela tinha me olhado na noite de sábado? Mas que droga.

- Sim, mas enfim, desculpa qualquer coisa, mesmo.

- Está tudo bem, de verdade, obrigada pela preocupação.

Fiquei o restante do intervalo ali mexendo nas redes sociais, na volta do intervalo fizemos círculos para realizar um debate a respeito de privatizações de sistemas públicos, acontece que eu estava o dia inteiro com a cabeça no mundo da lua, então zero vontade de debater.

Verdade ou Desafio?Onde histórias criam vida. Descubra agora