CIÚMES

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Voltamos para a faculdade e conforme combinamos agimos normalmente, cada uma em seu lugar de costume, o professor entrou, parabenizou os aprovados, incluindo Valentina e eu nesse grupo, estava revisando as questões e logo chegou uma mensagem dela no meu celular.

"Linda concentrada"

"Você deveria estar fazendo o mesmo ao invés de estar me cuidando."

"Difícil prestar atenção em outra coisa."

Garota cara de pau.

Ela andava sempre com um grupo de pessoas que, ao contrário de mim, não dava tanta atenção a aula, as atividades, parecia que estavam na faculdade apenas por protocolo. A bagunça no grupo dela estava formada, como sempre, percebi que ela largou o celular e voltou a conversar com as pessoas a volta que fazia piadas, combinavam festas nas férias e viagens.

Eu fiquei corrigindo algumas questões com Lara e mais algumas meninas, por afinidade eu preferia ficar perto delas, dividir trabalhos e tudo mais. Já Valentina, sempre no meio do rolê. Vez ou outra eu prestava atenção no que diziam, mas não a vi combinar nada, comportada.

Chegando ao intervalo ia chamá-la para encontrarmos Duda e Igor, acredito que hoje Carol e Roger estariam por lá também, como estavam quase se formando não era tão comum conseguirmos encontrar eles. Ela estava conversando com uma menina da nossa sala que insistia em que ela fosse a um barzinho e ela dava desculpas, resolvi esperar que terminassem de conversar para falar com ela.

- Qual é, Valentina, você sempre vai, ai vai dar pra trás agora? - Falava de um jeito manhoso demais para o meu gosto, rolei os olhos.

- Foi mal, é segunda-feira, amanhã tenho umas coisas para resolver, hoje não vai rolar.

- Tem date com alguém depois da aula? Confessa vai, te conheço.

- Talvez eu tenha, mas não é por isso, eu só vou diminuir esses rolês no meio da semana.

"Talvez?" me atentei a essas palavras, mas calma, Luiza, você que quis assim, mas eu também não achei que era tão escancarado assim a coisa em cima dela.

- Quer dizer que perdemos uma guerreira? Certeza?

- Acho que sim. Mas a gente marca qualquer dia. - Rolei os olhos de novo, desnecessário, mas tudo bem.

- Ta bom então, me avisa se mudar de ideia, tem meu número. - E deu uma piscadinha, que ódio dessa menina, mas se controla, Luiza.

- Pode deixar.

A garota saiu e eu me aproximei dela, contando até dez para não falar nada sobre essa cena ridícula que acabei de ver. O pior é que a menina era bem bonita, a famosa padrãozinho, parecia estar sempre perto da Valentina nesse grupinho que me referi.

- Oi, o pessoal está lá fora, se quiser ir, vou encontrar com eles. - Falei o mais normal que consegui.

- Milagre não ficar estudando, vamos. - Disse alegremente.

- Eu não sou muito rolezeira igual as suas amigas, mas as vezes eu me divirto também. - Falei um pouco mais seca a fazendo rir, o que me deixou levemente irritada.

- Está achando graça do que?

- Nada não, deixa pra lá.

Encontramos facilmente o pessoal no pátio no lugar que costumávamos ficar, contando com a presença de Carol e Roger, falavam do aniversário da Duda alegremente, combinando horário e comentando sobre o grupo que estaria com música ao vivo.

- Maninha e cunhadinha, já posso chamar assim? – Carol, cheia de graça.

- Não, não pode, e fala baixo. – Pedi mal humorada.

Verdade ou Desafio?Onde histórias criam vida. Descubra agora