Cap 29.- estágio larval.

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  Depois de acomodar os forasteiros em Gandharva, Tighnari estava um pouco menos preocupado.

Mesmo que ele tentasse demonstrar total tranquilidade e equilíbrio, a ideia de ter filhos estava prestes a colpsar novamente. Ele sabia que aquelas crianças provavelmente nunca teriam paz, o orelhudo culpava o destino a cada minuto que se lembrava que vida crescia em seu corpo.

Cyno estava organizando uma patrulha noturna, os dois haviam voltado a viver em sumeru, já que era mais seguro. Até mesmo Lord Menor decidiu ajudar, criando uma barreira que envolvia toda a cidade, nenhuma entidade conseguiria entrar ou sair.

  Agora, o quarto parecia solitário, Tighnari preparava um banho quente com ervas, sua barriga já estava começando a querer dar sinais da gravidez.

O desenvolvimento dos Valuka Shuna era consideravelmente mais rápido que humanos comuns, a gestação dura apenas seis meses.

  Naquela banheira, muitos pensamentos rondavam o patrulheiro.

Seus pais haviam ficado em Gandharva, prometeram ficar lá até que tudo se resolvesse.

— Espero que tudo isso acabe logo.- Ele acariciava a barriga, fazendo movimentos circulares.

O banho foi relaxante, seu corpo parecia bem mais descansado, ele vestiu apenas um roupão e se sentou na cama, secando e penteando sua cauda.

  Depois de alguns minutos, ele adormeceu.

  Em seus sonhos, ele foi levado até uma floresta de cristais. As árvores feitas de pedras preciosas, o solo, tudo era feito de um material brilhante.

— Há quanto tempo.- uma voz familiar penetrou em sua mente.

A figura diante dele já havia aparecido há anos atrás, durante a batalha contra o Doutor e o Sábio.

Era a primeira encarnação de Tighnari, a esposa do Rei Escarlate.

— Você só aparece quando eu estou em apuros.- Tighnari se aproximou.

— De fato, Isis não é uma pessoa fácil de se lidar..- O antepassado se virou, mudando a paisagem para um vasto deserto.—Ela não é um monstro, pelo menos não era.

Tighnari parecia em dúvida, segundo as informações que Cyno recebeu, Isis era uma tirana psicopata.

— As informações sobre mulheres são bem mais exageradas, ela nunca foi ruim.. pelo menos não até aquilo acontecer..

— o que? Me diga o que aconteceu!.

—  Bom, como você sabe, ela era herdeira, mesmo que sua personalidade fosse meio difícil, sua família não ajudou muito.- Cada informação recebida, fazia Tighnari questionar como essa linha temporal se encaixava.

— Por que não me disse nada sobre ela antes?

— Eu não pensei que teria que falar sobre ela.. Isis tinha poderes muito abrangentes, ela controlava o véu que separa os vivos dos mortos, ela curava qualquer enfermo.. mas todos abusavam disso, uma vez ela se recusou, o que acarretou a uma rebelião dos seus suditos.. O Rei tentou intervir, mas ela contrariou o irmão e fugiu, os suditos cercaram ela e.. bem, tentaram forçá-la a realizar seus pedidos. Ela nunca havia usado seus poderes para ferir alguém, mas ela teve que se defender. Meu marido nunca entendeu, ele a baniu, o que fez com que ela fosse considerada uma desertora.- A figura mostrava imagens no céu.

—  Ouvi dizer que ela foi selada.. por que?.- Tighnari perguntou.

—  Existe um instinto primordial em cada um dos deuses do deserto, Deshret é o chacal, Isis era um lindo ganso, mas se tornou um abrute devido a sua negação aos deuses. Seus poderes se reverteram, o que era cura.. virou maldição e doença, a ligação que ela tinha com os vivos se perdeu e ela manipulava a morte como sua marionete.

  O orelhudo se assustou com as descrições, tamanho poder sem duvidas era ameaçador.

—  O rei então, usou seu próprio sangue  para prendê-la debaixo do deserto.. não era para o selo se quebrar, mas alguma coisa além do que eu sei aconteceu. Ela está livre, qualquer ser vivo naquele deserto não está seguro..

O antecessor começou a ficar transparente, como se estivesse desaparecendo.

— Espera! Como eu faço isso?! Por que ela quer me matar!?.- Tighnari tentou segura-lo.

—  A visão que eu e Deshret temos de Isis é diferente, os erros e negligências dele tornaram ela esse monstro.. mas é tarde para concertar.. só eu sei o que vi, a magia de Isis corrompeu a Irminsul..

O sonho foi interrompido, mãos fortes seguraram os ombros de Tighnari.

— Ei! Acorda!.- A voz de Cyno o confortou.

O orelhudo se levantou assustado, fazendo com que Cyno ficasse preocupado.

— Tá tudo bem?.- O general o abraçou.

— meu sonho.. igual antes, nossos antepassados nos contando coisas que não entendemos.- Ele estava ofegante.- Eu estou com medo..

As mãos do orelhudo seguravam firme nas costas do general, que o confortava.

— Eu também estou, mas não podemos mais ficar assim.- Cyno segurou o rosto de Nari, olhando em seus lindos olhos verdes.— Pelos nossos filhos, não podemos ser fracos! Nenhuma desgraçada maldita vai tirar você de mim.- Ele beijou a testa do orelhudo, que já parecia estar mais calmo.

Tighnari tentou beijar seus lábios, mas Cyno recuou.

— O que foi?.- Nari perguntou confuso.

— É que.. eu não consigo só te beijar, eu estou na mão há vários dias.- Cyno disse envergonhado.

O patrulheiro riu, puxando Cyno para a cama novamente.

— Você pensa em que enquanto se toca?.- O orelhudo usou seus dedos para acariciar o peitoral de Cyno.

O general hesitou por um momento.

— Em como você é quente e apertado...- Cyno disse fechando os olhos.

— Só isso?.- Tighnari provocou, deslizando sua mão até o botão da calça do general.

  Cyno sentiu um arrepio percorrer seu corpo, como se um raio tivesse caído na sua cabeça.

— Não me provoque... eu não sou de ferro.- O General alertou.

A mão de Nari continuou descendo, segurando firme o membro ereto.

— Mas aqui parece uma barra de metal, general.- disse manhoso.

— Você por acaso quer ter vinte filhos?.- Cyno puxou Tighnari para um beijo apaixonado.- Eu te amo.

O patrulheiro sorriu, dando vários beijos em todo o rosto do general.

— Eu também te amo.

— Não vou deixar ninguém machucar você, nunca mais.- Cyno disse acariciando as bochechas do orelhudo.- Vamos achar uma maneira de resolver essa situação.

O patrulheiro se aconchegou nos braços de seu amado, mas sua mão ainda segurava o membro, que pulsava.

— Posso te chupar antes de dormir?.- Tighnari perguntou fazendo biquinho.

— Se um dia eu responder 'não' pra essa pergunta, me enterre, pois eu estarei morto.- Cyno tirou a única peça de roupa que o impedia.

  Nari se aproximou da ereção, lambendo a base até o topo, provocando o general.

A língua fazia movimentos circulares, quando em sua boca, sugava e forçava o máximo contra sua garganta.

Em questão de minutos, Cyno havia chegado ao fim, o que fez Tighnari ficar surpreso.

— Nem dez minutos? O que houve?.- O orelhudo limpou os lábios, cruzando os braços.

— É que você é muito gostoso, amor.- Cyno se levantou sem graça.— É difícil resistir depois de ficar dias sem fazer isso.

O general foi tomar um banho, enquanto Tighnari ria baixinho, esquecendo dos problemas que o cercavam.

Anubis - CynoNariOnde histórias criam vida. Descubra agora