Cap.1 - Orelhas felpudas.

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— Meu pequeno Nari, mamãe já disse para não sair comendo todas as frutas que ver pela frente. — A paleontóloga repreendeu seu filhote, que estava com o rosto cheio de pedaços de frutas silvestres.

Tighnari era descendente de uma tribo chamada Valuka Shuna, conhecida pela sua devoção ao Rei Escarlate. Os registros dizem que esse povo sempre preferiu a companhia de seus iguais, rejeitando qualquer um que não tivesse seus traços.

Conhecida por ter lindos pelos prateados, com orelhas felpudas e longas, essa tribo estava seriamente ligada aos cães do deserto. Após a guerra que resultaria no sacrifício do Rei Escarlate, a Deusa da Sabedoria pousou sua bênção sobre esse povo, que passou a ter seu pelo em um lindo tom de verde.

Tighnari era um dos últimos de sua espécie, e seu pai amava estudar sobre insetos. Sua mãe era uma paleontóloga respeitada na academia de Sumeru.

Mas o pequeno amava as plantas, interesse que surgiu junto da vontade insaciável de conhecimento. Ele ficava fascinado nas formas que a natureza tomava ao se adaptar ao clima de Sumeru. Sempre ouvia seus pais conversando sobre suas teses e pesquisas, que involuntariamente ele guardava em sua memória. Ele era um prodígio, e desde cedo, seus pais diziam que ele estava destinado a ser um grande sábio da academia.

Crescendo ciente do seu destino acadêmico, tudo o que restava a Nari era ponderar sobre as árvores das florestas de Sumeru. Os animais, às vezes temidos pelas pessoas, eram uma companhia muito apreciada por Tighnari.

Quando Nari já estava maior, sua família resolveu fazer uma expedição para o deserto, com a intenção de obter informações sobre espécies locais. Seus pais estavam acostumados com esse clima e usavam suas longas orelhas para regular a temperatura corporal. Mas tudo isso era novo para o jovem Nari, que, após se afastar de seus pais por um instante, acabou desmaiando devido à insolação.

Com as frequentes tempestades de areia, seus pais estavam desesperados procurando Tighnari. O vento árido limpava quaisquer rastros deixados.

Ao acordar, Nari não sentia calor, pelo contrário, estava em um clima refrescante debaixo de uma longa palmeira. Ao se sentar sob a grama, se deu conta de que estava em um oásis. Olhando para os lados, ele percebeu que não estava sozinho.

Um jovem, aproximadamente da sua idade, estava coletando água em um cantil. Seus cabelos prateados brilhavam com os raios solares, e sua pele tinha um lindo tom que parecia o mais puro bronze. Quando essa figura se virou, seus olhos eram tão vermelhos quanto o próprio sangue que escorria de seu braço.

— Pensei que não iria acordar tão cedo. — A pessoa se aproximou de Nari, deixando o cantil cheio de água fresca em suas mãos. — O que você estava pensando em entrar no deserto sem qualquer proteção? — Repreendeu.

— Eu... eu não sei, onde estão meus pais?! — Tighnari se pôs de pé rapidamente, olhando para os lados.

— Devem estar te procurando. Eu te encontrei desacordado e, por pouco, alguns Hillichurls não te pegaram. — Se sentou ao lado de Nari.

Anubis - CynoNariOnde histórias criam vida. Descubra agora