Cap 30.- Ilusões Arenosas.

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O sol indicava que era hora de acordar,  Tighnari se perguntava como andavam as coisas em Gandharva, se seus pais e Collei estavam bem.

Uma semana se passou desde o ataque no pátio de Sumeru, Lord Menor e Cyno tentavam reunir o máximo de informações possíveis que pudessem ajudar em uma situação como esta.

A irminsul possuía vários registros sobre Isis, mas apartir da coroação de Deshret, tudo ficava turvo e incompleto.

Era como se ela tivesse desaparecido, evaporado. O que era muito estranho, Irminsul era a árvore que guardava todas as informações sobre todos os seres vivos e acontecimentos do mundo todo.

— Preciso ir até o quartel novamente.- Cyno disse vestindo seu uniforme matra.

—  Eu estou preocupado com Gandharva..- Tighnari segurou o general pela roupa.

Cyno se virou, abraçando o orelhudo.

— Aposto que todos estão bem, tente não ficar pensando nisso.- O platinado deu beijo na testa de Nari.

— Você não vai usar sapatos?.- Tighnari questionou.— Não estamos mais no deserto..

— Eu gosto de sentir o chão, algum problema?.- Cyno arqueou a sobrancelha.

— Não é você que limpa a casa depois...- Tighnari disse baixinho, mas o general com certeza ouviu, já que calçou as botinas rapidamente, saindo bufando pela porta.

Tighnari riu, nos últimos dias ele esteve apenas comendo e lendo livros aleatórios, mesmo que ele tentasse fazer uma faxina descente, o orelhudo não era do tipo doméstico. Ele amava a natureza, tocar a grama, comer frutas recém colhidas e alguns cogumelos.. mas agora, ele estava preso para seu próprio bem.

  Já que ele e Cyno não tinham relações desde a descoberta da gravidez, Tighnari conseguia esconder a barriga com roupas mais largas. Para o patrulheiro, era vergonhoso que seu amado o visse assim. Em seis meses, duas vidas viriam ao mundo, duas responsabilidades e muitas inseguranças.

Só de pensar nisso, uma angústia preenchia seu peito. Era fácil fingir que a ideia da gravidez já foi aceita, mas todas as noites, Tighnari se perguntava se isso era algum tipo de castigo.


Olhando pela janela, ele se assusta com o que vê.

Collei estava nos portões da cidade, aparentemente machucada.

Rapidamente o orelhudo corre até a entrada da cidade, deixando as portas de sua hospedagem abertas, deixando tudo para trás e correndo até sua pupila.

Os guardas pareciam não deixá-la entrar, o patrulheiro se apressou o máximo que podia.

— Collei!.- Ele tentou passar pelos matras que guardavam o portão.— me deixem passar!!

— Desculpe, mas recebemos ordens estritas sobre entrar ou sair de Sumeru..— Um dos soldados disse com um pesar no coração.

— Mas ela tá ferida!.- Tighnari empurrou um dos guardas que acabou deixando o patrulheiro encontrar a garota.

Collei estava toda ensanguentada, ela não respondia a nenhum sinal de Tighnari.

— Collei! Fala comigo!.- Ele segurava a pupila pelos ombros.

Os guardas estavam parados atrás da linha que protegia a cidade, pedindo para que eles entrassem logo.

— Mestre, eu quero ficar aqui fora...- Disse baixinho, cuspindo sangue a cada palavra dita.

— Mas precisamos entrar, vamos cuidar de você.- Tighnari tentava puxar a garota para dentro, mas seus pés estavam presos no chão.

— Eu não posso entrar..- Ela levantou seu rosto lentamente.

Anubis - CynoNariOnde histórias criam vida. Descubra agora