Anubis - CynoNari

Cap 2.- Escapismo.

"Preciso aceitar
Que neste lugar horrível
Não posso mostrar sinal de duvida.

Mas seja como for..
Eu sinto essa dor
Que eu não posso achar normal". (Escapismo - Steven Universo)

     Tighnari acordou com o som dos pássaros em sua janela, lutou arduamente contra a preguiça e levantou. Regou suas plantas que ficavam próximas à janela.

2 anos se passaram desde o incidente no deserto, agora ele é um aluno com grande nome na academia. Mesmo que isso não o faça feliz, seus pais estão orgulhosos.

Ainda tentando superar a preguiça, Nari toma um banho frio, vestindo suas roupas limpas e perfumadas, perfumes que ele mesmo fez. Algo faltava em sua vestimenta.

Claro. Tighnari colheu uma grande flor amarela e colocou em seu casaco, como um lindo broche.

Suas habilidades com as plantas só cresciam a cada dia, ele havia feito um super fertilizante e, por isso, todos os dias de manhã ele usava flores frescas em suas roupas.

Depois de um "café da manhã" nada saudável, já que era apenas uma pequena xícara de café, ele seguiu seu caminho para a academia.

Mesmo que seus superiores quisessem que ele focasse em seminários e palestras sobre o terminal Aksha, Tighnari não conseguia fugir da botânica, o que frustrava os sábios da academia.

Resumidamente, o terminal Aksha é um sistema que as pessoas de Sumeru usam para acessar o conhecimento, boatos dizem que é o poder da Deusa da sabedoria que sustenta esse sistema.

Os sábios inserem nele inúmeras informações diariamente. O terminal Aksha também evita que as pessoas sonhem, já que ele está conectado diretamente à mente do povo. Segundo as grandes mentes de Sumeru, os sonhos afastam as pessoas do verdadeiro conhecimento. Por isso, todas as pessoas em Sumeru usam o Aksha e acreditam fielmente nas informações que circulam por ele.

Tighnari passava a maior parte do tempo em Pardis Dhyai, um local de pesquisa afastado da cidade. Lá ele poderia desenvolver suas habilidades em botânica, longe dos olhos descontentes dos sábios.

Com boatos de que novos estudantes chegariam à academia naquela semana, Tighnari estava animado, pois todo conhecimento sobre a flora de outras nações era de grande importância para ele.

De vez em quando, perdido em seus pensamentos, Nari lembrava de Cyno. Mesmo que ele não sonhasse, essas memórias nunca seriam apagadas.

Ele sequer teve tempo de conhecê-lo melhor, Tighnari queria saber mais sobre quem salvou sua vida durante o caos do deserto.

Ele não sabia que estava prestes a reencontrá-lo.

•.•

Cyno acabava de chegar à academia, seu tutor mostrava as instalações e onde ele passaria a maior parte de seu tempo. Seus cabelos prateados chamavam a atenção de todos na academia, mas seu rosto inexpressivo chamava mais.

Ele não estava preocupado sobre o que pensariam sobre ele, ele só queria estudar e trazer uma condição melhor para a Vila Aaru. Também queria respostas sobre seus pais e seus descendentes.

Durante o tour, Cyno acabou percebendo um grupo de alunos procurando por uma pessoa.

Tighnari.

"Então ele está mesmo aqui", pensou, com um leve sorriso de curiosidade.

2 anos atrás, Cyno viu as roupas da academia dos pais de Tighnari, por isso ele resolveu não aparecer e só observá-los por um tempo. Ele queria saber se Tighnari era alguém confiável, mesmo que todos na Vila Aaru achassem os estudiosos alienados com títulos bonitos.