(...)
Ao chegar na Cúria, Leandros caminharia pelo local até passar pela assembleia romana, onde se encontravam os senadores e o próprio imperador Nero, junto à um homem mais velho, discutindo:
– Eu não quero saber o quanto vamos gastar, nem quantas pessoas teremos que expulsar de suas casas, apenas quero que reconstruam tudo o que sofreu danos! – exclamava Nero, enfurecido por conta do desastre ocorrido na noite anterior.
– Se me permite, imperador... por que Sejano simplesmente não reconstruiu os estragos de ontem? Por acaso os "poderes místicos", que ele possui, não passam de falácia? – perguntava um dos senadores, com um certo ar de superioridade diante dos outros.
– Calado, Célio! Sabe muito bem que ele entregou o Amuleto de Dédalo ao engenheiro Vitrúvio pra poder construir a Electasia, então não temos que fazer o possível pra recuperar a cidade com o que temos! – exclamava Nero, pouco antes de outro dos senadores se levantar.
– Mas como vamos reconstruir tudo isso? São muitos acres de terreno, levaria uma eternidade! – exclamava o senador, pouco antes de Nero o encarar com fúria.
– Temos escravos de sobra, não temos? Pois use-os! Nem que isso custe aos lanistas perder seus melhores escravos gladiadores! – diria Nero, recebendo olhares vindos de vários outros membros do Senado.
– Senhor, mas se a origem de todo esse mal, como disse Sejano, é o Hécaphaesticos, por que simplesmente não voltamos as atenções pra ele? – perguntava Célio, fazendo o imperador bufar de raiva.
– E acha que já não estou vendo o que farei quanto à isso?! – cuspia no chão. – Dei a ordem ao exército para que fechassem os portões dos Limes (Muralha Aureliana) da cidade para que ninguém entrasse ou saísse, agora apenas falta selar o portão do Muro Palatino. – diria Nero, tirando alguns suspiros dos membros do senado.
– Espero que aquelas centenas de comerciantes vindos do norte, no lado de fora das muralhas, entendam isso. – ironizava um senador, deixando o imperador ainda mais enfurecido.
– Podemos dar um jeito na questão dos recursos com a Feitiçaria de Sejano, então mandem esses comerciantes de volta para o norte. – levava a mão direita em sua cabeça, se lembrando de algo importante. – Merda! Esqueci completamente... eu não devia ter anunciado que iríamos adiantar os Jogos Lúdicos, precisamos dar um jeito de adiá-los ou a Plebe cairá sobre nós como uma tempestade furiosa, e não podemos desagradá-los, ainda mais neste momento. – exclamava Nero, quando então Leandros, ouvindo aquilo, notaria ser uma ótima oportunidade.
Vendo os senadores prestes à se levantarem para irem embora, Leandros se colocaria no corredor principal da Câmara e caminharia como um simples negociante, sendo barrado na entrada daquela sala de reunião por dois soldados, um dos quais diria:
– Diga à que veio, comerciante? – questionava o guarda, enquanto Leandros se inclinava em forma de respeito.
– Ouvi dizer que o imperador pretende adiantar os Jogos Lúdicos, jogos estes que, pelo que meus conhecidos contam, servem para apresentações magistrais e lutas de escravos armados no Coliseu, como é que chamam...? – faria uma expressão de dúvida, tirando uma leve risada do romano.
– Gladiadores? – diria o mesmo, rindo da atitude curiosa de Leandros.
– Isso! Enfim, tenho um escravo muito forte que gostaria muito que participasse da luta de abertura, mas ele é muito valioso, entende? Gostaria muito que ele lutasse contra o melhor do imperador. – diria Leandros, fazendo o guarda e outro de seus companheiros rirem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
ΠΕΠΡΩΜΕΝΟ (Destino), Revolução
أدب تاريخيDepois de sua ida a Troia, Leandros e seus companheiros retornariam a Esparta para entregar o relatório para o imperador Helemênida, Plistarco, mas ao chegar ele lembraria de sua ida a Roma anos antes e decidiria montar uma expedição pequena de apen...