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Correndo pelas ruas, já desertas, atrás de seus companheiros, ele aceleraria até que chegaria próximo ao Viminal, vendo Neókoles reunido com vários rebeldes, seus filhos, as mães destes e seus companheiros, incluindo Cástor, que havia trazido o corpo de seu irmão, se escondendo embaixo de um edifício inclinado sobre outro, prestes a desabar, mas que não o faria devido à firmeza de suas colunas e da sustentação do outro edifício, dizendo:
– Estão todos bem? – olhava para Cástor, abraçado sobre o peito de seu irmão. – Ei, Cástor... eu sinto muito por Póllux. – diria Leandros, enquanto o brutamontes o olharia com uma raiva muito grande.
– Se você não tivesse mentido para suas esposas, se não houvesse gerado estes pirralhos, meu irmão ainda estaria comigo! A culpa de tudo isso é sua, você é o responsável pela morte de Póllux. – diria Cástor, olhando o espartano com muitas lágrimas em seus olhos.
– Cástor... eu não consigo imaginar a dor que deve estar sentindo, e assumo a responsabilidade desta perda, mas para que eu possa consertar o estrago que fiz, preciso que você me ajude, meu amigo. – diria Leandros, enquanto o brutamontes daria uma risada de deboche em meio à sua ira.
– Consertar um estrago? Huh! Você acha que meu irmão é apenas uma destas máquinas que você simplesmente monta e desmonta quando bem entende? – se colocava de pé. – Eu te ofereci muito de mim! Minha amizade, meu apoio durante sua perda, minha ajuda, mesmo diante desta sua mentira repugnante... e em troca? – olhava cabisbaixo para seu irmão, de relance, derramando algumas lágrimas. – Eu sequer posso velar por meu irmão... meu querido irmão... você me fez perder o último membro de minha família paterna, a última lembrança que tenho de meu amado pai! – ao dizer isso, ele caminharia para fora da estrutura, recebendo a forte chuva sobre seu corpo. – E ainda se atreve a me chamar de "amigo"? Não... você não é amigo de ninguém, Hécaphaesticos. – diria Cástor, se afastando um pouco do local.
– Cástor! – exclamava Leandros, enquanto Artamenes tocaria em seu ombro, negando com a cabeça.
– Devemos respeitar o luto dele... querendo ou não, haver vindo aqui criou esta situação em que perdemos nosso amigo. Dê tempo ao tempo, Leandros, talvez assim ele volte a falar contigo quando chegar a hora. – diria Artamenes, enquanto Leandros assentia, suspirando fundo, entristecido e se sentindo culpado cada vez mais pela morte do dióscuro.
Nisso, Neókoles, ao lado deles, observaria entre a densa chuva, uma luz em movimento na rua à frente de onde estavam, notando se tratar de uma enorme tropa de legionários romanos que buscavam revolucionários fugitivos, dizendo:
– Vejam, aqueles homens estão bloqueando o caminho principal pra vocês chegarem ao portão Viminal! Temos que correr antes que cheguem mais. – diria Neókoles, quando então Cástor, franzindo o cenho, correria contra os romanos sozinho, portando sua glaive.
– Não, Cástor!! – exclamava Leandros, enquanto o brutamontes não o ouviria e começaria a combater sozinho todos aqueles legionários.
– E lá se vai o fator surpresa... – debocharia Lisímaco, enquanto todos decidiriam ir atrás do brutamontes para ajudar.
– Precisamos ajudá-lo, mas assim que abrirmos caminho, vocês, rebeldes, irão segurá-los o máximo que puderem até nossa fuga! – se aproximava de Neókoles, apertando sua mão e assentindo pra ele. – Estamos contando com vocês, Neókoles... precisamos do máximo de tempo possível! – diria Leandros, assentindo pra seu aliado.
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ΠΕΠΡΩΜΕΝΟ (Destino), Revolução
Historical FictionDepois de sua ida a Troia, Leandros e seus companheiros retornariam a Esparta para entregar o relatório para o imperador Helemênida, Plistarco, mas ao chegar ele lembraria de sua ida a Roma anos antes e decidiria montar uma expedição pequena de apen...