2

828 73 6
                                    

Passei horas analisando as inúmeras mensagens que haviam naquele celular, apenas as de Enid eram quase quinhentas entre fotos, emojis e palavras que expressavam sua saudade de mim e sua vontade de que eu a respondesse. Eram fotos dela com Ajax, com sua família, e a minoria eram fotos de paisagens para onde ela havia ido com a família e eram boas fotos. Também haviam mensagens do Xavier, não tanto quanto as mensagens de Enid, mas com palavras simples e pequenas que demonstravam que aos poucos perdeu o interesse em me enviar mais quando sua última foi de três semanas atrás.

Mãozinha já tinha visto todas as mensagens que tinham me enviado e ficava pedindo para que eu respondesse, mas por que eu responderia se daqui há dois dias me veriam em Nunca Mais?

— Wandinha? — meu irmão, feioso, apareceu atrás de mim.

Eu estava na enorme varanda da nossa casa, observando o sol se pôr.

— Eu só queria dizer que vou sentir falta de você! — falou após se aproximar de mim. — Também queria ir para Nunca Mais, mas mamãe e papai falaram que não tenho idade ainda... — suspirou.

— Aquela prisão acadêmica será mais feliz com sua presença, feioso. — falei vendo o sorrir rapidamente. — Mas para isso você precisa parar de ser medroso, não aguentará um dia! Assim como em qualquer prisão acadêmica que for sem mim.

— Eu também te amo, Wandinha! — me abraçou.

Após o abraço, feioso ficou ao meu lado e ficamos observando o dia se tornar noite aos poucos. Estamos mais próximos e maioria dos dias ele sempre vinha aqui para ficar comigo, já que eu vinha aqui todos os dias no mesmo horário. Apenas para esvaziar a mente.

— Você está ansiosa para voltar a Nunca Mais? — perguntou.

— Serão apenas alguns meses longe e nos veremos na semana da família. — respondi entendendo o que queria realmente perguntar. — Tente sobreviver sem mim!

— Mas e aquele garoto? — perguntou curioso.

Apenas o olhei com um olhar interrogativo sem entender o que queria saber. Porém, formulei várias perguntas com respostas simples e rápidas em cabeça.

— Aquele do cabelo grande. — respondeu com relfazendo um gesto onde sobre os ombros. — Ele pareceu ser muito bom.

— Xavier Thorpe.

— Então... é ele? — perguntou com sorriso pequeno e seus olhos estavam quase se fechando.

Apenas o olhei e não lhe respondi nada, pois não tinha resposta para essa pergunta estupida, porém o Mãozinha com certeza será levemente torturado por ter dito coisas que não deveria. Eu nunca vou ser como a minha mãe, não vou ter um amor, não vou ter filhos e não vou ser uma dona de casa. Eu tenho um futuro brilhante que me aguarda, futuro esse que não cabe distrações.

Wednesday Onde histórias criam vida. Descubra agora