Wednesday

17

- Senhorita Addams, obrigada por esclarecer todo o ocorrido e prometo a você que dobraremos a segurança em Nunca Mais é esse problema será resolvido! - a diretora Martin falou após eu contar o que havia acontecido na floresta.

- Você não entende a gravidade do que está acontecendo? Os alunos irão morrer se não conter essa ameaça!

- Eu entendo, mas nossa prioridade são os alunos machucados que estão sendo cuidados por especialistas aqui mesmo na nossa escola para evitar qualquer tipo de contato com a pessoa que hipnotizou Eugene. - ela falou calma e tranquila, não conseguia identificar se estava assim para me acalmar ou porque não se importava. - Agora vá! Descanse!

Sai da sala da diretoria mais furiosa do que estava quando entrei. Meus pensamentos estavam confusos demais para conseguir pensar em alguém por trás disso além da Laurel Gates, principalmente por ninguém ter notícias sobre seu paradeiro. Por outro lado, o Xerife Galpin estava com seu filho em casa e Tyler não parecia tão ameaçador sem um mestre.

Mãozinha correu para perto de mim, subindo rapidamente para o meu ombro e dedilhando o quão preocupado estava por Enid ter saído tão desesperada do quarto.

- Ela está na enfermaria, Mãozinha!

Ele não perguntou o porquê, saltou para o chão e saiu do quarto. Eu também deveria ir ver como Enid estava, mas eu não conseguia olhar para ela, muito menos para Eugene e pior ainda para Xavier. Estavam todos machucados por minha culpa. Uma sensação familiar tomou conta do meu corpo, a mesma que senti quando Nero morreu e quando Mãozinha foi esfaqueado, quando vi Xavier desacordado. Abri o vidro da janela e fui para a varanda, era noite de lua cheia e os uivos dos lobos não pareciam entusiasmados como em todas as outras luas. Fiquei um tempo ali antes de voltar para minha cama e adormecer.

Com o sol radiante, eu levantei, me troquei e fui até o refeitório, mas meu caminho foi interrompido pela aglomeração dos alunos no pátio ao redor da diretora.

- Estão todos aqui? - ela perguntou a uma das monitoras que assentiu. - Eu gostaria de avisar que noite passada foi descoberta uma nova ameaça a Nunca Mais e principalmente para a nossa salvadora, Wandinha Addams. - olhou para mim, assim como todos os alunos também. - Por causa disso, o toque de recolher será as quatro da tarde assim que terminarem as últimas aulas e vocês só poderão andar pela escola acompanhados pelos monitores de cada torre ou em grandes grupos, porém evitem sair dos seus quartos e principalmente evitem visitas após o toque de recolher. Temos três alunos na nossa enfermaria bastante machucados e não queremos mais alunos sobre a ira do que quer que seja até ser derrotado. - finalizou. - Bom dia, excluídos! - sorriu comprimindo os lábios.

- O que você acha que é? Você sempre está por trás de tudo! - Bianca perguntou surgindo ao meu lado.

- Talvez a Laurel Gates.

- Talvez? Aquela padrão possuindo o Eugene? - perguntou incrédula.

- Como você sabe?

- Quem não sabe? - retrucou. - Eugene contou para Ema antes do discurso da diretora e todos já sabemos! - explicou.

Deixei Bianca e segui pelos alunos tentando achar a loira metamorfa que diz ser sobrinha da antiga diretora. Por todos os lugares, Ema não estava e o único local que restou foi a enfermaria onde a encontrei ao lado do Eugene.

- Isso é tudo culpa sua! - gritou entre lágrimas assim que me viu entrar. - Se você não fosse amiga dele, ele não estaria assim!

- Ema, não é culpa da Wandinha! - Eugene falou em minha defesa.

- Calma ai, Ema, a Wandinha não machucaria nenhum de nós! - Enid falou em seguida.

- Espero que não! - sibilou abaixando o tom da sua voz e se recompondo.

Meus olhos foram para o lugar mais distante de Eugene e Enid, no canto da sala. A maçã onde Xavier estava, tinha mais aparelhos que quando Eugene foi internado e todo o seu corpo estava coberto por gesso. Me aproximei lentamente observando seu rosto com os olhos fechados que mais parecia que estava dormindo e como eu preferia que estivesse. Pensar em perde lo foi mais doloroso do que eu imaginava e eu esperava uma dor, mas não como a que estou sentindo. O som de uma cadeira de rodas me acordou dos meus pensamentos quando percebi que Enid estava ao meu lado. Seu braço esquerdo estava engessado, assim como suas duas pernas também, uma cinta médica cobria todo o seu tórax, tirando os cortes em seu rosto e os inchaços.

- Você não vai perde lo. Vai ficar tudo bem! - sussurrou ao meu lado.

- Ficará sim. Eu vou arrancar cada osso da carne da pessoa que fez isso com vocês e irei jogar para os cachorros no canil da cidade.