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Assim que cheguei no quarto, percebi que as coisas de Enid estavam bagunçadas, o que significava que ela não dormiria aqui esta noite. Era compreensível que Enid corresse para os braços de Ajax, já que o medo a consome mais rápido do que a lua cheia. Estava pensando em como Mãozinha estava fazendo falta, mas também ele estava seguro e não seria um alvo dessa vez, porém meus amigos eram os alvos e eu estava os colocando no fogo, em perigo.

Batidas na porta me fizeram sair dos meus pensamentos. Me levantei da cama e fui abrir.

— Xavier? — perguntei confusa ao vê lo na minha porta de cabelo molhado, roupas largadas é uma mochila em seu ombro.

— Enid foi para o meu quarto, eu... posso? — perguntou sem graça.

Dei um passo para trás, permitindo que entrasse no quarto.

— Nossa, ela realmente pensou de último hora! — falou ao ver a bagunça no lado do quarto de Enid.

— O medo é algo que Enid precisa controlar. — sentei na minha cama.

— Não só Enid.. — Xavier colocou sua mochila no chão e sentou ao meu lado.

— O que quer dizer com isso? — o olhei.

— Ela não é a única com medos que precisam ser superados. — ele respondeu e mesmo assim não o entendi.

— Insinuando algo, Xavier Thorpe?

— Olha como você é inteligente! — ele sorriu e revirei os olhos. — Você tem medo de se envolver com as pessoas. — explicou.

— Não posso permitir me magoar, nem magoar outras pessoas.

— Mas aí você perde oportunidades! Nem todo mundo é como o Tyler... — seu sorriso sumiu.

— Xavier, você-

— Eu sei, Wandinha! — me interrompeu. — Eu sei que você quer ir devagar, mas eu não sei se vamos estar vivos depois de amanhã. — pegou minha mão. — Eu só quero que você saiba que eu amo muito você e se for para eu morrer para salvar você, eu irei feliz!

As palavras de Xavier soavam com sinceridade nos meus ouvidos. Ninguém nunca havia que amava antes, sem ser meus pais e meu irmão, e é sentimento estranho de me sentir acolhida.

— Ninguém irá morrer! — me levantei me afastando um pouco.

— Eu entendo sua insegurança e vou respeitar o seu tempo e espaço! — ele levantou co um sorriso no rosto. — Por isso eu trouxe chocolates. — pegou algumas barras de chocolate da sua bolsa no chão. — Sim, eles são amargos, perfeitos igual você! — ele direcionou para mim e eu peguei os chocolates, eram da marca que eu mais aprecio, a única marca de chocolate que eu ousava comer. — Eu também trouxe refrigerantes, salgadinhos, esse bolo aterrorizante e essas balas azedas que eu tenho certeza que você dirá que são doces. — riu.

Colocou as duas garrafas de refrigerante em cima da mesa, assim como o bolo, os salgadinhos e as balas azedas. O bolo era redondo e tinha uma cobertura negra por todo ele, provavelmente chocolate, os pacotes de salgadinhos também eram pretos e os sabores eram descritos como picantes. Meus olhos brilharam ao ver tudo aquilo. Mesmo sendo pouca coisa, com certeza era o tipo de coisa que eu faria para mim mesma e Xavier acertou principalmente na escolha da cor. Vocês devem estar se perguntando o porquê que fiquei deslumbrada com algo tão pequeno em comparação ao encontro com Tyler na cripta, mas Xavier se colocou em meu lugar para me impressionar.

— Gostou? — perguntou tirando um notebook da mochila. — Eu posso fazer algo melhor depois, isso foi de última hora. — começou a falar abrindo o notebook.

— Está horrivelmente bom, Xavier!

— Ufa! — suspirou. — Que tal um filme de terror? Você escolhe!

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