Wednesday

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Os feitiços do livro eram extremamente complexos e difíceis. As aulas estavam me deixando exausta com a quantidade de assuntos que eu tinha que absorver das aulas e desse livro. Meus pensamentos estavam perturbados com a quantidade de perguntas sobre os feitiços, como teria Gody de volta e para minha sorte, minha mãe não atendia sua bola de cristal e eu estava sozinha.

Os dias foram se passando, Yoko ainda observava cada passo de Ema e Eugene parecia estar bem, apesar de nunca entender os olhares tristes de Ema para si. As palavras do livro estavam consumindo toda a minha energia e com Xavier e Enid sempre ao meu lado, estava sendo complicado para me concentrar no que tenho que fazer em pouco tempo. Não estava conseguindo ter êxito e muito menos as minhas visões estavam me levando a algum lugar, não me davam respostas e nem me conectavam com a irmã da diretora Weens. E falando em diretora, a nossa atual estava muito empenhada em não mais permitir que os alunos saíssem para a Jericho e que estivessem em seus quartos uma hora antes do toque de recolher. Mesmo não dando um aviso formal como foi na minha visão, as coisas estavam começando a acontecer e eu precisava ter Gody de volta para derrotar quem está atrás disso tudo. Para Bianca e os outros, a mulher falecida do prefeito está de volta e isso explica o sumido do Lucas, mas segundo Gerda essa informação está errada, e eles não precisam saber disso.

Agora era cinco da tarde, o horário para que entrássemos em nossos quartos, eu estava na varanda do meu quarto com minha bolsa nas costas e pronta para fugir para algum lugar que eu tivesse paz para me concentrar e trazer minha ancestral. Sempre fui acostumada a fazer tudo sozinha por não querer confiar em ninguém e desta vez eu não teria escolha em sair e não contar nada para Enid. Assim que a porta fechou, me apressei em sair dali. Meus passos silenciosos e rápidos me guiaram até o clube das abelhas, o lugar mais próximo do quarto e que eu tinha certeza que seria o primeiro lugar que Enid pensaria em me procurar.

Tirei as coisas da mesa jogando as no chão e coloquei minha bolsa em cima logo retirando o livro de dentro dela e o abrindo sobre a mesa. Como eu não tenho ideia de qual feitiço seja, por impulso eu toco o livro e fecho os olhos. Na escuridão dos meus olhos fechados, não vem uma visão como sempre, consigo escutar uma voz.

— Cinco, quatro, três. — a voz repetia esses três números. Não era uma voz que eu reconhecesse.

Abri os olhos e procurei a página quinhentos e quarenta e três, era a última página e estava em branco.

— Se você pedir ajuda, seus problemas diminuem! — a página do livro surgiu com um movimento de sua mão.

— Não sabia que seus poderes psíquicos eram tão avançados. — olhei em seus olhos. — Ema.

— Eu só joguei sal, bobinha! — ela riu e mostrou um pequeno frasco com sal em sua mão. — Eu sei que não devo interferir no futuro e minha mãe vai me matar, mas você já deveria estar com a Gody, sua visão vai acontecer depois de amanhã. — ela apontou para o calendário.

Em minha visão eu não vi datas, mas confiar em Ema era o que restava. Agora o livro estava com as palavras a mostra, além de um desenho de uma garota com outra em versão maior atrás.