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Após tentar explicar para Enid a minha visão, ela ficou super empolgada e saltitante, assim como o Mãozinha estava pulando de alegria também. Eu, por outro lado, não estava nada feliz com isso, eu não posso me apaixonar, nunca vou me apaixonar.

O dia seguiu com minha animação igual a zero em comparação a Enid que mais prestava atenção em mim do que no conteúdo das aulas. Assim que voltei para o meu quarto decidi que perguntaria a minha mãe sobre a minha visão, ignorando totalmente o fato de que não podemos nos comunicar na primeira semana. Não demorou muito para que sua imagem e a do meu pai surgisse na bola de cristal.

— Precisamos conversar, mamãe! — falei olhando para o pai que logo desfez seu sorriso.

— É bom vê la, minha pequena tarde chuvosa! — ele falou antes de sair.

— O que houve, minha tristeza sem fim? — minha mãe perguntou preocupada.

— Estou sentindo coisas estranhas acontecerem comigo e busquei nas minhas visões. O que me deu mais perguntas.

— Diga, o que quer saber? — perguntou receosa.

— Vi Gody Addams conversando com uma garota, falando que ela sentirá amor por alguém antes mesmo dos reais sentimentos e esse será o seu único e último. — expliquei em poucas palavras. — O que quer dizer?

— Eu lhe falei que nunca poderia fugir do amor, minha nuvem de negatividade! — ela respondeu calma e plena. — Você vai sentir algo que não saberá descrever e muito menos identificar. Seu estômago vai revirar, mas não a ponto de lhe fazer botar algo para fora. Vai sentir um arrepio gélido percorrer todo meu corpo. Isso é o começo e a forma de identificarmos quem é o amor da nossa vida. Foi assim que eu e seu pai ficamos juntos e todos os outros Addams! Somos bruxos poderosos e o amor é algo que escolhemos ser nossa fortaleza ou nossa ruína, por isso carregamos uma maldição de sangue que só podemos nos apaixonar uma única vez. — explicou.

Minha mente tinha agora todas respostas que queria, mas com o quádruplo de indignação.

— Obrigada, mamãe. — agradeci recebendo um sorriso em troca e logo desliguei a bola de cristal.

Não sabia o que pensar. Meus pensamentos estavam confusos demais para formular algo e agora meu subconsciente mandava, como grandes bolas de canhão, as lembranças da minha mãe sempre falando para e meu irmão que teremos apenas um único amor. Conversas que fazia o possível para ignorar e esquecer.

— Amanhã é o primeiro sábado em Jericho, marcamos de ir ao Cata Vento. Quer ir? — Enid perguntou entrando no quarto saltitando em felicidade.

Eu ainda olhava para a bola de cristal, vendo apenas o meu reflexo nela.

— Está tudo bem? — Enid perguntou ao perceber minha vulnerabilidade.

Não precisei responder, pois ouvi o dedilhar do Mãozinha explicar tudo para Enid e era tudo o que eu não precisava no momento.

— Aí meu Deus! — Enid gritava pelo quarto. — Isso parece uma fic do Wattpad!

Mãozinha fez sinais concordando com sua fala.

— Mas e aí? Como vai ser daqui pra frente? — Enid perguntou após se recompor e controlar sua respiração.

Eu não sabia o que responder e o que eu responderia? Afinal, como eu poderia ter um final horrível bom como o dos meus pais se o meu nem começou e estava sendo pior que um horrível ruim?

— Precisamos juntar o casal! — Enid falou determinada. — Você vai no Cata Vento com a gente amanhã!

Mãozinha dedilhou fazendo a pergunta que também rondava minha cabeça.

— Bianca? Não, não! — ela respondeu o Mãozinha sentando se na minha cama. — Ela quer voltar o relacionamento por causa do que aconteceu no último semestre. — respondeu.

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