Lobisomem - Parte 1 (capítulo revisado)

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Severus, em todos os seus anos estudando em Hogwarts, nunca tinha enfrentado tanta humilhação quanto a que estava sofrendo nessas últimas semana. Não só os Marotos, toda a escola parecia estar tentando atacar ele ao mesmo tempo.


Suas coisas desapareciam sem mais nem menos, seu material escolar (pelo qual ele trabalhou tanto para poder comprar) era jogado ao vento, no lago ou rasgado sem dó. Ele estava se encrencando feio com os professores por não conseguir fazer seus trabalhos adequadamente, até Flitwick parecia decepcionado com ele, para o desespero do rapaz (o homem dizia como ele estava se tornando um garoto preguiçoso depois das férias, e que isso deveria ser algo para ele se envergonhar).


Suas roupas também começaram a aparecer rasgadas em seu dormitório, e ofensas eram escritas em vermelho na sua cama e mesa de cabeceira.


O garoto não conseguia mais dormir direito, depois do incidente com a tinta vermelha e a exposição que sofreu ano passado na frente de toda a escola, tinha medo de que pudessem tentar fazer algo com ele enquanto dormia. Por isso, sua feição foi marcada por olheiras escurecidas e por um rosto que era só pele e osso, e os alunos da Sonseria? Oh, os alunos que sentavam perto de si nas refeições se certificavam de comer como condenados, pegando para si quantidades absurdas de comida, que geralmente eram apenas jogadas fora depois. Deixando para o pobre menino uma quantidade de alimento que sequer era o suficiente para saciar um jovem elfo doméstico. Severus parecia um morto vivo, até mesmo os fantasmas pareciam mais saudáveis do que ele.


O ápice de sua humilhação, entretanto, foi deixada para o final...

Severus tinha acabado de chegar em seu dormitório (e com chegar, entenda que mais uma vez ele estava fugindo de, bom, praticamente todos os alunos da escola), quando viu:

Suas roupas mais uma vez rasgadas e espalhadas no chão, sujas de tinta e o que Severus esperava não que não fosse fezes de coruja. Seus livros tão queridos amassados e também rasgados, palavrões e ameaças em vermelho escritas em todo o espaço ao redor de sua cama (no chão, na parede e até algumas no teto do dossel). Ingredientes de poções derramados pelo chão e ensaios perdidos para sempre no fogo da lareira.


Mas isso não era o pior.


Alguns feitiços de reparo e seus livros roupas estariam usáveis mais uma vez, feitiços de limpeza poderiam limpar os insultos gravados pelo quarto, e mesmo que levasse muito tempo ele poderia reescrever seus ensaios e barganhar com alguns fornecedores que conhecia por um novo lote de ingredientes. Tudo tinha uma solução, não era nada que ele nunca tivesse encarado de qualquer forma. Tudo poderia ser resolvido, exceto aquilo:


Seu ursinho, Bambam, havia sido desmembrado por inteiro, seus olhos haviam sido arrancados e suas roupas picotadas e usadas como uma espécie de confete ao redor dele. Seus membros estavam jogados sobre a cama e pareciam ter sido carbonizados em algum nível, enquanto a cabeça tinha sido posta no centro de várias fotos que mostravam Snape abraçado com a película enquanto dormia.


Devido ao cansaço extremo dos últimos dias o jovem deve ter se esquecido de pôr os feitiços de privacidade ao redor de sua cama, permitindo que seus colegas o flagrassem dormindo e encontrassem seu bichinho logo depois que ele saiu para as aulas.


Junto dos restos de seu amiguinho mutilado e das fotos havia um bilhete que dizia:

"Amanhã de manhã a escola inteira saberá o quão profundamente desprezível e bizarro você consegue ser. Alguém nojento que finge ser tão adulto e maduro mas que ainda age como uma criança quando não há pessoas por perto. Me diga, você chupa o dedo também? Usa fraldas?

Faz sentido você estar abraçando esse ursinho, na verdade. Já que ninguém com a cabeça no lugar poderia sequer cogitar a ideia de respirar o mesmo ar que você, não sobrou ninguém no mundo que possa amá-lo afinal de contas, né? Não é uma surpresa.

Redenção de Tobias SnapeOnde histórias criam vida. Descubra agora