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"AMIGA... TENHO UMA NOTÍCIA ótima e outra ruim"

Assim começou a série de mensagens de Mima no meu celular. Era quase meia-noite. Eu estava de pijama debaixo dos cobertores, mas não conseguia dormir. Ficava apenas olhando as gotas de chuva baterem contra o vidro da janela, sem realmente vê-las. O que preenchiam o fundo dos meus olhos eram as cenas do que acontecera mais cedo no Playcenter.

"Aaaa EU TO EM CHOQUE ATÉ AGORA"

"A ótima: consegui ^-^! E ele disse q vai considerar!! *-* "

Minha pulsação disparou. Ele vai... o quê?!

Aquilo caiu igual a uma bomba no meu colo.

"A ruim: os estudos vao atrapalhar :( "

"E ele tem a prova do avanço de curso"

"Mas só de saber que ele tá pensando em mim já vale a pena!"

"Estou devendo uma pro Luke, aquele filho-da-mãe esperto!"

"Estou muito feliz!"

Fechei a tampa do celular e encolhi-me, mantendo a cabeça bem próxima dos joelhos. Fiquei me embalando, tentando barrar o fluxo de emoções desconhecidas que brotavam do meu peito.

Senti o celular vibrando novamente.

"Vc está feliz por mim também?"

Retornei minha atenção à chuva.

Graças a ela, não conseguimos ir à roda gigante e nem ver os fogos de artifício. Um pouco depois de sairmos da Casa dos Horrores, ela começou a cair bem fininha; depois, moderada. Pelo risco de acidentes, o parque começou a fechar as atrações e o show pirotécnico foi cancelado. Ouvimos pelos alto-falantes que, devido aos transtornos, todos ganhariam o ticket re-play.

De qualquer forma, eu e Hiero não iríamos conseguir alongar a noite mesmo, já que, nesse meio tempo, recebi uma mensagem de Bruno dizendo que chegaria em poucos minutos para nos buscar.

O drama começou quando Mima disse que sua carona havia sido cancelada por algum motivo familiar, aí ficamos tentando achar uma maneira de conseguirmos levá-la para casa.

Dahlia voltaria com os pais e a irmãzinha, que também estavam no parque, e daria carona ao namorado. Luke viera na sua Harley, e por causa da chuva e falta de um capacete extra, estava fora de cogitação. Hiero disse que estava de carona comigo, e iríamos para a direção oposta.

Debaixo daquela área coberta, no meio do trânsito de pessoas apressadas para irem embora em ônibus escolares e em carros próprios, ficamos discutindo o que fazer.

— Tudo bem, gente, eu vou de táxi. É o jeito. — Mima parecia desapontada. — Não é seguro ir de transporte público sozinha numa hora dessas.

Lembrei que ela planejava se declarar no momento dos fogos. Pelo visto, tudo foi arruinado.

Segredos dele, Mentiras delaOnde histórias criam vida. Descubra agora