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O CANTO MELODIOSO DOS PASSARINHOS foi o despertador perfeito para aquela manhã perfeita. Aliás, desde quando o mundo era assim tão... fantástico, colorido e mágico? Pulei da cama com uma animação digna de um número musical. Se fosse possível, agora eu seria a Matilda – balançando os braços e fazendo todos os objetos do meu quarto dançarem ao redor de mim ao som de "Little Bitty Pretty One".

Dei o quinquagésimo nono suspiro apaixonado. Meu coração parecia querer criar asas e voar do peito.

Ontem, fiquei assim até tarde da noite, pois minha mente insistia em reviver aqueles momentos com Hiero. Mesmo sem fechar os olhos, ainda conseguia sentir o sabor dos seus lábios macios, sua voz de chocolate derretido, e o cheiro natural da sua pele, tão balsâmico, tão masculino... Daí, voltava a ter o frio na barriga e a flutuar pelas nuvens. Ria abobalhada, esperneando de levinho, apenas para voltar a sonhar acordada de novo.

E mal abri os olhos, já estava pensando nisso.

Com os braços abertos, saltei de volta na fofura dos edredons. Cobri meu rosto risonho e flamejante com ambas as mãos e rolei de lá para cá na cama.

Kyaaaaaak! Ainda não consigo acreditar que é real! O garoto dos meus sonhos também gosta de mim...!

Oh! Será que ele já havia acordado? Sorri toda besta. Imaginei-nos tomando café grudadinhos, mandando beijinhos um para o outro no ar. Hiero me mimava com um delicioso pedaço de torrada com geleia, enquanto eu abria a boca em um meigo "aaaah"...

Aaaaah — esperei o aviãozinho de ovos mexidos, mas ele não veio até mim. Antes, prosseguiu para a boca do rapaz ao meu lado, o qual mantinha sua atenção fixa nos cadernos em cima da mesa da sala de jantar.

— O que está fazendo? — Ele olhou para mim, percebendo meu recuo.

— N-nada! — respondi sem graça. — Só... Aaaah, que dia lindo, né? — contornei depressa.

— É... lindo para estudar. — Hiero torceu os lábios e voltou a anotar algo. — Semana que vem já começam as provas finais, lembra?

— Pois é... — Acompanhei seu desânimo, dando uma dentada na minha torrada. Como ele podia ficar tão sério sendo que eu mal conseguia parar de sorrir de orelha a orelha? Será que só eu tinha sentido toda aquela intensidade de emoções? E, poxa vida, estudar durante o café da manhã, a refeição mais importante do dia, comigozinha bem ali ao lado...?

Ainda estava a fazer um beicinho dengoso quando senti sua mão quente a cobrir a minha por baixo da mesa. Ele continuava com os olhos presos nos papéis como se não estivesse acontecendo nada. Entrelaçou seus dedos nos meus e suavemente roçou o polegar na minha pele. Era um toque inocente, porém, deixou meu coração enlouquecido.

— Oh, Bibi, já está de pé? — mamãe apareceu do corredor com um grande cesto de lavar roupas. Na mesma hora, desgrudamos as nossas mãos. — Ah, ótimo. Depois do café, poderia me ajudar a estender essas roupas?

Segredos dele, Mentiras delaOnde histórias criam vida. Descubra agora