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Assim como todas as segundas-feiras, hoje era noite de filmes. Dessa vez, porém, Emily não iria comparecer; tinha que fazer compras com a mãe. Hunter praticamente comemorou, já que não teria que ficar olhando-a se engraçando com Kevin. Os dois, então, foram para a casa do mais velho, onde aconteciam todos os encontros do trio –pelo quarto de Kevin não ter espaço e pela mãe de Emily não aceitar meninos no quarto dela.
  Ao abrir a porta, Hunter chamou pelo pai, que não respondeu, “ele vai chegar tarde”, pensou. Logo, se dirigiram para o quarto do maior, que já havia separado alguns DVD’s, e Kevin colocou sua mochila sob o sofá do amigo, indo analisar as opções de filmes.

ーAh, não, Hunter… Aqui só tem terror. Você sabe que eu não gosto. –disse enquanto segurava algumas capas de plástico.
ーNão, não, não… Isso é para semana que vem. Iremos assistir Harry Potter. –respondeu ligando a televisão.
ーQuando eu prometi que iria assistir a saga com você pensei que tinha, no máximo, quatro filmes de uma hora e meia cada… Assistimos dois, chegamos na metade do terceiro e não aguento mais!
ーNinguém mandou aceitar sem pesquisar antes. Vamos, faltam cinco filmes e o terceiro é o meu favorito. –sorriu, indo pegar cobertores e ligando o ar-condicionado.

  Depois de algumas horas, assistindo aos filmes e comendo besteiras, Kevin ligou para os pais, avisando que dormiria na casa de Hunter; o que o deixou feliz da vida. No fim, Schlieb acabou por gostar da saga, prometeu que leria os livros e ficou indignado por ninguém ter apoiado o Draco quando ele precisava.
  Ambos conversaram e riram bastante. Sylvester sentia falta disso; de ter somente os dois. Aquele momento só foi estragado pelo pai do rapaz, que chegara do trabalho e resolveu ir até o quarto dele.

ーHunter… –o mais velho desceu as escadas e olhou para o filho e seu amigo. –Ah, oi, Kevin.

  O de óculos olhou para o mesmo e sorriu, o cumprimentando de volta.

ーEstão com fome? Se divertindo? –quando estava prestes a descer do último degrau para ir em direção da dupla, Hunter o replicou.
ーEstamos bem, pai. E nós já comemos.
ーBom, qualquer coisa me chama se precisarem… Ou, melhor, aproveitem a noite. –disse o Sr. Sylvester e piscou para Hunter, que se levantou e foi até o mesmo.
ーAcha mesmo que eu traria alguém sabendo que você voltaria para casa? –o de cabelos longos sussurrou para o outro. –Ainda mais o Kevin?! Ele namora…
ーNão seria a primeira vez… Ele namora com aquela “sem sal”, não é? Mas, vocês combinam e, cá entre nós, eles nem tem química. Já ‘tá na hora de ter um relacionamento que dure mais de uma noite. Ele ‘tá na sua, filhão. Vai fundo.
ーOlha quem fala… –Sylvester começou a empurrar o pai escada acima. –Pai! Só some daqui.

  O mesmo respirou aliviado quando seu pai saiu de seu quarto, mesmo que a força. Tudo bem que, talvez o mais velho tivesse razão, talvez. Ele queria acreditar que o mais novo também sentia o mesmo. O Sr. Sylvester aprendeu a ser um pouco mais liberal e a compreender mais o filho depois que ele havia quebrado a perna, eles se aproximaram, de verdade, no último mês. Antes ele não suportava a ideia do filho ser bissexual, achava que isso nem era algo real, mas quando alguém quer aprender e mudar, por si só, ela consegue. E ele estava se esforçando.

ーO que foi que ele disse? –indagou o de olhos azuis.
ーO de sempre… Merda.

  Logo, eles se prepararam para dormir, tomando banho, escovando os dentes e vestindo roupas confortáveis. Hunter colocou apenas uma calça moletom, como costumava fazer, expondo seus belos músculos; o garoto ficou encarando o amigo por uns segundos, que havia trajado apenas uma camisa do mesmo, que ficou um pouco grande, além da roupa íntima, admirando suas fartas coxas.
  Kevin ficou, claramente, nervoso, por fazer muito tempo que não dormia na casa de Sylvester e, também, desviou o olhar, de um jeito falho, do abdômen e do peitoral do mais velho, que começou a malhar nos últimos meses, mas que já tinha começado a fazer efeito, além de suas tatuagens pelos braços, recém feitas, mas já cicatrizadas, que para si o deixavam charmoso; porém não admitiria isso para Hunter, nem para ninguém.
  Quando se deitaram, o maior deixou apenas a luz do abajur acesa, virando de frente para Kevin.

ーBoa noite, Kev. –assim que ia se virar, sentiu a mão do outro tocando na sua. –O que foi?
ーPode… Me abraçar? Seu cobertor é muito fino, ainda estou com frio.

  Ele apenas concordou. Então, quando Schlieb tirou seus óculos, os colocando sob a cômoda, Hunter o agarrou pela cintura, o trouxe para perto de si e o abraçou por trás. Sentir o cheiro do mais novo, junto do calor de seu corpo, era um pouco torturante para ele. Apenas sentia vontade de agarrar-lhe e beijar-lhe de uma vez. Mas apenas beijou o topo da cabeça dele, afagando levemente seus cabelos em seguida e tornou a rodeá-lo com seus braços. Kevin, por outro lado, estremeceu quando o amigo o agarrou pela cintura e, antes de cair no sono, sentiu suas bochechas esquentarem.

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