Metal Boyfriends

✎🎸„09 .ཻུ۪۪⸙͎

Depois que a família Cinnamon foi para a casa, ou seja, apenas foram para a casa ao lado, Hunter, Kevin e Emily continuaram na sala, decidindo as músicas que iriam tocar na noite de sexta-feira.
No dia seguinte, quando Sylvester foi para a escola, ficou escrevendo a letra da nova música durante as aulas a partir do que já tinha escrito anteriormente. Os professores o alertaram algumas vezes para que prestasse atenção na matéria, mas ele estava concentrado demais na sua composição até chegar num resultado que o agradasse e deixou a ponte apenas para o solo de violoncelo da Emily, pois percebeu que ela tinha potencial para tocar sem a necessidade de um verso, para que o público se concentrasse naquele momento único.
Chegando no horário do almoço, eles se encontraram na mesma mesa para conversar sobre o ensaio que aconteceria daqui a algumas horas. Emily percebeu que Henri veio na direção deles, provavelmente por serem as únicas pessoas que conhecia naquele lugar, o que a fez se engasgar um pouco com a maçã que mastigava.

ーE aí, galera? Qual é o papo? –disse o menino que fazia Spector perder as estribeiras com aquele maldito sorriso. Por que ela ficava assim?

Kevin devolveu o sorriso gentil para o outro e a garota agradeceu mentalmente por ele não ter percebido a reação dela em relação ao seu vizinho.

ーEstamos comentando sobre as músicas que vamos tocar na festa do Clay. –ele respondeu, ajeitando os óculos.
ーEspera, vocês tem uma banda? Isso é demais! –Henri falou comendo sua salada. ーÉ de rock?
ーPfft... –Hunter só faltava rir na cara dele, mas se segurou e disse ーÉ de post-death metal! O melhor gênero musical, claro.
ーHm, nunca ouvi falar, parece interessante. E qual é o nome da banda?

Sylvester respirou fundo, logo Emily se apressou em responder a pergunta de Cinnamon.

ーSkullflower. Eu escolhi e fiz a marca da nossa banda.
ーSim e ficou lindo, mas... –Hunter ajeitou seus cabelos longos. ーEu preferia antes: Skullfucker. Só que não podíamos usar esse nome nem a marca anterior na batalha das bandas. Foi em cima da hora.
ーGosto dos dois nomes. Diria que Skullflower é até mais forte... Quando ouço as duas palavras juntas, me remete a morte. Acho um tanto poético e ainda irônico, até mesmo filosófico.

Kevin olhou para Hunter, um pouco entediados com o que Henri dizia, mesmo que fosse bonito e tudo mais, já Emily parecia ser a única a concordar com a fala do outro.

ーSe foi em cima da hora e a senhorita Spector criou um novo nome, um novo logotipo e um novo conceito, só prova o quanto é criativa. –ele a olhava com sinceridade e a mesma agradeceu com um sorriso tímido.
ーEntão, você vai na festa...? –a garota deixou o resto da maçã na sua bandeja e perguntou para o vizinho, esperando que ele respondesse “sim”.
ーAh, bem... Eu adoraria. –o sorriso da garota falhou, mas continuou em seu rosto. ーÉ que eu recito poesias e leio um livro infantil às sextas no orfanato da cidade. Se sobrar um tempo, quem sabe, eu dou uma passada para ver vocês tocando, não?

Emily sorriu com a resposta dele, concordando e achando aquela desculpa um ato nobre, Hunter e Kevin também acharam legal, todavia, não tanto quanto ela. Quanto mais passava o tempo com seu novo vizinho, mais queria conhecê-lo; diferente de Schlieb, ela e Henri tinham muitas coisas em comum e pensar nisso a deixava um pouco triste.