Uma semana.
Uma semana de um completo sumiço.Fazia uma semana que Kevin não dava notícias, não ia para a escola, estava desaparecido.
Na realidade, ele não havia, realmente, evaporado.
Ele ficara sob os cuidados médicos por uns 4 dias. Seus ferimentos eram sérios: várias de suas costelas haviam sido fraturadas e, por pouco, não teve uma hemorragia interna; sem contar com os outros machucados e hematomas pelo seu corpo.
Era um milagre ter sobrevivido. Se não fosse por sua mãe ter denunciado seu pai que, com muita tristeza, também era seu agressor, talvez tivesse partido para outro plano. Se a polícia e a ambulância não tivessem chegado a tempo...
Nem ele mesmo sabia como havia chegado ao hospital, quanto tempo ficara desacordado, só sabia que tinha ficado no soro por bastante tempo, porque a bandagem que cobria a marca do acesso da agulha ainda estava no seu braço.
Assim que voltou a tomar consciência de si, sua mãe que estava sentada ao seu lado, sorriu e se mostrou abalada.ーOi, meu amor... -ela apertou a mão dele levemente, fazendo uma carícia. ーQue bom que você acordou...
ーMãe...? -ele apertava os olhos, por estar sem os óculos, então sua mãe, de prontidão, os pegou. Estava remendado, mas, tudo bem, pelo menos alguma coisa iria enxergar.
ーSim...?
ーE-ele está aqui? -perguntou, apreensivo
ーNão, meu filho. -ela limpou uma lágrima. ーEle não vai te machucar. Ele está longe... Preso.
ーE-eu... -o mesmo tentou levantar, percebendo que seria inútil.
ーShh... Você deve estar cansado.Ele concordou com a cabeça e olhou em volta, sem saber o que dizer e sorriu.
ーEstá tão ruim? -Kevin disse apontando para o próprio rosto e sua mãe riu.
ーEstá... Péssimo. -limpando mais uma lágrima, ela respirou fundo e afagou os cabelos do menor.
ーVocê está bem, mamãe?Ela deu de ombros, provavelmente segurando o choro; seu rosto estava vermelho e inchado.
ーE você?
O menino deu de ombros, tentando sorrir e demonstrar que estava tudo bem, mas desabou a chorar, sentindo o nó na garganta aumentar. Era uma mistura de tristeza, de incerteza, mas, com certeza, também era de alívio.
Ele estava vivo.
Sua história iria continuar, seja como fosse.
Ele sobreviveu.
Sentindo os braços de sua mãe o envolvendo, usou o mínimo de sua força para retribuir e se aconchegar naquele enlace.ーE-eu s-sinto muito...
ーA culpa não é sua, Kevin. Nunca será. O culpado vai pagar.O jeito que a mais velha havia falado, fez seu corpo estremecer. Era perceptível o quanto aquilo era doloroso para ela também. E, assim, passaram-se os próximos minutos: abraçados e liberando as mágoas.
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Voltar para casa e entrar em seu quarto, agora, era esquisito. Não se sentia mais bem lá, não se sentia mais seguro. Sua cama, que o fazia tão bem, agora era só uma lembrança da violência que havia sofrido. Kevin preferiu dormir no mesmo quarto do irmão mais novo, esse que adorou e nem fazia ideia do motivo; o loiro sorriu, pensando em como era bom ser criança, ser ingênuo e só enxergar o lado bom de tudo, desejando mentalmente que o que aconteceu com ele, nunca chegasse perto de acontecer com o irmão.
Nos 3 dias que se readaptou na sua própria casa, esqueceu de ligar o celular, se importando em se recuperar e passar o tempo com a sua família. Nessa semana havia pensado bastante, estava decidido. Ligou o aparelho e assim que a tela brilhou, apareceram diversas mensagens e ligações perdidas de Hunter, Emily, alguns familiares... Ele se sentiu amado.
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Metal Boyfriends
FanfictionHunter Sylvester é um adolescente rebelde, o clássico bad boy do ensino médio, que demonstra sua ousadia através de seu estilo, sua personalidade e, principalmente, de sua banda, onde toca guitarra e é o vocalista, com músicas do gênero post-death m...