Thomas Jackson
Se passou um mês desde que vim jantar aqui na casa da minha futura esposa, fiz o pedido de casamento formal aquela noite. Nesse um mês ficamos preparando eventos, jantares e qualquer coisa para sairmos juntos com o único e principal objetivo de sermos fotografados. Ensaiamos histórias que usamos frequentemente, como por exemplo, as pessoas perguntavam onde tínhamos nos conhecido e falávamos: " Há dois anos em Paris". O que me interessa é que finalmente chegou o grande dia, o dia mais esperado por todo EUA.
O dia do meu casamento.
— Eu não tenho muito o que dizer, tentei muitas vezes escrever algo bonito e que te impressionasse, mas não consegui, então vou só ressaltar o quanto eu te amo...– começo os meus votos, óbvio que improvisando. — Eu amo como você tem disposição pra correr toda manhã e como fala do seu livro de cabeceira, que é o seu favorito inclusive.
Hella estava desconfortável, tinha no máximo 45 pessoas no jardim da casa dela que estava bem arrumado com essas decorações que colocam em casamentos ao ar livre, não nego que está muito bonito, mesmo assim continua brega.
— Amo como fica linda de óculos, como nunca me deixar esquecer de quem eu realmente quero me tornar, mas principalmente...– eu não sei o que falar. Pensa, pensa...— amo a facilidade que você tem pra me disconcertar e fazer com que os meus pensamentos girem em torno do seu sorriso. Obrigada por aceitar ser minha esposa, eu vou fazer de tudo pra...– te irritar até o último segundo desse contrato. — te fazer a mulher mais feliz do mundo.
Hella que estava de frente pra mim abre um sorriso que não consigo identificar se é falso ou não. Seu cabelo com ondas e com uma presilha do lado esquerdo, ela não vestia um vestido como as noivas tradicionais, era um vestido branco que passava dos joelhos mas não chegava aos pés, tinha um decote com um pequeno tecido transparente que deixava seus seios pequenos muito bem marcados, seus rosto tinha uma maquiagem leve que, sinceramente, ela sequer precisa.
A cerimonialista não parava de falar por um segundo, depois de Hella eu tive que falar algumas palavras idiotas até conseguir colocar à aliança em seu dedo, foi aí que ela falou as seguintes palavras:
"Pode beijar a noiva."
Dei um passo na sua direção vendo seu corpo ficar mais tenso, segurei a vontade de fazer um comentário desnecessário, coloquei uma mecha de cabelo que caia sobre seu rosto atrás da orelha lhe dando um beijo na testa em seguida, eu conseguia sentir sua respiração ficando cada vez mais rápida, rocei nossos lábios só pra ver a luta interna de sua mente, tenho certeza que ela está lutando pra se concentrar agora e eu gosto muito de saber que consigo mexer tanto com ela. Irritada com a demora Hella impulsiona o rosto para frente colando nossos lábios, solto sua mão colocando as minhas em sua cintura apertando levemente.
Ouvimos gritinhos, aplausos e assobios. As pessoas vieram nos parabenizar enquanto andávamos pelo espaço deixado entre as cadeiras indo em direção ao local que seria a "festa" que a senhora Marry nos convenceu a fazer, Hella decidiu que casaríamos aqui em sua casa, aceitei mesmo não concordando.
E ela ainda diz que não luto pelo nosso relacionamento... ri internamente.
— Parece que acabou de sair de um enterro e não do próprio casamento. – Coloco minha mão em suas costas guiando-a.
— Acabei de sepultar minha dignidade e paciência, uma eternidade de silêncio por favor.
— Muitas mulheres adorariam estar em seu lugar, amor. – Puxo a cadeira para que ela se sente.
— Devia ter se casado com uma delas e não me chame de amor! – Reclama.
— Por que não, amor? – ela revira os olhos e eu me divirto.
— Eu deveria ter colocado isso nas exigências.
— Sim, deveria...amor.
Ela coloca os lábios em linha reta, posso jurar que vi um sorriso pequeno em seus lábios. Ficar um mês com Hella me fez mudar alguns pontos e quebrar um achismo exagerado que eu tinha sobre ela, achei que fosse uma riquinha mimada e eu até tinha razão, mas uma riquinha mimada um pouco diferente das outras e eu gosto disso. Acho que me... afeiçoei a ela de alguma forma... eu não consegui achar uma palavra melhor.
Hella pegou em minha mão entrelaçando nossos dedos, jogou a cabeça para o lado discretamente e vejo que Dante está vindo na nossa direção, pelo amor de Deus!
— Hella, tem um monte de urubus lá fora. – Informa. — Cunhado, que maravilha vê-lo aqui...
— É o meu casamento, esperava que eu estivesse onde? – Pergunto.
Dante me olha como se quisesse me matar e eu sei que ele realmente quer.
— Tem certeza que é com ele que você quer passar um bom tempo da sua vida? – Perguntou para Hella, ela ri balançando a cabeça negativamente a olho com as sobrancelhas franzidas.
— Isso não é algo legal de se dizer no dia do nosso casamento, amor! – Finjo que estou chateado.
— Oh, o que foi? Vai querer um beijinho? — Hella debocha, levanto as sobrancelhas sugestivo.
— Nem fodendo. – olho para Dante, esse babaca é a pedra no meu sapato... eu ainda não sei o que Hella fez para convencê-lo a me dar a presidente da empresa sem contar pra ele do nosso contrato, bom, eu não me importo de qualquer forma.
Depois de duas horas sorrindo, conversando, comendo, bebendo e tudo mais podemos ir embora. Coloco as malas de Hella no porta-malas e outras no banco de trás da BMW do meu irmão, duvido muito que ela use tantas roupas.
— Você já está com a chave, então, deixe essas malas no quarto principal. – Digo, o vendo balançar a cabeça positivamente.
— Espera, esse é o seu quarto. – diz e logo entreabro os lábios. — Pensei que ela tivesse deixado bem claro que não durmiriam juntos...
— E ela deixou. – falo e logo saio de perto do carro, ele demorou alguns segundos para ligar e ir em direção do meu apartamento.
Eu decidi que deixaria a minha esposa dormir no quarto principal apesar de ficar em dúvidas se realmente quero ceder o meu quarto. Hella e eu não vamos para o meu apartamento hoje, fiz uma reserva em um dos melhores hotéis da cidade, já estou até vendo minha dor de cabeça por não ter pedido um quarto com duas camas, até porque não faz sentindo algum recém casados pedirem um quarto com duas camas.
Entro na casa procurando-a, todos já tinham ido embora exceto Heloisa, a melhor amiga de Hella, subi as escadas indo em direção ao quarto da morena.
— Hella? – bato na porta.
— Ei, entra. – Marry abre a porta com um sorriso e eu entro.
Ela não estava mais com o vestido branco com o qual estava antes e sim com um vestido preto um pouco abaixo dos joelhos, seus pés um salto da mesma cor, seu cabelo estava sem a presilha, tentei não analisar seu corpo de cima a baixo, no entanto, falhei miseravelmente.
— Já está na hora de irmos.
Digo caminhando até ela, chego perto o suficiente pra vê-la recuar um pouco, inclino a cabeça minimamente desaprovado seu ato. Puxo-a para mim, abraçando sua cintura, beijei seu ombro coberto pela manga do vestido.
— Vocês formam um belo casa. – Marry diz nos fazendo rir, claramente não foi um riso de felicidade.
Deus me livre de tal coisa!
— Vamos? – perguntou, colocando as mãos em cima das minhas tirando as de seu corpo.
— Que pressa é essa pra dar, meu anjo? – Heloisa pergunta divertida.
— Heloisa! – Hella briga.
— Eu vou chamar seu pai pra falar com vocês antes de irem... – Marry sai do quarto indo fazer o que disse.
Fomos embora depois de falarmos com John e ele me ameaçar dizendo que tiraria tudo o que eu tinha caso eu magoasse a filha dele, achei desnecessário, mas fazer o que? Quem vai acabar perdendo tudo não será eu.
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Amor e Contrato
RomanceEla vem de uma família rica, ele também. Ele tem um trauma, ela também. Um dos maiores defeitos de Hella é a teimosia; uma de suas maiores qualidades é a audácia. Um dos maiores defeitos de Thomas é o autoritarismo; uma de suas maiores qualidades a...