Hella Baker
Sai do banheiro, amarrei o hobby branco e saí do quarto, eu geralmente tomo um banho antes de tomar o café da manhã, mas hoje estou me sentindo faminta, o que é meio estranho.
Fui mancando até a sala e me deparar com Thomas do outro lado da bancada perto do fogão, na sua mão esquerda um copo de whisky pela metade, sua mão direita estava ocupada pelo cabo da panela. Descobri que ele estava fazendo panqueca assim que virou uma a jogando pra cima, ela caiu perfeitamente na frigideira, como pode? Isso é quase impossível!- Desde quando você cozinha? - perguntei chegando na bancada
- Desde quando aprendi. - falou sem olhar pra mim.
Ergui as sobrancelhas rapidamente digerindo a irritação do loiro logo pela manhã, Thomas juntou com as outras a panqueca que ficou pronta em um prato que estava na bancada, a mesa não estava pronta então resolvi fazer, peguei dois pratos os colocando um em cada ponta da mesa nos deixando distantes, porém, de frente um para o outro, já tinha algumas frutas cortadas na geladeira em potes de vidro as peguei e logo peguei o melaço que estava atrás da torta de limão que Olga tinha feito ontem, os coloquei na mesa, peguei a jarra de suco de laranja, as xícaras e os talheres.
- Onde está Olga?- perguntei, não é normal não vê-la todas as manhãs, eu adoro conversar com ela e saber das suas histórias e contá-la das minhas insatisfações por algum motivo, ela sempre tem a coisa certa ora dizer.
- Por que? Quer que ela faça a mesa pra você? - o tom insinuativo foi o que me deixou mais puta, respirei fundo colocando o mais tranquilamente os garfos no lugar.
Thomas, terminou de fazer as panquecas, pegou o prato que as tinha colocado e deixou em cima da mesa antes de se sentar, me sentei do lado oposto, o mais longe possível.
- Temos uma festa de inauguração de uma das filiais de um dos meus sócios.
— Temos? - pego uma panqueca a colocando no prato.
— Sim, temos.
— Temos? - Pergunto mais um vez.
— Você é surda ou alguma coisa do tipo? - Pergunta irritado.
— Não fale assim comigo, você não está falando com a sua mãe. – Falo mais irritada ainda. — E além do mais, como você lembrou ontem é o nosso aniversário de casamento, acha mesmo que a mídia vai deixar passar?
Ele respirou fundo e tentou relaxar na cadeira mordendo o próprio lábio, meus olhos desviaram rapidamente pra sua boca o fazendo rir, Thomas pega seu prato arrastando para perto de mim se sentando ao meu lado. Senti meu corpo quente e eu soube que ele estava me olhando. Olhei para ele e soube que corpo obedecia a ele tão bem que me assustava, percebi que eu tinha atração por ele e isso me preocupa.
— Então vamos jantar. – Ele diz, pisco exageradamente.
— Onde?
— Em algum restaurante por aí. – Responde.
— Eu não acho que isso é boa ideia.
— Por que não, Hella? - perguntou e mordeu novamente o lábio.
Eu me recuso a responder e a me sentir atraída por esse palhaço.
Por Deus, eu poderia me sentir atraída por qualquer homem, qualquer um.— Eu escolho o restaurante. – Falo e me levanto.
— Justo! – diz me olhando de cima a baixo.
[...]
Terminei de secar o cabelo, eu já tinha tomando banho e feito uma maquiagem básica, passei um batom vermelho sangue na boca e arrumei o roupão e tomei coragem pra sair do banheiro sabendo que Thomas estava no closet, assim que passei pela porta o vi colocando o colar de ouro (sem pingente), ele vestia uma camiseta gola alta de mangas preta e uma calça social e sapatos sociais da mesma cor, passei a língua no lábios. Peguei a roupa que tinha escolhido mais cedo, peguei lingerie na gaveta e Thomas saiu par que eu pudesse me vestir.
Coloquei a calcinha preta de renda assim como o sutiã, logo passei o vestido branco pelo corpo, o vestido tinha mangas e um pequeno decote em V, vinha até as coxas, era um pouco justo na cintura, mas não marcava as curvas do meu corpo, peguei o salto branco que tinha pequenos detalhes em dourado na fivela que ficaria no me tornozelo, falando no meu tornozelo, ele ainda dóimais nada que me impeça de andar normalmente.
Thomas entrou assim que abri a porta do closet. Caminhei até minha gaveta de joias escolhendo alguns anéis não esquecendo da minha aliança.— Não esquece a aliança, amor. – o loiro falou risonho, revirei os olhos.
— Não esquece a sua aliança, amor. – frisei o "amor". Peguei os brincos de ouro e caminhei até o espelho para colocá-los, eles eram extremamente delicados e quase imperceptíveis. — Que tal você fazer algo de útil e me trazer esse colar que está em cima da bancada. — disse colocando o brinco na orelha esquerda.
Thomas balançou a cabeça negativamente, pegou o colar que combinava com os brincos, ele era fino e também delicado, tinha uma pedra de diamante bem pequena, era lindo. Tentei pegar a joia da sua mão, mas não obtive sucesso, o loiro chegou perto de mim e eu dei um passo para frente o fazendo respirar fundo. Senti sua mão na minha barriga me puxando até colar no seu corpo, dessa vez sou eu que estou respira do fundo.
— Thomas!
— Não se preocupe, Hella, eu não mordo... só quando pedem. Agora, segure seu cabelo para que possa colocar esse colar em você. — Sussurrou, ele me olhava pelo espelho, droga!
Droga!
Droga!
Droga!
Mil vezes droga!Thomas passou o colocar pelo meu pescoço e eu segurei o meu cabelo, senti sua mão descer novamente até minha barriga me apertando levemente contra seu corpo e em seguida um beijo demorado na minha nuca, me inclinei um pouco para frente, fechei os olhos, soltei o cabelo colocando minha mão sobre a sua. Entre abri a boca pelo contato exagerado e que eu claramente não estava esperando, seu perfume me anestesiou de uma forma que eu não consigo explicar me deixou imóvel, engoli em seco.
— Estamos atrasados, amor, espero que já tenha terminado. – Sussurrou mais uma vez no meu ouvido.
— Terminei.
— Porque você está ofegante, Hella? - franzi o cenho.
Tirei suas mãos do meu corpo e o afastei, apertei minha nuca e joguei o cabelo para trás. Fiz a expressão mais plena que consegui.
— Não estou ofegante. – Mentira, estou sim. — Bom, estamos atrasados, amor, espero que já tenha terminado.
Usei suas palavras e novamente frisei o "amor", saí quase correndo do closet o deixando parado lá com um sorriso idiota nos lábios. Eu tinha deixado a bolsa que eu usaria na poltrona ao lado da cama, não tinha alça, era de mão e combinava com o meu sapato.
Olhei a hora antes de colocar o celular na bolsa e realmente estávamos atrasados, eu tinha feito uma reserva para as oito no meu restaurante italiano favorito que aliás é caríssimo, nada melhor do que tentar falir o homem mais rico do país, não é mesmo? São sete e quarenta, leva meia hora para chegarmos, ou seja, realmente atrasados.Thomas e saímos do apartamento em caminho ao elevador que nos levará até sua coleção de carros, ele estava com a chave na mão e eu tenho quase certeza que é a do Aston, mas quando chegamos ao subsolo percebi que estava errada, ele caminhou direto para o Bugatti, o que significa que não vamos chegar em meia hora, vamos no horário porque esse carro tem um ótimo motor e o loiro dirige como um louco, mas não se engane... eu não estou reclamando. O loiro abre a porta pra mim e enquanto caminho para o carro tento disfarçar a surpresa no meu olhar.
Céus, essa noite vai ser longa.
Que Deus me ajude e que os anjos do alto controle estejam comigo, amém!
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Amor e Contrato
RomanceEla vem de uma família rica, ele também. Ele tem um trauma, ela também. Um dos maiores defeitos de Hella é a teimosia; uma de suas maiores qualidades é a audácia. Um dos maiores defeitos de Thomas é o autoritarismo; uma de suas maiores qualidades a...