Você é inexplicável, Ayla.

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Gabriel Martinelli point of view 🇧🇷

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Gabriel Martinelli point of view 🇧🇷
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Estava me arrumando para ir a casa de Anne, bom, não exatamente me arrumando, apensar vestindo uma camiseta.

Marquei de conversar hoje com Anne. Nós estamos ficando a uns dias e ela parece estar se apegando demais, e bom, eu acabei de terminar um relacionamento de três anos. Acho isso motivo o suficiente para não querer algo sério.

Respiro fundo, criando coragem moral para a conversa que teria que encarar, Anne é uma garota incrível, mas o problema é que eu não consigo gostar dela como ela quer.

Me sinto pressionado quando ela diz coisas fofas que casais dizem um para o outro. Sempre minha mente me leva até Ayla. E isso é uma droga. Faz dois messes que eu tô tentando tirar essa filha da puta da minha cabeça, bom, não tenho conseguido.

Dois messes, hoje faz exatos dois messes e merda, eu contei os dias.

Sinto falta daquela garota como nunca pensei que sentiria falta de alguém, mas nem fudendo que vou pedir pra voltar. Meu ego não permitiria um ato tão desesperado assim.

Passo meu perfume e pego meu celular pra ver se a hora havia chegado, não consigo ver, pois assim que a tela se ilumina meu olhar vai até uma notificação específica. Uma mensagem de áudio, dela.

Mas que porra é essa?

Abro o whatsapp numa velocidade fora do normal, talvez eu esteja desesperado para abrir esse áudio, e daí? Ela que mandou, ela que pisou em seu ego primeiro.

Abro o áudio e... Porra, Ayla estava obviamente bêbada, um funk extremamente alto no fundo de sua voz, mas porra, não tinha como não ouvi-la perfeitamente, aquela voz, que saudade daquela voz.

"Oi Gabriel... É... Bom, eu provavelmente não lembrar disso amanhã então foda-se. - Escutei ela sorrir, e um arrepio percorre pelo meu corpo. - volta pra mim gab, pelo amor de Deus. Você tem noção de quanto eu tô sentindo falta de você cara? Eu juro que vou te bater por isso. - Dou uma gargalhada escutando suas palavras. - Namoral Gabriel, tô com tanta vontade de te beijar agora, seu filho da puta maldito. Já sei! Vamos subir uma hashtag? Hashtag volta pra Ayla gab. - Não aguentei, cai na risada.- Juro que quando eu te ver vou te meter a porra de um beijo. - Ah Ayla... Eu irei cobrar."

Ayla não combina com bebida, ela provavelmente vai morrer de vergonha amanhã, mesmo eu já tendo visto ela bêbada um bilhão de vezes e até mesmo cuidando dela nesse estado.

As palavras dela foram certeiras, Ah Ayla, sua maldita. Eu também queria te dar um beijo agora, mas infelizmente não vai rolar, não agora.

Mando uma mensagem de áudio a garota, sorrindo de lado quando aperto o botão de enviar.

"Ah Ayla, não considerarei suas palavras por estar bêbada, mas caso queira que eu considere, venha aqui em casa, de preferência sóbria. — Deixo um sorrisinho escapar. —  Vou fazer questão de te lembrar disso amanhã. — Respiro fundo deixando outra risadinha escapar. — Você é inexplicável, Ayla."

Bloqueio a tela do celular e o jogo no sofá. Me sento e olho pro teto. Mas que merda Ayla, por que você tem que ter tanto poder sobre mim?

(...)

— 'Tá de sacanagem com a minha cara, Gabriel? — Anne dizia se alterando cada vez mais, isso não era nada bom.

— Dá pra se acalmar? — Falo e tento me aproximar mas ela recua. — Porra. — Murmuro.

— Todo esse tempo, não significou nada? — Ela falava enquanto seus olhos se enchiam de água.

"Todo esse tempo"? Foram só alguns dias, algumas ficadas, só.

— Anne, por favor. Não complica as coisas. — Ela nega com a cabeça.

— Complicar, Gabriel? Mas que merda. — Jogou um travesseiro em mim e eu segurei.

— Se acalma por favor. — Não adiantava, parecia que eu estava dizendo: "Hey Anne, chore mais". — Eu só quero dizer que não quero nada sério Anne. Achei que fosse melhor falar agora para que você não se machucasse. — Digo coçando a nuca, eu não tenho paciência para situações assim.

Exceto com Ayla, quando ela chorava em nossas discussões, eu tirava paciência de onde eu nem sabia que tinha.

— Tem outra na jogada né? — Ela disse e logo eu levantei uma sombrancelha, não, não tem. Mas e se tivesse, o que ela teria haver com isso?

— Não Anne. Não tem outra, eu só 'tô lhe avisando, droga, quantas vezes eu vou ter que repetir a mesma coisa?

— Vai embora Gabriel! Agora. — Ela abre a porta e eu não a contesto. Apenas pego meu casaco e saio dali o mais rápido possível.

Isso era de sempre, ela sempre me mandava ir embora, e eu sempre amanhecia com uma mensagem da garota pedindo pra que eu fosse a sua casa no dia seguinte.

Anne é prima de Antony, conheci ela uma semana depois de terminar com Ayla. Antony me empurrou pra cima dela e consequentemente nós ficamos. O que foi um erro. Porque depois disso ela me bombardeou de mensagens, e depois de ficarmos três vezes ela já estava a me chamar de "amor", e então eu decidi vir conversar e esclarecer as coisas com a garota, e deu nisso.

Odeio essa coisa de cobrança, ter alguém me enchendo o saco sem motivo é horrível. Se eu namorar e realmente amar essa pessoa, eu acho ótimo que a pessoa se importe comigo. Mas quando eu não tenho nada com ela, e a pessoa me cobra como se fossemos casados, é uó!

Odeio admitir, mas acabei usando Anne como um "tapa buraco", me odeio por isso, mas também odeio Antony, aquele lixo jogou a menina em cima de mim!

Assim que entro no carro apoio minha cabeça no banco e respiro fundo. Que dia meus amigos, que dia.

𝐃𝐎 𝐈𝐍𝐈𝐂𝐈𝐎 - G. MartinelliOnde histórias criam vida. Descubra agora