Preciso esquece-lo.

544 42 6
                                    

Ayla point of view 🎤
.

.

.

Quando Gabriel saiu daquele armário e me deixou sozinha, eu senti uma vazio imensurável, era como se o maldito Martinelli tivesse levado consigo uma parte de mim.

Quando confirmei, ou melhor: menti, o olhar de Gabriel pareceu perdido, ele não me disse uma palavra se quer, apenas se afastou e esperou o chamado de Antony para sair do lugar. O clima tinha ficado péssimo e os minutos pareciam não se passar, minha verdadeira vontade era falar a verdade, dizer que nunca o superei e que o amo, que nada o que eu disse é verdade e que para mim, nós temos algo sim.

Mas eu não podia, eu precisava me colocar em primeiro lugar, preciso. Gabriel não fez um mínimo esforço se quer para demostrar algo, andar com aquela garota para cima e para baixo está longe de ser uma prova de amor.

Respiro mundo e me sento ao lado de Richarlison, que me olhava curioso, provavelmente pensando que eu estava me pegando com Martinelli a minutos atrás, quando na verdade tive o segundo diálogo mais difícil com o garoto.

Deito minha cabeça no ombro do platinado que parece perceber que estou cabisbaixa, Richa dá um breve beijinho em minha cabeça, me fazendo sorrir levemente.

Olho para frente e vejo Martinelli se sentar ao lado de Anne, que o olhava apreensiva, não pude evitar revirar os olhos, ele realmente não parece ligar para nada.

A garrafa gira mais várias vezes e confesso que o jogo estava a ficar entendiante, ainda escorada em Richarlison, pego meu celular e posso ver uma mensagem de Matheus.

"Está livre amanhã? Podemos sair se quiser."

Não era uma má ideia, eu precisava esquecer toda essa história com Gabriel e querendo ou não Matheus era uma boa companhia, compartilhavamos de gostos parecidos, podíamos conversar sobre nossa música nova e muito mais.

Sorrio e respondo a mensagem.

"Claro! As oito?"

Percebo Richarlison espiando meu celular e então o guardo, levantando uma sombrancelha e me ajeitando para encara o platinado.

— Pombo curioso. — Falo e dou um tapinha em sua nuca.

— Au! — Ele passa a mão no lugar e sorri com sua típica cara sacana. — Você que vacilou com o celular a mostra aí, meu olhar só terminou o serviço. — Não pude evitar de rir da fala do garoto, que apenas deu de ombros e me puxou para deitar em seu ombro novamente.

E assim ficamos, até o jogo acabar.

(...)

O relógio marcava 00:56 e eu estava tentando conseguir um Uber para voltar para casa, infelizmente por falta de internet, sem sucesso.

Respiro fundo e aperto o celular com tanta força que as pontas de meus dedos chegam a embranquecer, olhando de um lado para o outro, sinto o frio tomar conta de mim, um vento gelado passa por minhas pernas descobertas e um certo medo por estar em uma rua deserta tão tarde.

Eu havia recusado as ofertas de carona vindas dos garotos pois não sabia que não conseguiria chamar um Uber.

Eu sei, burrice.

Me sento na calçada afim de descansar um pouco meus pés que já estavam doloridos pelo salto alto e tento novamente chamar um Uber, sem sucesso.

A ideia de pedir para Gabriel me levar em casa passa pela minha mente, mas logo é descartada assim que lembro da situação de mais cedo, e também de quê Anne não foi embora com Antony, ou seja, está lá com ele.

𝐃𝐎 𝐈𝐍𝐈𝐂𝐈𝐎 - G. MartinelliOnde histórias criam vida. Descubra agora