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Uma dos meus piores defeitos é simplesmente demorar horas pra escolher uma roupa, ainda mais quando não há tantas opções, é natal, eu não quero parecer uma imunda igual nos demais dias... Isso se o Antony tiver permitido minha presença, talvez seja perigoso e eu entendo perfeitamente se tiver que ficar.

Reparei em algumas caixas de presentes no meio do criado mudo que não estavam aqui antes do meu cochilo, não havia identificação por fora, mas só podia ser pra mim. Rasguei toda a embalagem comecei a desdobrar o vestido vermelho, relativamente curto mas lindo, de uma marca de luxo.

"Feliz Natal" - A

Outro presente era uma camisa do São Paulo sem nenhum recado, Antony não faria isso, Pedro é fechado demais, Vini não torce pro São Paulo, então eu aposto minhas cartas no pombo.

Como o relógio marcava 18:00, bati na porta esperando que o vigia do dia destravasse, Paquetá aproximou e fez o favor de me deixar sair por algum tempo. Assim que comecei a andar pela casa, percebi que estava mais silenciosa do que o de costume, todos devem estar se arrumando e eu ainda de pijama!

- Angelina? - Uma voz doce se aproxima.

- Quem é?

Levei um susto mas logo passou quando vi uma senhora se aproximar com um sorriso singelo, baixa, cabelo curto, olhos claros, pela primeira impressão pareceu aquelas senhoras que te oferecem um bolo feito na hora e café assim que você inicia qualquer assunto.

- Pode me chamar de Ana, trabalho pro Antony como cozinheira mas já fui a babá dele também, antes dele ir pro mal caminho.

Dona Ana, ele é um pedaço de mal caminho... Espera, o que eu acabei de pensar? Droga!

Ri atoa e conversei um pouco com ela enquanto comia torradas com geleia e suco natural.

- Você vai participar do nosso natal? - Ela pergunta enquanto retira meu prato vazio da mesa.

- Antony deixou um vestido no quarto, mas eu não sei se deveria ir... É um ambiente estranho e eu sou só a sequestrada.

- Já falei pro meu menino que ele tá indo longe demais e é melhor te devolver pra polícia não matar ele... Mas quando o Antony coloca uma coisa na cabeça ninguém tira... Porém, se eu fosse você aproveitaria a ceia. Se quiser te ajudo a se arrumar.

- Seria ótimo Ana. - Sorrio sem mostrar os dentes enquanto Paquetá fica de braços cruzados, mas não contesta.

Fomos para o meu quarto e mostrei algumas roupas que eu considero ideais para a ocasião, mas ela não aprovou nenhuma e colocou aquele vestido nos braços.

- Esse ficaria ótimo, querida.

- Ahm, eu não sei. - Observo bem a peça - Não é curta demais?

Não posso sair fazendo todas as vontades dele, mas acabei aceitando a sugestão, tomei banho e sai do banheiro já vestida.

- Você tá linda, mas ainda falta alguns detalhes. - Ela fez uma trança magnífica em meu cabelo.

- Muito obrigada. - Sorri de forma gentil.

- Apenas se divirta.

Quando ela saiu fui direto pra varanda observar os convidados, Paqueta estava fofo, acompanhado de uma bela mulher, Vini sozinho, fiquei na expectativa de ver Richarlison entrar por aquela porta mas nada, nem sinal dele, esperei mais algum tempo e me olhei no espelho diversas vezes tentando descobrir o que estava faltando.

Tá, eu não posso esperar mais.

Bati na porta do quarto e suspirei com alívio quando lembrei que dona Ana não trancou, desci as escadas e me deparei com a decoração e a mesa da ceia pronta, os convidados espalhados por toda a casa, cumprimentei os meninos que eu encontrava pelo caminho e antes de chegar ao Antony... Gabriel resolveu me cercar.

Bad Boy | Antony Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora