Bad Boy | Antony Santos

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- Posso ficar aqui por algumas horas? O Gavi tá fazendo uma festa e eu só quero descansar.

- Me surpreendo cada dia mais o seu interesse nele, é só porque ele joga no time que você gosta? - Antony estreitou os olhos enquanto me assistia digitar uma mensagem.

- É claro que não, tem vários outros motivos, nossos pais fizeram um acordo, a gente se conhece desde a infância também.

- Um casamento arranjado nesse século? Isso é ridículo. - Fez negação com a cabeça.

- Já chega Antony! - Suspiro.

Ele pegou o celular dele e parecia ter uma infinidade de mensagens, mas só passou a mão no rosto, eu me pergunto se algum dia vou conseguir entender os trejeitos que ele tem.

- O que aconteceu? - Me viro pra ele.

- É por isso que eu não gosto de contratar pai de família, alguém conectado com outra pessoa de alguma forma, eles são mais fracos.

- Antony. - Me aproximo - Você mesmo tem o Lorenzo... Se acalma.

- Mas o Paquetá tá dando trabalho e perdemos o rastro do Gabriel, mas eu dispensei todos eles. - Olhou para o nada - Não quero prender ninguém em uma data comemorativa porque vai sobrar pra mim depois!

De alguma forma comecei a ignorar o relevante e achar a marra dele fofa, é como se estivesse muito bravo mas ao mesmo tempo só quisesse o melhor pra eles.

- Esquece o Gabriel, esse tipo de coisa acontece, tem traidores por todos os lados e uma hora ou outra um ia passar despercebido por você. - Sorrio tentando confortar ele.

O silêncio foi quebrado com uma ligação do meu noivo, atendi.

- Gavi...

- Angie, eu não te achei no apartamento então a gente já foi pro CT tá? É só pegar um Uber pra vir, não se atrasa.

- Tá... - Antony puxou o celular da minha mão e já ia falar alguma merda pra Gavi.

- Para, para para para! - Puxo meu celular de volta.

A ligação caiu e eu fiz uma expressão furiosa pra Antony.

- O que você ia falar? Sinceramente! Nunca mais faz isso tá?

Esperava uma afirmação, um pedido de desculpas talvez, mas ao invés disso ele fez negação com a cabeça.

- Você pode até não querer ser a minha primeira dama, mas eu também não vou deixar que você seja dele. - Falou pausadamente enquanto me encarava.

- Antony - Minhas bochechas coraram imediatamente.

A mão dele passou por minha cintura e me deixou bem acomodada em seu colo, e eu estava pronta para entrar em colapso, pois meu corpo ignorava totalmente a razão e se envolvia cada vez mais, até que a campainha tocou mas como a porta estava aberta Richarlison entrou tranquilamente, e paralisou no centro da sala.

- Eita chefe, atrapalhei de novo? - Coçou a cabeça - Bom ano novo aí, só não façam crianças novas pelo amor de Deus!

- Richarlison!!!

Me levantei mesmo com o dono do morro segurando minha mão com aquele olhar que, eu juro, só ele sabe fazer.

- É que ele tinha falado que a gente ia passar a virada junto, mas aparentemente os planos mudaram e como ninguém me avisou eu vim.

- Ninguém mudou os planos não, eu vou pra festa no centro de treinamento agorinha, e vocês ficam aqui porque estão foragidos. - Soletro a última palavra em sílabas.