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Gabriel entrou no cômodo com uma mistura que não serve de alimento nem em um chiqueiro, com todo o respeito aos porcos, e quando percebeu que eu não ia comer chutou o prato fazendo o pequeno Lorenzo acordar.

- Vamos agora, e nem pense em me estressar com alguma gracinha Angelina!

Amarrou meus pulsos com uma corda e chamou um dos capangas para ajudar ele a me levar, enquanto isso Lorenzo se escondeu e quando foi puxado pelo braço deu um tapa certeiro no rosto do homem que estava o segurando, e eu juro que tentei não cair na gargalhada.

O sangue não nega.

- Argh! Quer saber? Esse moleque mimado vai de brinde com a Angelina!

Gabriel colocou o garoto no porta malas e eu no banco de trás com escolta, claro, agora só um milagre nos tira daqui.

- Deixa o Lorenzo voltar pro Antony e leva só eu, por favor. - Pedi com a voz mais leve possível.

- Cala a porra da boca! - Dirigia bem rápido.

- Eu não acredito que você sempre foi um infiltrado, você e o Antony pareciam tão próximos... O que ele te fez?

- Não te interessa!

- Eu só quero saber, não vale a pena fazer isso tudo, se fosse dinheiro tenho certeza que o seu antigo chefe te daria um aumento e tudo iria se resolver - Tento pela última vez - Desiste de seja lá o que você está fazendo...

- Eu te avisei! - Parou em uma rua menos movimentada.

- Gabriel...

Me desembarcaram e ele puxou o revólver da cintura, enquanto isso Lorenzo chorava no porta malas.

- Alguém cala a boca desse moleque também!

Me afastaram do carro.

- Só pra você saber antes de morrer, o Antony nunca foi meu chefe, eu sempre fui o braço direito da gangue do Modric, a maior do Rio de Janeiro.

- Não importa se são os maiores, Antony sozinho consegue ser melhor do que todos vocês. - Alguns riram.

- Não no meu ponto de vista. - Gabriel disse enquanto puxava o gatilho.

- Então abre os olhos!

Foi a gota d'água para eles ficarem ainda mais irritados, porém, enquanto conversam entre si percebi que um homem parecido com o Vinícius estava tirando a criança de dentro do carro, e eu evitei olhar muito para não entregar o plano.

Eles chegaram, eu nunca duvidei de que eles iriam chegar.

- Últimas palavras?

Gabriel fazia de tudo para tentar tornar o momento digno de oscar aproximando aquela arma da minha cabeça, mas eu ficava enjoada toda vez que o encarava nos olhos, falso, traidor!

- Se mata. - Disse mesmo tremendo por dentro.

Os capangas que me seguravam caíram no chão quando dois tiros foram disparados, mas não da arma de Gabi, da de Neymar, eu respirei com muito alívio ao ver ele.

Antony, Neymar e Richarlison também estavam escondidos na esquina, o chefe correu até mim da mesma forma que eu corri ao encontro dele, e tudo parecia acontecer em câmera lenta.

- Ney... - Antony nem acabou a frase pois ele já sabia o que fazer.

Disparou na perna de Gabriel e foi verificar se havia mais algum refém no carro.

- Antony, conseguiram pegar o Lorenzo? - Abraço ele - Eu fiquei preocupada com ele!

- Tá tudo bem agora, Angie, já pedi pro Pedro tirar ele daqui. - Se afastou pra ir na direção de carro dele - Ele te machucou?

Bad Boy | Antony Santos Onde histórias criam vida. Descubra agora