Admito, talvez eu esteja me apaixonando no Antony, ou caindo em mais um jogo dele. No fundo sei que é um erro deixar isso continuar porque enquanto eu estiver com o Gavi alguém vai sair machucado, mas por hora não quero pensar no assunto, apenas me aproveitei dos privilégios de dormir no quarto do dono do morro pra convencê-lo a me deixar ir no hospital hoje mesmo.
- Bom dia. - Arrisco roubar um beijo assim que ele desperta.
A reação foi prontamente ficar por cima e devolver o beijo de forma melhorada.
- O seu filho Antony. - Sussurro.
Ele fitou o garoto que dormia no cantinho da cama, porque depois de um pesadelo no meio da noite invadiu o quarto chorando, então não tivemos outra escolha a não ser deixar que o pequeno dormisse conosco.
- Se arruma.
- Vamos tão cedo para o hospital? - Me alongo.
- Não, preciso fazer uma entrega antes.
Lorenzo acordou e começou a se queixar de fome, então eu mesmo peguei o pequeno nos braços e fiz um lanche bem gostoso, abri o quarto de brinquedos dele e o assisti brincar até o dono do morro aparecer na porta e me chamar.
- Entra na Ferrari. - Fez um sinal inclinando a cabeça na direção do carro.
Obedeci, surtando por ser justamente o modelo mais lindo em meio a coleção de carros lindos.
- O seu motorista não vai dirigir dessa vez? - Observo ao redor, automaticamente sobe um frio na barriga sempre que estamos sozinhos e ele me encara como agora.
- Não vai ser necessário, ele já vai trabalhar bastante mais tarde.
A garagem se abriu e o carro arrancou com tudo, direto para as ruas estreitas, algumas pessoas pareciam reconhecer ele, mas não tinham medo, pelo contrário, acenavam como se estivessem cumprimentando um conhecido.
Depois de fazer um tour pelos bastidores do morro ele parou em frente a um campo de terra e as crianças que se amontoaram na janela receberam bolas de futebol, camisas de time, sendo a maioria do São Paulo, chuteiras e outros mimos, todos relacionados ao esporte.
- Por isso eles vieram correndo. - Abro um sorriso enquanto ele volta a dirigir.
- É o meu investimento, um dia um desses moleques vai trazer um título da copa do mundo pro Brasil.
- E jogar no flamengo.
- Flamengo não, um time bom. - Ele me julga.
- Antony! - Cruzo os braços - Meu mengo é o melhor time do mundo.
- É...? Tá bom.
- Tá bom? Então você concorda? - Empurro ele de leve recebendo uma cara fechada como resposta.
- Depois do meu tricolor.
Tá, nunca vou conseguir fazer esse fanático mudar de time. Voltamos para a minha prisão particular, onde uma reunião tomava conta da área externa, e todos estavam envolvidos.
- A recepção não vai mais permitir nossa entrada pelos fundos, e nem de madrugada. - Paqueta diz inquieto.
- Eu já falei o que penso sobre isso, por mim a gente mete bala naquela porta e entra assim mesmo. - Vez do Ney opinar.
- Claro, e assina a sentença de morte do pombo. - Antony dispara - Verifiquem se o Pedro está pronto, nós vamos agora mesmo, se aparecer polícia eu não quero ver nenhum de vocês tremendo pra eles.
- A gente não treme pra ninguém chefe, é a maior do Rio.
Ele se despediu do filho, recarregou a pistola e a colocou na cintura. Agora o carro pra ir ao hospital era de passeio, com 5 pessoas, eu no assento do meio no banco de trás, e dois do meu lado segurando fuzis.
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Bad Boy | Antony Santos
FanfictionAntony é o dono do morro mais respeitado do Rio de Janeiro e Angelina uma estudante de jornalismo comum. Por destino ou coincidência, seus caminhos voltaram a se cruzar em um tiroteio em meio a cidade, e ele não pensou duas vezes antes de levar a ga...