Antony é o dono do morro mais respeitado do Rio de Janeiro e Angelina uma estudante de jornalismo comum. Por destino ou coincidência, seus caminhos voltaram a se cruzar em um tiroteio em meio a cidade, e ele não pensou duas vezes antes de levar a ga...
- Fica aqui, eu consigo fazer ele ir embora, se fizer esse escândalo vai colocar tudo a perder! - Fecho a porta - Eu entendo, você tem todo o direito de ficar bravo, eu também não sabia que ele ia vir!
- Não. - abriu a porta - Ele só pode estar de brincadeira!
Fiquei calada esperando ele ir, e ele continuou falando sem sair do lugar por alguns minutos.
- Que é? - Franziu o cenho.
- Você não quer tanto ir quebrar a cara do Gavi? Vai, xinga ele! Vai lá! - Digo ironicamente.
Ele me observou de braços cruzados como um moleque birrento e acabou por desistir da ideia.
Fui ao encontro deles e Gavi estava jogado no sofá, abraçando uma almofada e chorando.
- Pablo? - Me aproximo e sento ao lado dele.
- O real Madrid não vai jogar com a gente, eu sou um lixo, eu não sou bom o suficiente pra jogar nesse time!
Ele e suas crises existênciais em toda derrota.
- Meu amor, você tá nesse time porque joga bem, não liga, é impossível ganhar todas as vezes.
- Eu sei o que vai acontecer agora, o Fla vai me vender pro São Paulo e você vai me abandonar! - Colocou a almofada no rosto novamente.
- Ninguém quer você lá no São Paulo não! - Ney gritou de outro cômodo - Vai pra fila do INSS.
- Não... Meu amor... - Fico com pena e continuo tentando consolar ele.
- Promete que não vai me deixar se a gente perder outra vez? Eu queria tanto ganhar dos caras do real... - Disse em lágrimas - Não posso ser demitido, vou perder o Pedri!
- Amor, claro que não é assim, não vão te demitir, vocês ganham em equipe e perdem em equipe.
Abracei ele e escutei o salto alto de minha mãe entrando na sala.
- Meus amores... Gavi? O que aconteceu? Tadinho... Eu tenho a solução desse problema, ingressos de uma festa, depois podemos fazer um belo passeio pelas lojas do centro, o que acham?
- Sim, vamos sogrinha. - Ele disse enquanto fungava.
Chamar aquilo de festa foi uma excelente jogada de marketing, era apenas um bar novo da cidade, que dependendo do consumo os clientes tinham direito a sortear brindes, eu ganhei uma foto Polaroid tirada na hora, mas o resultado não foi dos melhores e definiu a energia do passeio inteiro.
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Mamãe fez questão de não aparecer para não "atrapalhar" o casal, e apesar de não ter saído na foto, Gavi ganhou uma taça de papelão dos dos do estabelecimento, que o reconheceram.
Pagamos a conta e começamos a andar por uma lojinha, comprei roupas e sapatos de inverno pra comemorar a nova estação e fui comprar um sorvete do mc donalds enquanto Gavi e minha mãe continuavam fascinados nas vitrines das lojas.
