5. TIPO SANGUÍNEO

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FUI PARA A aula de inglês entorpecido. Nem percebi que, quando entrei na sala, a aula já havia começado.

A voz irritada da Sra. Mason foi minha primeira dica.

— Obrigada por se juntar a nós, Sr. Swan.

Manchas vermelhas se formaram no meu rosto, e corri para me sentar.

Foi só quando a aula terminou que percebi que McKayla não estava no lugar de sempre, ao meu lado, e lembrei que feri os sentimentos dela. Mas ela e Erica me esperaram na porta, e torci para isso significar que eu seria perdoado um dia. À medida que seguíamos, McKayla pareceu voltar a agir como sempre agia, seu entusiasmo aumentando enquanto falava da previsão do tempo para o fim de semana. A chuva devia dar uma trégua curta, então talvez fosse possível fazer a viagem à praia que ela planejava. Tentei parecer entusiasmado como ela para compensar a decepção do dia anterior, mas consegui perceber que não estava enganando ninguém. Com ou sem chuva, teríamos sorte se a temperatura chegasse a dez graus. Não era meu ideal de um dia na praia.

O resto da manhã passou indistintamente. Era difícil acreditar que eu não estava imaginando coisas de novo, que Edward tinha mesmo dito aquelas coisas, e que os olhos dele ficaram daquele jeito quando ele falou. Alguma coisa nele confundia minha realidade. Primeiro, achei que o tivesse visto parar uma van com a mão, e agora, isso. A fantasia original parecia mais provável do que a segunda, que eu o atraía de alguma forma. Mas aqui estava eu, entrando nisso de olhos bem abertos, sem nem me importar com a pegadinha no final. No momento, parecia uma troca justa, a gargalhada dele mais tarde por aquela expressão dos olhos agora.

Fiquei ansioso e também nervoso quando cheguei no refeitório no almoço. Ele me ignoraria, como sempre? Haveria algum sinal por parte dele de que a conversa da manhã tinha mesmo acontecido? Com uma pequena parte do cérebro, ouvi Jeremy. McKayla o convidara para o baile, e eles iam junto com algumas outras pessoas: Allen e Erica, Logan e Taylor. Acho que grunhi nas horas certas, porque ele não pareceu perceber a pouca atenção que eu estava dando a ele.

Meus olhos se viraram direto para a mesa dele assim que passei pela porta, mas fui tomado pela decepção, como se tivesse levado um soco no estômago. Só havia quatro pessoas ali, e Edward não era uma delas. Ele ia desaparecer toda vez que alguma coisa significativa acontecesse?

Claro que a conversa da manhã só foi significativa para mim, eu tinha certeza. Perdi o apetite. Peguei uma garrafa de limonada para ter alguma coisa para segurar e segui Jeremy roboticamente até a fila, desejando ser o tipo de pessoa que pode ir cedo para casa, o tipo que não se preocupa com faltas não justificadas e detenção e figuras paternas decepcionadas.

— Edward Cullen está olhando para você de novo — disse Jeremy. Passei a prestar cem por cento de atenção quando ele disse o nome dele. — Por que será que está sentado sozinho hoje?

Minha cabeça se levantou de repente e segui o olhar dele. Edward estava sentado a uma mesa vazia do lado oposto de onde costumava ficar no refeitório. As covinhas surgiram assim que ele soube que o vi. Ele levantou a mão e gesticulou com o indicador para que me juntasse a ele. Enquanto eu o encarava, sem acreditar totalmente nos meus olhos, ele deu uma piscadela.

— Ele quer dizer você? — perguntou Jeremy. A surpresa dele era meio insultante, mas eu não me importava.

— Hã, talvez ele precise de ajuda com o dever de biologia — murmurei. — Acho melhor ver o que ele quer.

Consegui sentir Jeremy me olhando conforme eu me afastava. Também conseguia sentir as manchas vermelhas horríveis subindo pelo meu pescoço e tentei me acalmar.

Quando cheguei à mesa dele, fiquei de pé atrás da cadeira na frente dele, constrangido.

— Por que você não senta comigo hoje? — sugeriu ele, dando um sorriso largo. Eu me sentei automaticamente, observando a expressão dele. Era assim que a piada terminava? Ele não tinha parado de sorrir. Concluí que ainda não me importava.

Crepúsculo - Versão Beau & EdwardOnde histórias criam vida. Descubra agora