6. HISTÓRIAS DE TERROR

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ENQUANTO TENTAVA ME concentrar no terceiro ato de Macbeth, eu tentava ouvir minha picape. Achava que, mesmo com o martelar da chuva, poderia ouvir o rugido do motor. Mas, quando olhei pela janela de novo, de repente ela estava ali.

Eu não estava animado para acordar na sexta-feira, e ela mais do que cumpriu minhas expectativas negativas. É claro que houve comentários sobre o desmaio. Jeremy parecia se divertir com a história. Ele riu até engasgar quando Logan fingiu desmaiar na mesa do almoço. Por sorte, McKayla manteve a boca fechada, e ninguém parecia saber do envolvimento de Edward. Mas Jeremy tinha muitas perguntas sobre o almoço do dia anterior.

— O que Edward Cullen queria? — perguntou ele na aula de trigonometria.

— Não sei. — Era a verdade. — Ele não chegou a dizer.

— Ele parecia meio zangado.

Eu dei de ombros.

— Parecia?

— Nunca o vi se sentar com ninguém a não ser a família. Aquilo foi esquisito.

— É, foi esquisito — concordei.

Ele pareceu meio irritado por eu não ter respostas melhores.

A pior parte da sexta-feira foi que, embora soubesse que ele não estaria lá, eu ainda esperava. Quando fui para o refeitório com Jeremy e McKayla, não consegui deixar de olhar a mesa dele, onde Rosalie, Alice e Jasper estavam conversando com as cabeças próximas. Perguntei-me se foi Alice que levou minha picape para casa ontem e o que achou da tarefa.

À minha mesa de sempre, todos estavam cheios de planos para o dia seguinte. McKayla estava animada de novo, confiando muito mais no meteorologista local do que eu achava que ele merecia. Eu teria que ver o prometido sol para acreditar. Pelo menos, estava mais quente, quase quinze graus. Talvez o passeio não fosse completamente infeliz.

Interceptei alguns olhares não amistosos de Logan durante o almoço, que não entendi. Assim como todo mundo, eu ri do desmaio falso dele. Mas fui entender quando todos fomos para a aula juntos. Acho que ele não percebeu como eu estava perto dele, logo atrás.

Ele passou a mão pelo cabelo louro platinado penteado para trás com gel.

— Não sei por que Beaufort — disse meu nome com desprezo — não se senta logo com os Cullen agora — eu o ouvi murmurar para McKayla.

Eu nunca havia percebido que a voz dele era anasalada, e fiquei surpreso pela malícia implícita. Eu não o conhecia bem, não o suficiente para que ele não gostasse de mim. Ou assim eu pensei.

— Ele é meu amigo, ele senta com a gente —respondeu McKayla. Leal, mas possessiva. Parei para deixar que Jeremy e Allenpassassem. Não queria ouvir mais nada.

* * *

No jantar, Charlie parecia entusiasmado com minha viagem a La Push de manhã. Acho que ele se sentia culpado por me deixar em casa sozinho nos fins de semana, mas passara tempo demais formando seus hábitos para abandoná-los agora. E eu não me importava de ficar sozinho.

É claro que sabia os nomes de todos os adolescentes que iam, e dos pais deles, e dos bisavós também, provavelmente. Ele aprovava, claro. Eu me perguntei se ele aprovaria meu plano de pegar uma carona para Seattle com Edward Cullen. Ele parecia gostar muito dos Cullen, mas não achei que havia motivo para contar a ele.

— Pai, você conhece um lugar chamado Goat Rocks ou coisa assim? Acho que fica ao sul de Mount Rainier.

— Conheço, por quê?

Dei de ombros.

— Um pessoal estava falando de acampar lá.

— Não é um lugar muito bom para acampar. — Ele pareceu surpreso. — Tem ursos demais. A maioria das pessoas vai lá na temporada de caça.

Crepúsculo - Versão Beau & EdwardOnde histórias criam vida. Descubra agora