ENCONTRAMOS UM GRANDE rebanho de alces. Edward caçou comigo, me ajudando a pegar o jeito. Eu abati um macho grande, o calor do sangue se irradiando por todo o meu corpo, aquecendo até as pontas dos dedos das mãos e dos pés. Edward terminou com dois antes que eu tivesse acabado com o primeiro, sem um só fio de cabelo fora do lugar, nenhuma mancha na camisa branca, enquanto eu fiquei todo desarrumado. Perseguimos o rebanho disperso e apavorado, mas, em vez de me alimentar novamente, dessa vez observei com cuidado para ver como Edward conseguia caçar com tanta elegância.
Acabou sendo uma experiência surpreendentemente sensual. Seu ataque suave era como o bote sinuoso de uma cobra; suas mãos eram tão seguras, tão fortes, tão completamente inescapáveis; seus lábios cheios eram perfeitos ao se afastarem sobre os dentes reluzentes. Ele era glorioso. Senti uma onda repentina de orgulho e desejo. Ele era meu. Nada podia me separar dele agora. Eu era forte demais para ser afastado dele.
Ele era muito rápido. Virou-se para mim e olhou com curiosidade minha expressão de prazer.
— Não está mais com sede? — perguntou.
Eu dei de ombros.
— Você me distraiu. Você é muito melhor do que eu.
— Séculos de prática. — Ele sorriu. Seus olhos agora tinham um tom dourado adorável e desconcertante.
— Só um — corrigi.
Ele riu.
— Acabou por hoje? Ou quer continuar?
— Acho que acabei.
Ele me estendeu a mão. Eu a peguei, e sua pele parecia mais quente que antes. Seu rosto estava ligeiramente corado, as olheiras haviam desaparecido.
Estávamos voltando para casa quando, de repente, ouvi algo que eu não esperava. Algo muito próximo. Um coração batendo. O som era tão claro e distinto que parecia ecoar na minha mente, cada batida um lembrete da vida que eu havia deixado para trás.
Edward ficou paralisado, seus olhos dourados se arregalando em alerta. Ele ergueu uma mão, sinalizando para que eu parasse.
— Não respire — alertou ele com urgência, sua voz um sussurro afiado.
Tentei não entrar em pânico enquanto parava junto dele, prendendo a respiração. Meus olhos eram as únicas coisas que se mexiam, girando instintivamente para encontrar a origem do som. A floresta ao nosso redor parecia mais escura, as sombras mais profundas e ameaçadoras.
Eu me enganei — eram três corações batendo. Três ritmos distintos, cada um acelerado por adrenalina ou por fúria.
Edward soltou minha mão e começou a correr. Eu saí correndo atrás, usando toda a minha nova força. Foi o bastante para mantê-lo à vista enquanto corria na rota mais direta até a casa. As árvores passavam por nós sem se transformarem em um borrão, e o vento não me chicoteava.
Consegui ouvir rosnados antes de chegarmos ao rio. O som era baixo e ameaçador, um aviso claro de que não éramos bem-vindos.
Edward manteve o salto baixo e reto até o gramado, depois correu pelo lado sul da casa; fiquei atrás dele o tempo todo. Ele pulou a amurada e parou na varanda, seus olhos fixos no ponto à frente.
Todos os Cullen estavam ali, encolhidos em um grupo defensivo. Carlisle estava alguns passos à frente de todos, embora eu conseguisse perceber que ninguém estava feliz de ele estar ali. Ele estava inclinado na direção dos degraus, olhando para a frente, com expressão de súplica no rosto. Edward correu até o lado dele, e alguma coisa rosnou em frente à casa.
Eu subi na varanda, e Emmett puxou meu braço quando tentei ir até Edward.
— Deixe que ele traduza — murmurou, sua voz grave e cheia de tensão.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crepúsculo - Versão Beau & Edward
Fanfiction"Eu podia sentir o perigo; sabia que a morte era uma possibilidade real, e eu, tolo e inconsequente como era, brincava com ela. Pus as mãos em sua nuca e deixei minha testa tocar a dele. Meus olhos se fecharam, mas eu podia perceber os dele abertos...