07|Genro dos sonhos

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Eu sabia que foi um erro aceitar o convite de Gabriel no momento depois de aceita-lo. Assistir filme no quarto de um jogador de futebol é tudo menos realmente um convite para assistir filme. E, para melhorar ainda mais a situação, meu pai me ligou no momento em que estávamos escolhendo o filme. Eu tinha duas opções, recusar a ligação e ouvir as reclamações do meu pai depois. Ou aceitar e ouvir ele me zuando caso percebesse que estou no quarto de Gabriel Martinelli.

— Oi filhota! — pai aparece sorrindo no ecrã do celular.

— Oi papito!

— E aí? Como tá a viagem, Lina? Não está bebendo demais, né? Não quero ter que ir para o Catar porque minha filha encheu a cara e se meteu em problemas! — fala em tom de aviso.

— Nem bebendo eu tô, pai! Pode perguntar pra Isa. Prometi que não ia dar trabalho. E eu sempre cumpro as promessas que faço pra você!

Desvio o olhar do celular para Gabriel sentado na cama e me observando atentamente. Não consigo evitar baixar a cabeça envergonhada.

— Tá com quem aí, Lina? — meu pai pergunta confuso — Você não olha pra Isabela desse jeito.

Odeio o fato de que ninguém me conhece melhor do que ele. Nem mesmo Isabela e Elise. É óbvio que ele iria notar algo. É meu pai. E não posso mentir para ele. Ele vai saber. Porém, não sei se Gabriel vai ficar de boa se eu contar pro meu pai que estou no quarto dele.

— Vai bancar o pai ciumento agora? — tento desviar do assunto.

— Carolina! Tá tentando esconder o que? — me olha sério.

— Paizinho, se eu te falar com quem eu tô você vai dizer um bem sonoro: "Eu avisei".

Gabriel ri me fazendo olhar irritada para ele.

— Tô atrapalhando o romance com meu genro dos sonhos? — pergunta rindo.

— Achei que o Joaquín fosse o genro dos sonhos — arregalo os olhos com a pergunta dele.

Martinelli revira os olhos e cruza os braços olhando para mim. Se ele soubesse o quão sexy fica com essa cara de marrento.

— Ele é o genro dos sonhos da tua mãe. Mas ela ainda não conhece o Gabriel — sorri como uma criança atentada.

— Tá bom pai. Eu preciso desligar! Beijo! Amo você! Manda um beijo pra mamãe, Helena e Caio!

— Também amo você! Juízo, tá? Sou muito novo pra ser avô! — desliga antes que eu tenha a oportunidade de responder.

— Então eu sou o genro dos sonhos do seu pai? — Gabriel levanta da cama sorrindo.

Mordo a bochecha para evitar um sorriso. Não sei o que esse garoto faz, mas não consigo ficar muito tempo perto dele sem sorrir.

— E o Píquerez o genro dos sonhos da minha mãe. Não se ilude não, coração! — dou um tapinha no peito dele.

Gabriel ri revirando os olhos e me puxa pela cintura até colar nossos corpos. Acaricia minha bochecha levemente.

— Eu até iria me ofender. Mas é no meu quarto que você está. Então eu acho que o uruguaio já perdeu a chance de realizar o sonho da sua mãe. E, pelo que seu pai disse, é questão de tempo até eu ser o genro dos sonhos dela também — sorri convencido.

— Tá marrento demais garoto! Não esquece que quem joga no meu time do coração é ele. E — Gabriel me beija antes que eu tenha a chance de terminar de falar.

Gabriel Martinelli poderia facilmente ser definido como perdição. E seu beijo como perfeição. A forma como ele sabe exatamente onde me tocar durante o beijo. A leve mordida no meu lábio quando nos afastamos. A sincronia perfeita de nossas línguas. A combinação perfeita para me fazer desejar nunca parar de beijar ele.

Consequences - Gabriel Martinelli Onde histórias criam vida. Descubra agora