10|Jogador de Brasileirão

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— Ô Carol — ouço Paquetá me chamando.

Estranho sua interação repentina. Ele geralmente só conversa comigo quando estou com Gabriel. Nunca me parou em um corredor antes.

— Oi, aconteceu algo?

— Não. Só queria tirar uma dúvida — faço sinal para ele continuar falando — Por que você do nada postou um vídeo falando bem do Pablo Gavi? Tipo, nada contra o cara. Mas foi muito aleatório. E até algumas semanas atrás você dizia que ele é superestimado.

Suspiro olhando para ele. Não posso simplesmente falar que postei o vídeo por ter transado com o amigo dele. Não tenho essa intimidade.

— Estou tentando ser uma pessoa mais gentil. E vi mó galera xingando ele pela eliminação da Espanha — dou de ombros e ele parece acreditar.

— Só não deixa o Gabriel surtar por você ter dito que ele é um cara bonito — zomba antes de continuar o caminho que fazia antes de me ver.

Fico parada alguns minutos olhando para a direção que ele foi. Esse foi com certeza uma das conversas mais estranhas que já tive. Talvez seja consequência de estar começando um relacionamento com um jogador de futebol. Apesar de que não vejo no que isso influenciaria.

— Tá parada aí igual um dois de paus por quê? — desperto dos meus devaneios com a voz de Gabriel.

— Me ame menos Gabriel! — olho brava para ele.

— Que linda. Parece um pinscher com raiva — passa o dedo pelo meu queixo.

— Eu odeio você — Dou um soco no peito dele e ele me abraça.

— Bate mais que eu gosto — sussurra no meu ouvido fazendo eu me arrepiar.

— Não provoca! — aviso me afastando levemente para olhar para ele, ainda mantendo o abraço.

— Não tenho nada a perder com isso — fala e me dá um selinho.

— Vou fazer greve — cruzo os braços.

— Você não aguenta — da de ombros.

Bufo irritada indo até o elevador. Ouço os passos de Gabriel fazendo o mesmo caminho. Me escoro na parede ainda de braços cruzados sem olhar para ele.

— Essa cara amarrada só me dá mais vontade de te beijar — Fala quando finalmente olho em sua direção.

— Você só me despreza Gabriel. Garanto que nem se eu ficasse com um jogador do Corinthians ele me desprezaria tanto. E olha que eu já até briguei com um deles.

— Brigou com quem? Yuri Alberto? — pergunta curioso.

— Não. Roger Guedes. Na primeira vez que encontrei ele depois dele entrar no Corinthians. No Yuri eu dei uns beijinhos — rio da expressão de choque dele.

— Garota? Nem rival escapa de você?

— Meu filho você já olhou pro Yuri Alberto? O cara é um tremendo gostoso. Único defeito é jogar no Corinthians — dou de ombros.

— Não ficou com ele em São Paulo por quê? Já que ele é tão gostoso assim — arqueia a sobrancelha e trava o maxilar.

Me aproximo dele até estar a menos de dez centímetros de distância.

— Que lindo meu menino com ciúme — deixo beijos por todo o seu rosto entre uma palavra e outra.

— Você é muito má! — fala antes de me prender contra a parede do elevador e me beijar.

Suas mãos deslizam facilmente pelo meu corpo. Sua língua tem uma sincronia perfeita com a minha. Nossos corpos se encaixam como um quebra cabeça. Eu poderia passar o dia inteiro beijando esse garoto. Desde a primeira vez que nos beijamos é como se ele soubesse exatamente aonde me tocar para que eu derreta sob seu toque.

Consequences - Gabriel Martinelli Onde histórias criam vida. Descubra agora