06|Mérito próprio

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Estava saindo do quarto para encontrar Isabela no restaurante e acabei trombando com Gabriel no corredor. Ele me olhou por alguns instantes e continuou seu caminho. A tensão em seu corpo tá extremamente perceptível, e depois do último jogo perfeitamente explicável.

— Ei, Gabriel! — chamo e ele se vira para mim.

— Olha Carolina, eu não tô no clima pras suas implicâncias — fala pronto agora voltar para o seu caminho.

— Não vou implicar Gabriel. Pelo contrário — ele me olha intrigado — Você é um puta jogador. Não é atoa que te denominam o jogador mais rápido do Arsenal.

Ele sorri levemente e eu me aproximo até estarmos a menos de dez centímetros de distância, nossos corpos quase colados.

— Não tem nada que motive mais sua presença nessa copa além do seu mérito! Se você está aqui é porque mereceu. Porque é um bom jogador. E eu assim como muita gente, fui uma idiota em dizer ao contrário.

Gabriel deslisa sua mão pelo meu braço e sobe até o meu pescoço fazendo minha pele se arrepiar. Seus olhos com um certo brilho de orgulho. Ele junta nossas testas fazendo minha respiração ficar pesada e meu coração acelerar. Ele não estava muito diferente.

— Fala de novo, por favor... — susurra de olhos fechados.

— Você é Gabriel Martinelli. Um puta jogador. E merece estar na seleção brasileira!

Assim que termino de falar sinto os lábios de Gabriel se chocarem com os meus. Suas mãos indo até minha cintura e me puxando contra ele. Gabriel da alguns passos me levando junto e logo sinto minhas costas se chocarem com a parede. Eu não sabia que precisava tanto beijar ele até fazer isso. O mundo pareceu parar. Nada mais importa. Apenas Gabriel Martinelli e seu beijo bom demais. Quando o ar se fez necessário e nos afastamos levemente não pude evitar um gemido frustrado.

— Eu quero fazer isso desde o dia em que você apareceu pulando no colo do Gabriel Jesus — susurra e me dá um selinho demorado — Foi a primeira vez que te vi como alguém além da atriz que fala mal de mim

— Posso contar um segredo? — pergunto no mesmo tom e ele se limita a balançar a cabeça em concordância — Eu quero fazer isso desde a primeira vez que eu vi você jogar ao lado do Gabi.

Ele sorri de lado e me beija novamente. Dessa vez o beijo é mais intenso. Gabriel me aperta contra ele como se tivesse tentando criar algum controle sobre o próprio corpo. Uma mão entrelaçada em meus cabelos, puxando vez ou outra. E eu não fico muito atrás. Puxo seus cabelos e arranho sua nuca. Minha respiração se tornando cada vez mais ofegante. A consciência de que estamos no meio do corredor de um hotel cada vez mais distante.

— A gente precisa parar agora — Martinelli susurra beijando meu pescoço.

— Por quê?

— Porque se não pararmos agora eu não sei se consigo parar depois — ele beija um ponto específico do meu pescoço me fazendo gemer — Porra, não faz isso!

— Então para de me provocar — sussurro com dificuldade.

— Tá bom!

Ele da mais alguns beijos no meu pescoço e rosto. Parando em minha boca, onde morde levemente. Até finalmente se afastar.

— Boa sorte no jogo de hoje! — falo acariciando os cabelos dele.

— Com você torcendo por mim a vitória é garantida.

Sorrio boba olhando nos olhos dele. Odeio o fato de que Raphael, Isabela e Elise estavam certos. Gabriel sempre foi interessante. E eu passei tempo demais reparando no quão atraente ele é. Por isso não reparei no bom jogador que ele é. Mas não vou admitir que eles estavam certo em voz alta nem sob tortura.

Isa e eu almoçamos rápido. As duas mega animadas e apreensivas com o jogo de hoje. Apesar de sabermos que nossa seleção tem potencial para ganhar essa copa o medo ainda é grande. Também achávamos isso em 2014. Independente do que aconteça, sempre vamos sentir esse medo. O sentimento de união daquela copa dói incrível. A dor da eliminação foi avassaladora. E esse ano arrisco a dizer que o Brasil está tão unido quanto em 2014.

O jogo já começa bem para o Brasil. O time está acertando quase 100% dos passes. Está bem entrosado. Não demora muito para Vini marcar o primeiro gol do Brasil aos seis minutos do jogo. Menos de cinco minutos depois Richarlison sofreu um pênalti. Neymar bate marcando o segundo gol do Brasil. Richarlison marcou o terceiro gol antes dos trinta minutos de jogo. Até mesmo Tite comemorou fazendo a dança do pombo. E, para fechar o primeiro tempo com chave de ouro Lucas Paquetá marcou o terceiro aos trinta e cinco do primeiro tempo. As danças de comemoração não deixaram de marcar presença.

Aos dezessete minutos do segundo tempo, Tite fez a primeira mexida no time. Entrou Dani Alves no lugar de Eder Militão. Alisson fez outra grande defesa na partida, na segunda finalização mais clara dos asiáticos no confronto. O camisa um espalmou chute à queima roupa. Entraram Bremer e Martinelli nos lugares de Danilo e Vini Jr.

Aos trinta minutos, Coreia descontou com Paik, em chute de fora da área. A bola desviou e tirou chance de defesa do goleiro Alisson. Mais duas substituições: Weverton e Rodrygo entraram no jogo. Saíram Alisson e Neymar. Nos últimos minutos, Dani Alves recebeu passe de Martinelli e lançou um lindo voleio, mas a defesa conseguiu cortar para escanteio.

O clima na torcida brasileira era de festa. As música cantadas com muito carinho e orgulho. O Hexa parecendo estar cada vez mais perto. A felicidade também está estampada no rosto dos jogadores. Não consigo evitar sorrir ao ver o sorriso genuíno de Weverton depois de entrar em campo pela primeira vez na Copa do Mundo. Tenho muito orgulho do nosso goleiro. A festa só aumentou quando o juíz apitou anunciando o fim do jogo. Estamos oficialmente nas quartas de final da Copa do Mundo. O sentimento é de que nada nem ninguém pode derrubar o sonho dos brasileiros. O Brasil será Hexa em 2022

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Teremos atualização somente na segunda feira por que vou ter pouco tempo para escrever nos próximos dias.

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