[ATO EXTRA] MERRY XMAS, MY LOVE (II)

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Feliz Natal, querides! Tudo bem? 

Peço perdão pela demora, eu passei o dia me recuperando de ontem. Espero que apreciem o meu presente. Também gostaria de agradecer por cada leitura e comentário, pois graças a tanto carinho, hoje alcançamos o ranking #6 na tag psicológico. Sim, nós alcançamos, porque isso só é possível com o carinho de vocês.

Abraços ternos da yuudae.

———

A primeira Ceia natalina de Kimhan e Porchay na nova casa havia chegado ao fim, embora se pudesse dizer – com razão – que ela ainda se estenderia por mais um ou dois dias, devido às sobras guardadas por eles na geladeira.

Os familiares dos dois já haviam retornado para as próprias moradias, deixando-os apenas na companhia um do outro, ambos sonolentos em razão da refeição farta. Acabaram adormecendo abraçados no grande sofá da sala, a não muitos metros da árvore de Natal montada às pressas no dia anterior.

Muito confortavelmente envolvendo o magro e morno corpo de Porchay, Kim foi o primeiro a acordar naquela manhã de 25 de dezembro. Sua mão apoiou-se no ombro alheio, acariciando-o, e isso foi suficiente para que o par também acordasse. Ainda de olhos fechados, este esboçou um sorriso de satisfação.

— Feliz Natal, meu bem... — Sussurrou o menor, com a voz sonolenta.

— Hum... — Kimhan estirou bem os membros inferiores. — Feliz Natal... — Seus braços fortes envolveram o outro num abraço carinhoso.

— Acabamos adormecendo aqui...

Kim moveu cabeça em negativa, como quem diz que não há problema. Vagarosamente, os homens sentaram-se, olhando de relance para o símbolo natalino próximo a eles. Porchay o fez com um tanto de curiosidade, como uma criança ansiosa para abrir os presentes; Kimhan, com a expressão um tanto endurecida.

O sênior encarou o menino-homem, notando sua expectativa. Perguntou:

— Quer abrir os presentes?

O júnior pulou do sofá, como se já tivesse acordado há tempos, e correu em direção à árvore, sentando-se sobre as panturrilhas. O mais velho seguiu logo atrás dele, pacientemente, com as mãos suadas dentro dos bolsos. A espontaneidade de seu namorado o fazia sorrir e corar discretamente, com um par de órbitas brilhantes e com as pupilas dilatadas.

— Eles deixaram tanta coisa pra gente! — O mais novo disse, separando, dos demais, os presentes que o pertenciam. Dentre eles, havia uma caixa menor do que as outras.

De: Kim.
Para: seu pequeno.

— Hum? — Olhou para Kimhan. — Isso não estava aqui ontem.

A resposta do homem a quem se dirigiu foi um gesto de convite para que ele abrisse o agrado. O garoto riu:

— Você e seus mistérios. — Resmungou divertido, embora sentisse certo estranhamento com aquilo.

— Abra, amor. Veja o que é.

Chay fez que sim com a cabeça e agiu como sugerido. Ao abrir o mimo, deu de cara com segunda caixa, ainda menor, e sua face enrugou-se em confusão, principalmente porque ao abri-la, uma caixinha adicional estava ali. Era como uma matrioshka. Hesitou por um momento, sem entender nada. Seu amado só podia estar de brincadeira. Entretanto, ao desembalar a outra camada de seu presente, ficou paralisado com o que havia diante de seus olhos. Tratava-se de um estojo para alianças. Sua textura era aveludada e de tom avermelhado, com bordas arredondadas. Como era um objeto quadrado, podia apenas supor que se tratava de um anel. Kimhan estaria...

Porchay encarou-o com uma expressão indefinida. Não sabia como interpretar aquilo – não até ver que o mais velho chorava e esfregava as palmas. Ele não disfarçava mais o nervosismo. Assim, sem nada dizer e sentindo uma primeira lágrima escorrer por seu rosto, Chay levantou-se depressa, buscando os braços alheios como pássaro que, livre para ir e vir, sempre retorna ao ninho no fim do dia.

Aquele era o seu lar.

Abraçaram-se apertado. Kim afagou as costas trêmulas de seu parceiro de vida, que chorava incontidamente como reação à surpresa. Conseguia perceber o coração alheio batendo violentamente dentro do peito. Embora também chorasse, ele estava, acima de tudo, sereno, pois assim como no dia em que o pedira em namoro, naquele momento também sentia que não havia certeza maior em sua vida do que a de que queria Porchay ao seu lado.

Finalmente, perguntou-lhe:

— Você quer se casar comigo?

[FIM DO EXTRA]

[KimChay] Entre takes e manchetes (A primeira vez)Onde histórias criam vida. Descubra agora