[ATO EXTRA] KP - DRIVE ME

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Caso vocês não tenham lido ou desejem reler. Aproveito para avisar que o décimo quinto capítulo desta fanfic está em processo de produção e deve ser publicado ainda nesta semana.

Abraços ternos da yuudae.

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Porsche constantemente era alvo de piadas por causa do seu nome. Porsche. Se você procurar por isso no Google Imagens, certamente encontrará o carro, não o artista. No Twitter privado, brincava com "@transformer"; nas conversas com seu irmão, Porchay, era chamado de toda sorte de xingamentos: "lata-velha", "resto de ferro-velho", "lataria", "quadro do Luciano Huck", "fusquinha peidorreiro", "carreta furacão" etc.; entre amigos, os apelidos "carinhosos" eram da mesma natureza. Somente uma pessoa não o chamava assim: Kinn.

No caso dele, nosso querido aut- Porsche não sabia dizer se a situação era melhor ou pior, porque o seu caro — e íntimo — colega não era muito bom em fazer graça, mas mesmo assim queria um chamamento exclusivo e "cômico". E foi aí que surgiu "Popopó", que o par de ship considerava engraçado por remeter a pó de café e, consequentemente, a uma piadoca sobre duas galinhas conversando enquanto preparavam a bebida. Porsche certamente esmurraria qualquer um que o chamasse desse modo — exceto se a pessoa em questão fosse Kinn.

Kinn poderia fazer o que quisesse, que ele até mesmo entraria na brincadeira — e retribuiria o gracejo.

Foi desse modo que o contato de Kinn, no celular de Porsche, passou a ser "Motorista". Ao invés de se sentir incomodado, como no íntimo o Cadillac — vulgo Popopó, ou Porsche, ou enfim — se sentia, ele, pelo contrário, parecia até gostar. No Twitter pessoal, por exemplo, seu @ foi alterado para "andodecarro"; além disso, após os ensaios, o homem passou a fazer questão de levá-lo cotidianamente para casa, independentemente do horário. Na verdade, o que aconteceu é que ele deixou de usar seu próprio automóvel nos dias em que encontraria o outro, pois assim poderia dirigir até sua casa na companhia dele. Isso significava que, na ida e mesmo em parte da volta, quem conduzia o transporte definitivamente não era a pessoa apelidada de "Motorista" no chat privado.

Porsche imaginava que se tratava de algum tipo de implicância do parceiro de profissão, possivelmente relativo a seu nome, mas não lhe dizia "não". Afinal, era Kinn, e eles poderiam ter algum tempo de qualidade a mais em particular.

Aquele seria mais um desses dias, a não ser pelo fato de que ambos iriam jantar — a convite de Porsche, o que era um evento raríssimo. Kinn ficou particularmente feliz com a proposta do par e aceitou sem demora. Mal sabia ele a verdadeira razão para tal excepcionalidade.

— O único "porém" é que o Porchay quer que eu o leve para casa. Tudo bem se formos nós três no carro? Pode ser que fique meio na contramão em relação ao restaurante... — Disse Porsche coçando a nuca, sentindo-se desconcertado com a situação.

— Mas é claro que está tudo bem, Por. Eu sei que você não gosta de deixar o seu irmãozinho com o meu. — Kinn sorriu em compreensão.

— Pois é, mas tem alguma coisa bem estranha entre eles, aí de repente ele quis ir para casa comigo... Enfim. Eu vou ali falar com ele e já, já te chamo para irmos.

Porsche deu três tapinhas no ombro do amigo, que sorriu fazendo que sim com a cabeça antes de o outro se afastar.

*

Saindo da produtora, Kinn recostou-se numa das paredes do estacionamento, que era parcialmente à céu-aberto, e acendeu um cigarro mentolado. Baforou, e baforou, e baforou. E lembrou-se do divertido colega fazendo anéis de fumaça com a boca. E sorriu. E baforou. Minutos depois, o seu celular vibrou. Era aquele que ocupava seus pensamentos, o qual avisava que os planos haviam mudado novamente: ele iria ao seu encontro sem a presença do irmão, então não atrasariam a ida ao restaurante.

[KimChay] Entre takes e manchetes (A primeira vez)Onde histórias criam vida. Descubra agora