S/N ainda estava encostada na porta, esperando Jake voltar, mas não havia sinal algum. Depois de 5 minutos, resolveu abrir a porta e se deparou com um silêncio ensurdecedor.
- Jake? - ela disse abaixando seu vestido, que ainda estava um pouco acima de suas coxas - Dá pra parar de brincar assim? Estou ficando com medo...
Sem respostas.
Ela subiu as escadas para ver se ele estava lá. Abriu a porta do quarto e tudo parecia intacto, nem mesmo os funcionários estavam ali. Aquilo estava muito estranho.
- Jake? - S/N chamou mais uma vez, enquanto tirava seus saltos.
"Nunca se sabe se vou precisar correr, ou bater com a ponta desse sapato na cabeça de alguém. Então é melhor estar prevenida..."
Ela desceu as escadas novamente, com os sapatos na mão e prestando atenção em todos os cantos da casa, mas não tinha nada... Voltou para a varanda, onde estavam jantando e um pedaço de papel sobre o prato, chamou sua atenção. Era uma merda de um corvo desenhado em vermelho.
"Mas que inferno, não posso viver em paz por um dia pelo menos? Espera... Jake fez isso? Não. Ele não faria isso comigo, faria?"
- Jake? - ela escreveu, assim que pegou o celular da mesa.
Seu coração estava acelerado e ela podia sentir que algo muito ruim estava prestes a acontecer.
"Puta que pariu, eu não sei nem onde eu estou. Eu só posso ter miolos a menos por ter deixado Jake me vendar, depois de ver a tatuagem dele. Se eu conseguir chegar até o carro pelo menos, consigo sair daqui."
- Acho que estou prestes a me ferrar muito. - S/N escreveu e enviou para o grupo, compartilhando a localização antes de bloquear a tela do celular e ir silenciosamente até onde via que o carro estava estacionado.
Assim que chegou no carro, pegou a maçaneta da porta e ela não abriu.
"AS CHAVES! MAS QUE PORRA QUE TÁ ACONTECENDO COMIGO???"
Antes que pudesse voltar para a casa para procurá-la, sentiu braços mais fortes que o dela a puxando para trás. Ela conseguiu se soltar e fez aquilo que já tinha se preparado, bateu com o salto de seu sapato próximo ao ouvido direito daquela pessoa infeliz, que estava com uma máscara.
- Você está achando que vai me pegar de novo, seu infeliz? - S/N disse segurando o outro sapato, pronta para bater do outro lado dessa vez - Cadê o Jake?
- Estou aqui, S/N. - ela ouviu a voz de Jake, vindo detrás dela e mais uma vez sentiu aquele maldito pano na sua boca e nariz.
Sem conseguir se esquivar, ela simplesmente deixou aquela onda de desespero se dissipar pelo peso que sentiu em seus olhos e mente.
* * *
- S/N? Como assim? - escreveu Jessy, assim que viu a mensagem dela no grupo.
- Onde é isso? - disse Dan - Aquele hackerzinho não devia estar cuidando dela?
- Calma, Dan. Os dois devem estar com problemas. - disse Lilly.
- É melhor irmos até lá, ela não está respondendo. - disse Jessy.
- Sim, esse HSR não tem um limite! - continuou Dan - Mas ele vai ver só se encontrá-lo...
- Dan, você nem consegue andar direito ainda. - Lilly o lembrou.
- Tá, não precisava disso, Lilly -_-
- Vamos logo e parem com essas picuinhas. - disse Jessy.
- Sim, vamos pra sua casa, Jessy, porque é mais perto de onde a localização está marcando aqui. - disse Lilly.
- Ok.
- Okay.
* * *
S/N acordou, um pouco sonolenta ainda e com um pouco de dor de cabeça. O chão estava gelado e assim que tentou se levantar, percebeu que seu pescoço e costas também doíam. Haviam-na colocado sobre o concreto apenas, sentiu algêmas em suas mãos e uma corrente, em seus pés, que estava presa na coluna daquele lugar.
Estava muito escuro e não conseguia distinguir nada que estivesse a mais de 3 metros dela. Com dificuldade, S/N se apoiou com seu antebraço e se sentou, buscando uma parede para recostar as costas e cabeça.
"Ai que fome..." - sua barriga roncava.
Toda dor física passou, assim que se lembrou da última frase que ouviu antes de apagar. Era ele, mas por quê?
"Eu sou tão burra assim que não percebi que era ele? Porque não tem como, não tem." - Ela repetia em seus pensamentos, como se aquilo fosse se tornar verdade.
- Finalmente acordou! - disse uma voz feminina que S/N não reconhecia.
Como continuava escuro, não era possível enxergar os rostos e nem as silhuetas de ninguém, apenas escutar...
- Pois é, achei que fosse ficar mais um dia dormindo. - outra voz de mulher.
"Quem são essas pessoas, pelo amor de Deus e o que eu fiz pra elas? Devo ter delirado que era a voz do Jake! Ufa, menos mal."
- Quem são vocês? - S/N questionou firme.
- Bom, acredito que não nos conheça. - disse a primeira voz feminina. Tinha um tom de sarcasmo e um timbre que parecia de uma gralha velha falando.
- Quer dizer, um de nós você conhece, né? - a outra disse rindo - Jake, não quer se despedir da sua amada, ops quero dizer, iludida?
Meus olhos se esforçavam para ver qualquer coisa que pudesse descartar a possibilidade de ser Jake, mas não enxergava nada além de ouvir.
- Oi, S/N... Acordou? - disse Jake.
Era a voz dele, não tinha como negar. Os olhos de S/N se fecharam e ela chorou, mais do que podia se lembrar ter chorado em algum momento da sua vida. Aliás, que merda de vida!
- Por quê? - foi a única palavra que saiu de sua boca, como uma súplica.
Nota: Olá, meus amores. Mil perdões, mas eu voltei pra ficar e terminar essa fic, pelo amor de Deus. Estou escrevendo mais capítulos já para vocês não esperarem mais por tanto tempo. Ou seja, ainda teremos mais um capítulo nessa próxima semana :)
Obrigada por todo o apoio, vocês são maravilhosos, nem sei como agradecer.
Li todos os comentários e ri muito com eles, vocês são demais *-* bjs e até logo!
VOCÊ ESTÁ LENDO
You're mine - Duskwood
RomanceS/N acabou se apaixonando por Jake, um hacker, procurado pelo Governo, que ela nunca viu... nunca imaginou ser possível sentir isso por alguém que apenas conversou poucas vezes. Alguém que nem ao menos ouviu a voz. Após uma ligação inesperada, S/N v...