Chuva de sangue

64 5 1
                                    


A noite estava fria, uma neblina cobria as ruas de Nova Orleans, enquanto eu me afundava em vários copos de Whisky e Bourbon. O bar do senhor Alejandro estava cheio, e cheirava a bebidas fortes, cigarro e charutos.

- Alejandro! - gritei enquanto ele se virava para mim com um sorriso.

- Diga Cole.

- Manda mais uma garrafa para mim.

- Cole, tem certeza que vai beber mais? Sério, você já secou 4 garrafas, não acha que já está bom por hoje?

Ele estava certo, eu já tinha bebido bastante, mas não estava nem perto de estar satisfeito, fora que, Alejandro, me tratava como se fosse seu filho, ou primo mais novo distante, o que me irritava as vezes.

- Qual foi Ale, sabemos que estou longe de ficar bêbado, e sinceramente, se eu não beber mais, vou ficar de mau humor.

- Só estou preocupado com você Cole, já está bebendo assim a semanas.

- Alejandro, só me da a garrafa logo, e eu juro, que vou embora depois.

- Vou dar a garrafa para você Cole, mas por favor, se cuida.

Ele me deu a garrafa, e depois de ficarmos jogando conversa fora, enquanto eu secava mais uma garrafa eu finalmente me despedi dele, já que ele não me daria outra garrafa.

- Até mais Alejandro.

- Até mais Cole, se cuida.

- Tá, tá, já sei, pare de beber, se cuide mais, e blá-blá-blá.

Ele sorriu, enquanto eu colocava meu sobretudo preto, amarrava meu cabelo e saia pela porta. O vento frio, beijava meu rosto, enquanto eu ascendia um cigarro, e tragava profundamente.

- Ai, que saco, não tem nada de interessante para fazer - e de fato não tinha, eu poderia passar mais umas belas horas no bar do Alejandro, se ele não desse uma de pai para cima de mim - Talvez eu encontre alguma balada aberta.

Comecei a andar pelas ruas desertas, enquanto a noite se esvaia, aos poucos, andei por inúmeras ruas, até que escutei um grito de uma garota pedindo socorro.

- Que porra é essa?

Me esgueirei pelos becos apertados, enquanto me concentrava para não fazer barulho, logo a frente luzes se fizeram presentes no final do beco, me abaixei para tentar não ser visto, e foi quando vi, soldados andando com armas nas mãos, vestidos com roupas aparentemente normais, enquanto empurravam uma gaiola, em um carrinho de carga.

- Que merda tá acontecendo aqui?

Os soldados estavam bem armados, cada um, com um fuzil, eles estavam organizados em formação de escolta, não era uma coisa comum de se ver.

- Ok, acho que é hora de parar de brincar.

Eu joguei o cigarro fora, e comecei a subir por uma escada de incêndio que havia acima de minha cabeça, tomando cuidado para não fazer barulho e chamar atenção dos soldados, ou então acordar algum morador, sem muita dificuldade, cheguei ao topo do prédio, que não era muito grande, contava somente com quatro andares de altura. Do topo do prédio, pude ver melhor a gaiola que eles estavam escoltando, era nitidamente feita de aço, e dentro dela, havia uma garota ruiva.

- O que vão fazer com essa garota?

Me perguntei, mas logo minha duvida se dissolveu, como fumaça ao vento.

- Vamos logo, o chefe pediu para entregar ela o mais rápido possível, e em algumas horas vai amanhecer, não sei vocês, mas não tomei a poção, e não estou afim de virar pó.

Crônicas de Lua & SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora