Agora tudo havia se esclarecido em minha mente, Emory era uma bruxa, por isso Aldebaran estava atrás dela, as peças do tabuleiro finalmente estavam começando a parecer mais claras do que nunca.
- Porra, Emory, volta ao normal pra gente poder conversar vai.
- A Emory vai voltar quando eu quiser que ela volte.
Ótimo, ela e seu alter ego não se dão bem, tudo o que eu precisava no momento, era uma bruxa com problemas com seu lado sombrio.
- Ata, problemas com seu alter ego, adorei a notícia, agora traz a ruiva de volta logo.
- Será que vou ter que repetir? Ela voltará quando eu permitir cachorro.
- Cachorro? Quem você pensa que é sua imunda?
Ela sorriu para mim, parecia que queria me deixar com irritado, e estava conseguindo, a raiva que estava percorrendo meu corpo, era tão forte, que eu estava me segurando para não começar a me transformar.
- Chega, trarei ela de volta, você querendo ou não.
Comecei a andar em sua direção, enquanto ela sorria para mim, meus olhos ainda estavam vermelhos, e meus dentes haviam começado a crescer, mas antes que eu pudesse chegar perto daquela maldita, ela levantou uma de suas mãos, e fez todas as facas se levitarem no ar, todas, apontando para mim.
- Filha da...
Minha fala foi cortada, antes que eu terminasse, as facas voaram em minha direção. Eu até consegui desviar de algumas, e pegar umas duas ou três com as mãos, mas ela sabia das minhas capacidades, e havia deixado duas facas levitando atrás de mim, onde eu não pudesse ver.
- É só o que pode fazer?
Erro meu dizer isto, ela fez com que as duas facas atrás de mim viessem a toda velocidade, e perfurassem minhas costas, perto de minha nuca, eu peguei as facas e as retirei, antes que ela tentasse enfiar as facas mais a fundo em minhas costas.
- Escuta aqui o capeta, devolve a ruivinha, ela sem dúvidas é mais amigável que você.
- Ela voltará com seu corpo caído no chão, como se fosse um boneco de pano mal feito.
Ela então fez com que o litro de bebida que eu havia pegado antes, se chocasse contra minha cabeça, explodindo em mim, e fazendo cacos de vidro grudarem em meu rosto, enquanto bebida escorria por minhas feridas, fazendo cada corte queimar, com um movimento para cima com a mão, ela me fez voar para o teto, e me manteve lá, me empurrando contra o teto de meu apartamento, não importava a força que eu fazia, não conseguia mover meu corpo, apenas sentir o mesmo sendo esmagado contra o concreto sólido.
- Quando eu sair daqui...
- Isso mesmo, pragueje com sua boca, me rogue maldições e me ameasse, gosto de ouvir seus latidos de raiva enquanto aproveita os últimos segundos de vida.
Então ela começou a fechar a mão, e todos os cacos de vidro, e as balas alojadas dentro de meu corpo se viraram em direção ao meu coração, conforme ela fechava a mão, os estilhaços e os projéteis se moviam, rumo ao seu destino final, a dor era insuportável, e embora eu quisesse gritar de agonia, eu não podia chamar atenção de ninguém do prédio, a medida que eu chegava perto da morte o sorriso da bruxa só crescia, e em uma última tentativa desesperada, eu decidi tentar chamar por Emory novamente.
- Emory!
A bruxa então me encarou séria, e pouco a pouco começou a desaparecer, dando lugar a Emory de novo.
- O que está acontecendo?
Eu cai do teto, Emory me encarou assustada, e depois de uns segundos tentando entender o que havia acontecido, ela correu em minha direção.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Crônicas de Lua & Sangue
HorrorCole, vivia sua vida ligeiramente tranquila em Nova Orleans, mas após cair nas garras do amor, sua vida se transformaria em uma batalha sangrenta. Agora, ele, junto com Emory, devem sobreviver, enquanto buscam provar que algumas lendas, são mais rea...