Capítulo 07

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"𝑬𝒖 𝒂𝒄𝒉𝒆𝒊 𝒒𝒖𝒆 𝒋𝒂́ 𝒉𝒂𝒗𝒊𝒂 𝒎𝒆
𝒎𝒂𝒄𝒉𝒖𝒄𝒂𝒅𝒐 𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔,
𝒎𝒂𝒔 𝒏𝒊𝒏𝒈𝒖𝒆́𝒎 𝒏𝒖𝒏𝒄𝒂
𝒎𝒆 𝒅𝒆𝒊𝒙𝒐𝒖 𝒕𝒂̃𝒐 𝒇𝒆𝒓𝒊𝒅𝒐."

Deitada com as mãos debaixo do travesseiro e virada de frente para a escrivaninha, os meus olhos doíam de tanto encarar o mesmo ponto fixamente

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Deitada com as mãos debaixo do travesseiro e virada de frente para a escrivaninha, os meus olhos doíam de tanto encarar o mesmo ponto fixamente. Pisquei os olhos e duas lágrimas escorreram pela minha bochecha, não me dei o trabalho de enxugá-las. Respirei fundo, minha cabeça doía e eu não conseguia dormir. Eu havia passado a noite e a madrugada esperando uma mensagem de Elena que nunca veio. A minha mente não conseguia descansar, sempre tinha mil coisas passando pela minha cabeça, tentei me ocupar fazendo as tarefas da escola, estudando feitiços biológicos e até me atrevendo a iniciar uma conversa com Abby, mas nada verdadeiramente conseguia tirar a minha atenção do celular que sempre dizia a mesma coisa, nenhuma nova mensagem.

Me virei de barriga para cima e vi que alguns raios de sol iluminavam a cortina verde, não adiantava mais tentar dormir, eu sabia que não conseguiria mais. Me sentei na cama e senti a cabeça pesada e uma pontada por trás dos meus olhos, fiz uma passagem no ponto entre as minhas sobrancelhas tentando aliviar a dor, funcionou apenas por alguns segundos. Peguei o celular que estava na mesa da cabeceira para ver as horas, cinco da manhã e nenhuma nova mensagem.

Levantei e coloquei os pés na pantufa e me espreguicei, minhas costas estralaram um pouco, naquele momento eu sentia que tinha cinco vezes a minha idade. Peguei o robe branco que estava em cima da cadeira da escrivaninha, o coloquei e sai do quarto. Eu precisava urgentemente sair dessas quatro paredes, fiz questão de deixar o celular exatamente onde estava. Quando cheguei a recepção dona Abigail estava com uma xícara de café na mão lendo uma bíblia enorme de capa branca com a imagem de Maria no meio. Incrivelmente ela não parecia nem um pouco cansada.

— A senhora nunca dorme? — cruzei os braços e parei de frente para ela que me deu um sorriso carinhoso.

— Claro que durmo. Apenas tenho o costume de acordar cedo, caso contrário eu passo o dia inteiro com enxaqueca, mas o que você faz acordada tão cedo? Hoje não tem aula, têm? — Abby me olhou com as sobrancelhas franzidas e eu sabia que o seu instinto maternal estava sendo ativado, eu não tinha forças para mentir ou inventar alguma desculpa, então simplesmente contei a verdade sem expor o que eu sentia diretamente.

— Eu não estou conseguindo dormir, o quarto estava me sufocando. Estava pensando em tomar um ar.

— Oh, querida, você quer que eu faça um chá? Precisa de alguém para conversar? Colocar para fora o que está sentindo sempre ajuda. — Ela já ameaçava a se levantar, mas eu rapidamente a impedi. Eu não queria conversar, só precisava sair daqui.

— Por favor, Abby, realmente não precisa. Eu só vou tomar um pouco de ar e volto logo, não se preocupe.

— Tudo bem, se é isso que você quer, apenas tome cuidado OK? — Abigail deu um sorriso constrangido e voltou a se sentar na cadeira. Eu me sentia mal em recusar todas as suas tentativas de ajuda, mas ela não entenderia. Falar sobre o que eu estava sentindo traria as lágrimas de volta e eu estava tentando evitá-las no momento.

Jessica Martin Onde histórias criam vida. Descubra agora