Capítulo 08

15 6 4
                                    


"𝑵𝒂̃𝒐 𝒗𝒐𝒖 𝒄𝒉𝒐𝒓𝒂𝒓,
𝒆𝒖 𝒕𝒆𝒏𝒉𝒐 𝒒𝒖𝒆 𝒔𝒆𝒓 𝒇𝒊𝒓𝒎𝒆,
𝒆 𝒑𝒐𝒅𝒆𝒎 𝒕𝒆𝒏𝒕𝒂𝒓,
𝒆𝒖 𝒏𝒂̃𝒐 𝒗𝒐𝒖 𝒎𝒆 𝒔𝒊𝒍𝒆𝒏𝒄𝒊𝒂𝒓."

Eu queria ter o poder de esquecer tudo

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu queria ter o poder de esquecer tudo. Esquecer as palavras rudes, esquecer a dor e esquecer quem eu era. Como toda menina da minha idade, eu tinha sonhos, planos e desejos bobos, mas durante um ano eu deixei tudo isso de lado em prol de um único objetivo, encontrar a minha irmã desaparecida. Minha família e eu pulamos de cidade em cidade, seguimos pistas que não davam em lugar nenhum e passamos a maior parte dos doze meses que se seguiram dentro de um carro até encontramos Elijah ou melhor até Elijah nos encontrar. O meu pai nunca perdeu as esperanças de encontrarmos Greta, apesar das frustrações e das lágrimas enxugadas as pressas que ele pensava que Luka e eu não víamos. Quando chegamos a Mystic Falls, a última coisa que passou pela minha cabeça foi que eu acabaria sozinha, sem meu pai, sem Luka, sem Greta e sem Elijah. Apenas eu, o silêncio ensurdecedor e o desespero iminente que sempre estava por perto, todos enfurnados dentro de um quarto que claramente não suportava nós três juntos.

De alguma maneira, eu tinha conseguido voltar para a pousada e entrar no quarto certo. Eu não sabia a quanto tempo eu estava sentada no chão ao pé da porta com as mãos enfiada entre os cabelos e olhando para o nada me perguntando o que diabos eu iria fazer agora. Eu não tinha mais ninguém, Greta tinha simplesmente me abandonado por um vampiro psicopata que ela chamava de família e nem ao menos se importou com a sua família de verdade. Como ela poderia jurar lealdade incondicional a alguém quando nem mesmo a própria família ela era leal, as pessoas que tanto a amava e faria de tudo por ela. Se aquilo é lealdade, então esse é o último tipo de pessoa que eu quero ser.

Recolhi as pernas que estavam esticadas no chão, levantei-me e coloquei as mãos na cintura mordendo o lábio inferior, o que eu faria agora? Eu voltaria para casa e tentaria viver uma vida normal ou ficaria e lutaria pela minha família, por Greta. Ela deixou bem claro que não precisava ser salva e que eu poderia ir para casa, eu deveria seguir o conselho dela, mas porque eu sentia que aquilo não era o certo a se fazer? Greta era a minha família, apesar de ela não me considerar mais parte da sua, eu tinha um dever com ela e com o meu pai, levá-la para casa e fazê-la perceber que o que ela estava fazendo era um erro, não importava quantas vezes ela me mandasse ir embora, eu só desistiria quando uma de nós morresse no processo, o que eu esperava que não fosse necessário.

Como se estivesse apenas esperando uma decisão minha, o telefone começou a tocar quebrando o silêncio do quarto. Segui até a mesa de cabeceira e peguei o celular que vibrava sem parar, era uma ligação, de Elena Gilbert. Imediatamente o meu coração começou a acelerar como louco e eu respirei fundo estufando o peito e abrindo um sorriso involuntário antes de atender a ligação.

— Elena? — tentei fazer com que a minha voz parecesse menos ansiosa, mas de verdade, eu não ligava muito como o tom da minha voz soava, ela tinha ligado, ligado mesmo.

Jessica Martin Onde histórias criam vida. Descubra agora