Capítulo 02

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Na manhã seguinte, Elijah ainda não tinha voltado. Na noite anterior, não me atrevi a ir para cama até que meu pai chegasse, mas quando isso aconteceu, fiquei rolando na cama por um bom tempo até decidir me levantar e fazer um chá de ervas calmantes. Não adiantou muito, então decidi continuar a leitura de um dos grimórios que estava estudando, mas não consegui aprender nada de verdade. Apenas quando os primeiros raios de sol iluminaram o céu de Mystic Falls os meus olhos começaram a pesar e eu consegui dormir nas poucas horas que me restavam antes de precisar levantar para ir a escola. Assim que eu sai de casa, acompanhada de Luka e um copo de café grande, meu pai ainda tentava se comunicar com Elijah sem conseguir nenhuma resposta. Em resumo, a manhã foi péssima. Não consegui me focar em nenhuma aula por mais que cinco minutos antes de cair no sono e consequentemente, teria que estudar todo o conteúdo do dia em casa, isso se, nenhum problema sobrenatural aparecesse. 

Quando o sinal bateu para o termino da ultima aula, fui me encontrar com Luka no pátio da escola para voltarmos para casa juntos, já que hoje eu não tinham nenhuma aula extracurricular. Sai pelos portões laterais e o encontrei de costas para mim, Luka troca o peso na perna a cada segundo e olhava para os lados o tempo todo. Respirei fundo, ajeitei minha mochila nas costas e caminhei até ele me preparando para más notícias, eu conhecia Luka, ele não ficava agitado daquele maneira atoa.   

— O que aconteceu, Luka? — perguntei sem rodeios e não me preocupei com sutilezas, não tínhamos tempo para isso.

Ele virou para mim e apenas balançou a cabeça sem dizer nada me entregando o celular. Acidentalmente nossos dedos se tocaram, e eu senti um misto de sentimentos que não eram meus me invadindo. Mágoa, culpa, preucupação e mais outros sentimentos que eu não consegui identificar, todos emaranhados como um novelo de lã que crescia e crescia. O toque durou segundos, mas foi o suficiente para os sentimentos do meu irmão continuarem gritando dentro de mim com ecos que ficavam cada vez mais fracos se confundindo com os meus próprios sentimentos. Invadir os sentimentos das pessoas não era algo que eu conseguisse controlar ou que acontecesse sempre, mas sempre que ocorria era algo constrangedor para ambas as partes. Sorri constrangida para Luka que em resposta apenas deu um aceno de cabeça garantindo que estava tudo bem e voltei a atenção para o telefone em minhas mãos, era uma mensagem de Stefan, ele queria falar com a gente, no Grill, daqui a uma hora. 

— O que você acha disso? - Devolvi o celular e cruzei os braços embaixo dos seios já imaginando o assunto da conversa. Eu só esperava que Stefan Salvatore não tenha feito nada estupido.

— Eu estava pensando em convencer o nosso pai a ir. Estamos no escuro, Jess. Precisamos de informações e nesse momento eles obviamente estão em vantagem.

- Eu concordo com você, mas precisamos ter cuidado, eles não são confiáveis e não ligam para mais ninguém a não ser eles mesmos.

— E nós vamos ter, mas precisamos de respostas e eu receio que não vai ser algo que queremos ouvir. — assenti em concordância e mordi o lábio involuntariamente até sentir o gosto metálico de sangue na boca, eu pensava da mesma forma, mas eu não queria me precipitar em nada, não queria sofrer por antecipação por algo que ainda não tinha acontecido.

Era três e meia quando chegamos no Grill. Luka tinha convencido o nosso pai a escutar o que Stefan tinha a dizer, não foi tão difícil quanto eu imaginava, mas se tinha algo que todos nós concordávamos era que precisávamos de informações e principalmente, precisávamos de informações sobre Elijah. Assim que entramos no ambiente cavernoso e medieval do Grill imediatamente nos deparamos com Stefan e Bonnie. Não pude evitar dar um sorriso debochado ao ver Bonnie Bennet ou ela era muito corajosa ou simplesmente não se importava o suficiente com o que tinha feito com Luka para conseguir ainda conseguir olhar nos nossos olhos com tamanha firmeza.

Jessica Martin Onde histórias criam vida. Descubra agora