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O tempo havia passado, arrastando consigo algumas semanas desde que o inexplicável desaparecimento dos habitantes de Tóquio havia se concretizado. Apesar de todo o esforço e da busca incessante por respostas, Akemi e Aimi ainda se encontravam em um labirinto de dúvidas. Cada novo jogo que enfrentavam parecia mais um enigma do que uma solução, e as poucas respostas que conseguiam arrancar dos desafios eram, na verdade, fragmentos incompletos de um quebra-cabeça maior e cruel.
A realidade ao redor delas tinha se transformado em um cenário desolador, onde os sobreviventes, desesperados, se reduziam a uma única obsessão: a busca pela própria sobrevivência. O que restava da humanidade revelava suas faces mais sombrias e implacáveis. Aquilo que um dia havia sido uma sociedade próspera agora era um palco de egoísmo e crueldade, onde a compaixão era um luxo esquecido. Cada dia se tornava uma luta não apenas contra os desafios do jogo, mas contra a brutalidade do próprio ser humano.
Sentadas em um canto relativamente seguro, Aimi observava as cartas que tinham acumulado até agora, o olhar distante e contemplativo. “Hum, pelo que parece, já temos o oito de espadas, seis de ouros, três de paus e cinco de espadas...,” ela começou a murmurar para si mesma, perdida em pensamentos.
— Sim... mas ainda não jogamos nenhum jogo de copas — respondeu Akemi, interrompendo os devaneios da amiga. — Não sei dizer se isso é bom ou ruim — completou, a incerteza refletida em sua voz.
Aimi assentiu, o rosto tenso.
— Nosso visto expira hoje, precisamos jogar — a seriedade em sua expressão não deixava espaço para dúvidas.
— Tem razão. — Aimi respondeu, a voz fria, enquanto começava a alongar o corpo, preparando-se para o que viria.
Tentando aliviar o peso daquela situação, Akemi soltou uma pergunta de forma abrupta.
— Se você fosse uma carta de baralho, qual seria?
Aimi arqueou uma sobrancelha, surpresa com a mudança de assunto.
— Não sei... por que pergunta?
— Porque, 'pra mim, você seria o Joker! — Akemi respondeu com um sorriso.
Aimi riu suavemente.
— E por que isso? Acha que eu te trairia?
— Claro que não! — Akemi rebateu rapidamente. — O Joker é enigmático e imprevisível. Ele pode mudar completamente o resultado de uma partida de pôquer, e isso te descreve perfeitamente. — Seus olhos brilhavam enquanto falava, como se estivesse encontrando algo de positivo em meio ao caos.
— Hm, talvez você esteja certa — respondeu Aimi, dando de ombros enquanto se preparava.
— E eu? — Akemi perguntou, mais animada. — Qual carta eu seria?
— Você não parece uma carta de pôquer para mim — Aimi respondeu, um leve sorriso brincando em seus lábios. — Mas se fosse um personagem de “Alice no País das Maravilhas”, com certeza seria a Rainha Branca.
— A Rainha Branca? — Akemi franziu a testa, intrigada.
— Sim. Gentil, bondosa, mas um tanto irracional. Ela se deixa levar pelos sentimentos, mas é uma boa pessoa. Acho que isso descreve você muito bem. — Aimi disse isso com um leve tom de carinho em sua voz, algo raro naquele cenário.
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I am the joker🃏 ~Alice In Bordenland~
Фанфик[CONCLUÍDA] Aimi Kurami vive uma vida normal como bailarina e psiquiatra, mas sua vida muda quando todas as pessoas de Tokyo desaparecem misteriosamente e, agora ela e sua melhor amiga Akemi Tanaka, são obrigadas a jogar jogos mortais para sobrevive...