🃏CAPÍTULO 3🃏

239 22 6
                                    

😸🃏

   Um mês havia se passado desde a trágica morte de Akemi. Agora, emergia de mais um jogo mortal, desta vez um jogo de espadas, e seu corpo refletia a intensidade do desafio. O corte em seu abdômen latejava a cada movimento, lembrando-a de quão fina era a linha entre a vida e a morte naquele universo cruel.

Seus passos eram lentos, quase arrastados, enquanto ela atravessava o grande salão, seus olhos atentos a cada detalhe. Ao seu redor, outras figuras vagavam, algumas tão feridas quanto ela, outras exibindo os rostos vazios de quem havia perdido toda a esperança. Alguns deles tinha uma chave de armário presa ao pulso.

Enquanto caminhava, sentiu os olhares se voltarem em sua direção. Alguns eram de curiosidade, outros de desconfiança ou até mesmo de medo. Ela sabia que ser notada naquele ambiente não era algo bom. Seus sentidos começaram a se aguçar, um instinto de sobrevivência que havia desenvolvido desde o dia que Akemi morreu. Aimi tinha aprendido, da pior maneira, que nesse mundo, confiar em alguém podia ser seu maior erro.

Foi nesse momento de distração que sentiu algo se movendo atrás dela. Antes que pudesse reagir, braços fortes a envolveram, apertando-a contra um corpo sólido. O susto a fez se debater, mas a força que a segurava era implacável. Em questão de segundos, sentiu uma dor lancinante atingir sua cabeça, um impacto que roubou todo o ar de seus pulmões. A visão de Aimi começou a embaçar, as luzes do salão transformando-se em borrões indistintos. O gosto metálico de sangue surgiu em sua boca enquanto o mundo ao seu redor desaparecia lentamente, e a última coisa que viu antes de tudo se apagar foi o chão frio se aproximando rapidamente. O golpe fora preciso, a força brutal, e em questão de segundos, Aimi mergulhou na escuridão, completamente inconsciente.

😸🃏

    À medida que a visão de Aimi lentamente se ajustava à claridade ao seu redor, uma dor pulsante e intensa se manifestava na parte de trás de sua cabeça, e o desconforto em seu abdômen, uma lembrança constante do último jogo, persistia. Aos poucos, ela começava a perceber o ambiente ao seu redor, notando com estranheza as pessoas que a observavam. Estavam vestidas de maneira peculiar, com trajes de banho, como se estivessem prontas para um dia na praia. Aimi franziu a testa, tentando entender o cenário surreal diante de seus olhos.

Bem-vinda à Praia! — bradou um homem de cabelos parcialmente compridos, sem camisa e usando óculos de sol. O tom de sua voz era excessivamente animado. Aimi manteve-se em silêncio, ainda lutando com as cordas que prendiam suas mãos, avaliando cuidadosamente sua situação.

— Hm, você não parece ser do tipo que fala muito. Bom, isso não é um problema! — continuou o homem, ignorando a falta de resposta. — Alguns dos residentes da Praia viram você no jogo de ontem e ficaram impressionados com sua habilidade. Foi por isso que a trouxeram 'pra mim! — Ele andava de um lado para o outro, com os braços abertos e um grande sorriso estampado no rosto, irradiando uma confiança irritante.

— Quem é você? — Aimi finalmente se obrigou a perguntar, a voz carregada de desconfiança.

— Ah, que falta de educação a minha! — exclamou ele, como se genuinamente arrependido. — Eu sou o Número Um, ou, se preferir, o Chapeleiro! Sou o líder da Praia, o líder dessa utopia! — Ele fez uma pausa dramática, como se esperasse que ela se maravilhasse com suas palavras. — Aqui, temos todas as respostas para suas perguntas. E você, como se chama, minha querida?

— Aimi. Aimi Kurami — respondeu ela friamente, mantendo seus olhos fixos nele, ainda desconfiada.

— Aimi, hein? Um nome que combina com você! — Ele deu uma risada suave antes de prosseguir. — Deixe-me começar novamente. Esta é a Praia, uma utopia. Aqui reunimos centenas de jogadores para participar dos jogos e coletar todas as cartas do baralho. — Ele se aproximou mais dela, os olhos brilhando com entusiasmo. — Talvez você esteja se perguntando por que juntar todas as cartas? A resposta é simples, minha cara: ao reunir todas as cartas do baralho, é possível voltar ao mundo real. Mas... apenas uma pessoa por vez. Então, vamos coletando as cartas, na esperança de que um dia, todos nós possamos voltar. E você foi recrutada! Quanto mais você colaborar, mais alta será sua posição aqui.

I am the joker🃏 ~Alice In Bordenland~ Onde histórias criam vida. Descubra agora