I am the joker🃏 ~Alice In Bordenland~

♠️CAPÍTULO 1♠️

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    Era um belo dia ensolarado, com o céu desprovido de nuvens, Aimi saiu do hospital, os cabelos presos em um coque elegante e o jaleco ainda sobre os ombros, caminhando em direção ao centro da cidade de Tóquio para encontrar sua amiga, Akemi. O sol refletia nas janelas dos prédios altos, e Aimi se permitiu um momento de otimismo, observando as movimentadas ruas, como se quisesse absorver a energia ao seu redor.

Com passos tranquilos, ela percorria as ruas, os olhos buscando por qualquer sinal da amiga. De repente, sentiu um peso súbito em suas costas, seguido por um grito estridente:

— BUH! — Aimi deu um salto, o coração acelerando por um momento, até reconhecer o toque familiar e a risada inconfundível de Akemi.

— Ops, te assustei??? Nem precisa responder! Sou ótima nisso! — Akemi gargalhou, os olhos brilhando de diversão.

— Sim, você me assustou! Não faça mais isso. — Aimi tentou soar firme, mas não pôde evitar um sorriso discreto que surgiu em seus lábios.

— Certo, certo, perdão, e agora? Aonde vamos, gatinha? — Akemi disse, passando a mão nos cabelos curtos, como se fosse uma personagem de um filme de romance.

— Bem, podemos ir ao shopping. O que acha? — Aimi sugeriu, ainda tentando acalmar o coração acelerado.

— Sim! Tem razão, estou mesmo precisando de roupas novas! E você também, está sempre com esse jaleco. — Akemi zombou, cutucando o tecido branco.

— Eu não estou sempre com esse jaleco, mas normalmente, quando nos vemos, eu acabo de sair do trabalho e não tenho tempo 'pra me trocar! — Aimi rebateu, fingindo indignação enquanto ajeitava as mangas.

As duas decidiram atravessar a rua rumo ao shopping. Conversas animadas e risadas preenchiam o trajeto, como se aquele momento fosse apenas mais um dia comum na agitada vida de Tóquio.

No meio do caminho, Akemi pediu para parar em um posto de gasolina, alegando que precisava ir ao banheiro. Quando entraram, Aimi esperou do lado de fora da cabine, o olhar distraído observando o próprio reflexo no espelho. Aimi arrumou uma mecha de cabelo que havia escapado de seu coque, os pensamentos vagando por lugares distantes.

De repente, um som agudo e ensurdecedor quebrou a serenidade do momento. Aimi ficou paralisada por um instante, os olhos arregalados voltados para a porta. A atmosfera que até então era confortável e familiar se transformou em algo denso, inquietante. As paredes do posto pareciam vibrar, e por um breve segundo, Aimi teve a sensação de que o mundo ao seu redor havia parado.

Antes que pudessem processar o que estava acontecendo, as luzes do banheiro começaram a piscar e, uma a uma, apagaram-se completamente, mergulhando o local em uma escuridão opressiva. A única coisa que podiam ouvir era a respiração entrecortada que ecoava no espaço fechado.

— O que aconteceu? — perguntou Akemi, saindo da cabine com passos cautelosos, tentando ajustar os olhos à escuridão.

— A energia deve ter caído. — Aimi respondeu, apertando os olhos na tentativa de enxergar algo ao seu redor.

— Disso eu sei, é só que... Escute. — A voz de Akemi carregava um tom de inquietação, e as duas ficaram em silêncio.

— O que? Não tem barulho nenhum. — Aimi disse, sentindo a confusão tomar conta.

— Sim! Esse é o ponto, não tem barulho nenhum. — Akemi replicou, como se estivesse esperando que a amiga compreendesse a gravidade da situação.

— Tem razão... Nós estamos no centro, e nesse horário as ruas estão cheias, não era pra estar tão silencioso assim. — Aimi murmurou, o tom pensativo evidenciando o pavor que começava a se instalar.