Capítulo 21

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Jade

Eu seguia meu caminho e acredite se quiser mas consegui errar a rua do hospital e agora passava por um viaduto escuro. Catarina pedia para mamar e já reclamava do calor, tirei seus sapatos e meias e a deixei descalça, como estava o tempo todo no colo não teria problema...


Catarina: Mama, mama, mama



Jade: Calma, filhinha. Nós vamos conseguir achar sua tia e seus avós, tá bom? Vai dar certo, filha. Sempre dá...Deus está do nosso lado.



Coloquei ela para mamar e sentei ali descansando, logo vi surgir um clarão de lanterna sobre mim e não entendia bem o que era, quando eu vi o que se tratava meu coração acelerou....


[Desconhecido]: PASSA O CELULAR, MALUCA




Jade: Ahhhhhh, meu Deus do céu...



[Desconhecido]: Cala a boca, mamãezinha... Não tá vendo que isso aqui é a merda de um assalto...



Jade: Moço, pelo amor de Deus, por amor a Deus e a Nossa Senhora, eu não tenho nada, me deixa quieta aqui com a minha filha, em nome de Jesus...



[Desconhecido]: CALA A BOCA, DESGRAÇA! Tu não tem nada é? E essa pulseira brilhando na sua neném? Hahahahahaha




Eu me lembrei que a única coisa de valor que trazia comigo era a pulseira que o PA havia dado a Catarina, as lágrimas escorreram do meu rosto, meu Deus...Essa pulseira representa todo o dinheiro que eu tinha e eu não saberia mais o que fazer daqui pra frente. O ladrão estirou a mão para arrancar a pulseira da Catarina que olhava assustada e já choramingava.




Jade: Não toque na minha filha! Deixa que eu mesmo tiro...




[Desconhecido]: Ihhh, não fica com raivinha não. Tá doida é? Pra que eu faria algum mal a bebê? Sou maluco não, faço meus corres aqui mas quero ir para o céu




Ele fez o sinal da cruz e ainda que ele roubasse o que eu tinha de valor só sabia agradecer porque pior seria se ele fizesse mal a minha filha. O marginal foi embora com a pulseira da Catarina e as lágrimas insistiam em cair lavando o meu rosto...




Jade: Filha, Deus cuidou da gente tá bom? O malvado não fez mal nem a mamãe, nem a você e a mamãe tem uma ideia, meu amor. Vamos para a igreja, lá tem abrigo em segurança e comida até a mamãe decidir onde nós vamos procurar sua tia e seus avós...







Segui o caminho com a Catarina no meu colo, a pobrezinha olhava assustada, até que falou uma coisa que me surpreendeu, ela tinha apenas um ano e falava poucas coisas mas essa aqui partiu o meu coração...




Catarina: Gainha da Cacá... Peaaa, taiz




Mais lágrimas caíam do meu rosto e eu fiquei em silêncio, ela falava atropelando as palavras mas eu entendi o que ela quis dizer. Sentia falta da casa dele e da galinha que ganhou de brinquedo, pedia para ele trazer de volta. Ah, não. Sinto que o Paulo André já anda ocupando espaço demais até na vida dela e tenho medo disso. E se ele descobrir em algum momento que é pai da minha filha e ela preferir ele do que a mim? Ele tem muito mais a oferecer. Meu coração fica partido só de pensar nessa possibilidade...














Paulo André




Oito horas da noite. Eu não tô acreditando nisso. Já anoiteceu e nós ainda não temos notícias delas. Eu acho que vou explodir a qualquer momento. De tarde eu descobri que era pai de uma menininha de um ano e quando eu venho atrás dela, cumprir o mínimo dever de pai a partir de agora, a mãe tira ela de mim.




Circo Místico-JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora