Capítulo 55

592 106 98
                                    

Paulo André

Eu desci as escadas transtornado após ler as mensagens do agente secreto. A sensação de ter alguém dentro da sua própria casa desejando o seu mal e o da sua família traz uma insegurança terrível. Quando vi a campainha tocar e ser a tia Patrícia um sorriso veio nos meus lábios. Como eu quero que ela e a Jade se acertem, mas obviamente não quero forçar nada, tudo que acontecer entre elas, será naturalmente...

Patrícia: Bom dia, meu menino lindo! Cadê a nossa princesa? 


PA: Bom dia, tia. Ihhhh, só quer saber dela agora né? Hahahaha


Ela sorriu e eu dei espaço para entrar

Patrícia: Desculpa vir aqui sem avisar, ultimamente tenho tido atitudes sem pensar muito nas consequências. O César vive dizendo que eu tenho que dar tempo ao tempo, tempo a Jade...Mas eu sinto que já perdi tempo demais, sabe meu filho?




Eu assenti e antes que respondesse alguma coisa, sinto um ser minúsculo puxar minhas calças.


PA: Papai, vem cá. Vem falar com a vovó Pati


Peguei a Catarina no colo e a tia Patrícia parecia uma bobinha olhando pra ela




PA: Eu sei como é isso, vovó. Às vezes nem eu acredito que é minha. Ela é linda demais...




Patrícia: Princesa perfeita demais. Vem cá com a vovó Pati, Catarina. Vovó trouxe um presente pra você e para o seu irmão.




PA: Irmão? Então você já tá sabendo?




Perguntei curioso



Patrícia: Será que eu falei demais? A Jade me contou, filho. Ela pediu a minha ajuda para fazer o teste...



PA: Sério? Ela não me falou nada. Acho que é para eu não ficar perguntando sobre você...Mas se ela te procurou, é porquê tá amadurecendo no coração dela a ideia de uma aproximação, tia. Confia no tempo...



Patrícia: Eu não aguento mais a palavra tempo, meu filho. Não aguento mais...





Sinto uns passos se aproximando de nós e eu nem preciso me virar para saber que é a Jade vindo ao nosso encontro. Os olhos da tia Patrícia brilham tanto por essa filha que dá gosto de ver. Jade repousa sua mão sobre o meu ombro e sorri




Patrícia: Minha filha. Que saudades!




A senhora quase que se joga por cima da filha. Jade, meio desajeitada, envolve seus braços em volta da mãe.




Jade: Que bom vê-la, dona Patrícia. Vai à vigília pascal?




Patrícia: Sim, minha filha. Eu vou. Você também vai?


Jade assentiu


Patrícia: Podemos fazer um jantar de páscoa na minha casa? Vocês iriam né?



PA: Claro...

Jade: Não...



A Patrícia ficou com uma cara de tacho que deu pena. A Jade falou tão ríspida esse "não" que doeu até em mim.




PA: A Jade não quis dizer isso, tia...




Patrícia: Não, não...Tudo bem. Eu sei que vocês são uma família acima de tudo. Não quero em hipótese alguma atrapalhar os planos de vocês...





Circo Místico-JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora