Capítulo 22 part.2

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Paulo André

A Jade permanecia imóvel, apesar do meu olhar de indiferença para ela eu estava preocupado. Ela parecia estar aérea ao que acontecia e quando eu falei que era o pai da Catarina senti ela dar um passo em falso para trás. Numa atitude desesperada eu a segurei, apesar de estar chateado com essa situação toda jamais permitiria que algum mal a acontecesse. Acabei tratando com ignorância o Pedro, mas quer saber de uma? Eu quero mais que ele vá ao inferno. Não gostei de vê-lo com a Jade e com a minha filha e não vou ficar fazendo política da boa vizinhança para esse que já odeio. Não, não somos amigos. Ele é irmão do meu amigo mas nem por isso eu devo alguma consideração.

PA: Eu tenho duas mãos. Uma eu seguro a minha filha e com a outra eu seguro a minha....digo, a Jade...

Falei ríspido.

Puta que pariu, se eu não cortasse a minha própria fala quase que chamo a Jade de minha mulher, eu sou maluco mesmo. Essas duas noites sem dormir tão correndo meu cérebro.


Pedro: Desculpa, Paulo André. Eu só queria ajudar, não sabia que você era pai. Mas porquê elas estavam assim desse jeito na rua? Quer saber de uma, deixa pra lá. Tchau, Jade. Fica bem. Tchau, princesa linda.

Quando ele foi pegar na mão da Catarina ela arqueou o corpo deitado a cabeça, novamente, no meu ombro

Catarina: Xaiiiii


Ele sorriu e para a surpresa de todos ouvimos, enfim, a voz da Jade.


Jade: Obrigada, Pedro. Que Deus te abençoe

Pedro: Eu faria tudo de novo, amém. Fica bem.



Pedro saiu e eu não havia gostado nada disso. Há quanto tempo eles se conhecem? Desde quando? São tão próximos assim ao ponto de saírem juntos? São perguntas que ecoam na minha mente mas pelo menos a Catarina não foi com a cara dele, isso já é um bom sinal. Eu dei um beijo na testa da minha filha e falei direcionado a Jade


PA: Catarina não gostou nenhum pouco do seu amigo, sabe o que quer dizer?


Ela negou com a cabeça e eu prossegui


PA: Ele não presta, uma criança quando não gosta de alguém, dificilmente ela erra.



A Jade encostou na porta do meu carro como se buscasse força para falar alguma coisa e eu percebi o seu grande desconforto, fazia um sol escaldante em São Paulo e eu não faria essa crueldade de ter uma conversa tão delicada com ela no meio da rua.


PA: Ei, não fica assim, tá bom? Senta aí, toma uma água gelada que eu vou comprar e relaxa. Eu não vou te forçar conversar no meio da rua.


Antes de sair para ir comprar a água eu me virei para ela, afim de garantir que essa maluca não sairia correndo fugindo de mim novamente.

PA: Não saí daqui, Jade. Loucura a gente só faz uma vez na vida, uma segunda vez já é burrice...

Jade: Você tá com a Catarina no colo, jamais eu iria para algum lugar sem ela...


Eu sei que eu não deveria mas eu sorri.


PA: Eu sei disso, se tem uma coisa que eu não posso reclamar é de como você é louca pela nossa filha.



Jade: PA, como você...?



PA: A gente conversa depois no hotel próximo a minha casa. Só nós dois. Temos muita coisa para ser conversada, muita mesmo...



Eu saí sem esperar uma resposta, comprei a água e voltei para entregá-la. Ela bebeu tudo com pressa, certeza que estava com muita sede.


Circo Místico-JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora