all i want for christmas is you | matthijs de ligt

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             Jane Decker não acreditava em destino, no entanto, desde que esbarrou com Matthijs na véspera da véspera de natal em Leiderdorp, tinha uma séria dúvida sobre as próprias convicções

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             Jane Decker não acreditava em destino, no entanto, desde que esbarrou com Matthijs na véspera da véspera de natal em Leiderdorp, tinha uma séria dúvida sobre as próprias convicções. Coincidências costumavam acontecer com bastante frequência se tratando da relação que tinha com o jogador de futebol, mas algumas delas colocavam em xeque a capacidade da garota de manter os pés nos chão e as crenças em último plano.

Estava atrasada para as compras de Natal, não era bem novidade, afinal, aquela época do ano pouco significava para a garota. Desde que os pais se aposentaram e decidiriam viajar pela Europa em uma espécie de muchilão para a terceira idade, Jane não tinha motivação alguma para enfeitar a casa e arrumar os presentes. Veria a família somente no ano seguinte, em tese os irmãos, a cunhada e o sobrinho, em meio ao frio de fevereiro, com as ruas sem as luzes brilhantes e as renas nas calçadas. Natal não faria sentido, mesmo que seu sobrinho gostasse de usar um gorro vermelho e ficar gritando ho, ho, ho enquanto entregava os presentes a ela.

Sua noite consistiria em sentar na sala, abrir algum aplicativo de streaming e assistir a coisa menos natalina que pudesse encontrar. Filmes de terror sempre eram a opção preferida da garota. Enquanto as amigas comemoravam com os namorados e a família, Jane ria com o roteiro ruim de algum lançamento de Halloween do ano. A mãe dizia que ela tinha um coração de pedra, repleto de gelo incrustado, mas a garota sabia que o que a mulher gostaria de dizer era que, em algum momento, ela teria de superar o término do namoro.

Jane sempre gargalhava quando sentia as palavras se formando na mente da matriarca. Era fácil falar, difícil fazer. Três anos antes aquela mesma data havia se transformado no pesadelo de Jane. Um namoro de infância acabar no Natal parecia uma artimanha maléfica do bom velhinho para punir uma criança arteira. Jane não se lembrava de ter sido bagunceira ou mal-educada ao longo da vida, mas o Papai Noel parecia ter outra opinião.

Ela tinha certeza de que havia alguma comédia romântica natalina exatamente como a própria vida, por isso, gostava de passar longe daquelas produções clichês. Qualquer semelhança com o relacionamento que tivera com Andries faria com que o resto do ano fosse uma total catástrofe, como aconteceu no ano seguinte ao término. Um livro em seu Kindle foi o estopim para um Natal cheio de lágrimas e bebedeira desgovernada, uma dor de cabeça infernal no dia seguinte e um final de ano para esquecer depois da ligação que ela fizera ao rapaz, uma carta aberta e vergonhosa sobre a saudade que sentia dele.

Por isso, as comemorações na casa de Jane eram inexistentes. Sem família, sem a necessidade de fazer sala; sem romances, sem a necessidade de trocar de identidade e ir para outro país.

Mas aquele Natal estava sendo diferente. E não era um diferente que agradava Jane.

Era claro que os pais de Matthijs implorariam pela presença da garota na ceia da família de Ligt. Timmy, o irmão mais velho de Jane, foi melhor amigo de Matthijs durante a infância, consequentemente, também era melhor amigo de Andries. Aquele trio era a sina da garota. Quando eram crianças, os três viviam grudados na casa da família Decker, eram inseparáveis na escola, no futebol e na amizade. A garota cresceu sabendo que, em algum momento, acabaria apaixonada por um dos dois, o irmão querendo ou não, mas assim que começou a perceber que garotos não eram tão intragáveis quanto pareciam, Andries se tornou a primeira grande obsessão da menina.

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